Fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. (Sl 51.4)
Quanto mais depressa o pecador descobre que é pecador, melhor será para ele. Quanto mais depressa ele para de mentir para ele mesmo a esse respeito, melhor para ele. Quanto a esse assunto não se pode perder tempo nem dividir a culpa com outras pessoas.
Nesse sentido, o Salmo 51 é notável. Talvez seja a mais bem redigida e mais humilde confissão de pecado. O salmista reconhece as suas transgressões e declara que Deus tem todo o direito de condená-lo: “Fiz o que reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me” (v. 4). Em outras palavras, Davi aceita não apenas a culpa, mas também o castigo. Afinal, ele tomou para si a mulher do outro e ainda tramou a morte do marido dela. Se admitir o fardo da culpa já é uma extraordinária vitória, quanto mais é admitir as duas tragédias ao mesmo tempo.
Comportamento semelhante ao de Davi foi a confissão do filho pródigo. Depois de ter vivido como um imbecil jogando fora todos os seus bens e todos os seus sonhos, o rapaz voltou ao sítio do pai para confessar seu pecado (“Pai, pequei contra o céu e contra ti”) e para admitir a perda de regalias (“Não sou mais digno de ser chamado teu filho”). Uma confissão desse porte redunda sempre em restauração (Lc 15.17-24).
>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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