A morte é apenas uma vírgula

quarta-feira
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Todos os seres humanos são como a erva do campo. (1Pe 1.24)

Pelo fato de citarem ou transcreverem em suas cartas várias vezes passagens do Antigo Testamento, percebe-se claramente que os apóstolos, como bons judeus e bons cristãos, eram leitores e conhecedores da Palavra de Deus. Embora cite outros livros da Bíblia, parece que Pedro tem preferência pelo livro de Isaías, que ele menciona seis vezes.

Fica bem claro que nem Isaías nem Pedro estão preocupados com o pouco tempo de vida das flores do campo, que hoje se abrem e amanhã desaparecem, como Jesus também ensinou (Mt 6.30). O profeta e o apóstolo, separados um do outro por mais de setecentos anos, estão assustados com a finitude dos seres humanos. Se não se leva em conta que a morte é uma vírgula e não um ponto final, a situação é desesperadora. Nesse caso, o ser humano dito criado à imagem e semelhança de Deus, não passa de uma rosa ou uma violeta que nasce, cresce e encanta a todos com as suas cores, o seu formato e o seu perfume e, então, seca, murcha e desaparece, sem dar a menor explicação ou a menor satisfação. No caso do ser humano, a situação é pior, porque ele vive muito mais tempo que a erva, tem muito mais possibilidade que a erva e é muito mais relevante que a erva (ele é a coroa da criação).

Pedro assegura que todos os seres humanos seguem esse caminho. Poderíamos dizer que “toda carne é…”, “toda pessoa é…”, “todo mortal é…”, “toda humanidade é…” ou “todos nós somos…”. Ninguém gosta da realidade da morte, o que não acontece no reino vegetal e animal. Só acontece conosco! Seria trágico – se não fosse a certeza absoluta de que a morte é apenas uma vírgula, depois da qual a vida continua, não no paraíso perdido mas no paraíso recuperado!

A ideia da efemeridade do ser humano é horrível. A ideia da ressurreição é admirável! 

 

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos [Elben César]. Editora Ultimato. 

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