A cruz e missões

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Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. (João 12.24)

Entre os peregrinos em Jerusalém havia alguns gregos. Evidentemente, nem a filosofia grega nem a religião judaica os havia satisfeito. Eles estavam espiritualmente famintos. Assim, vieram a Filipe (talvez por causa de seu nome grego) e lhe disseram: “Senhor, queremos ver Jesus” (v. 21). A resposta de Jesus ao pedido deles foi indireta, porém clara em suas implicações: “Chegou a hora de ser glorificado o Filho do Homem” (v. 23). Em outras palavras, eles haviam feito o pedido na hora certa, pois Jesus estava para ser glorificado, ou seja, revelado em toda a sua glória. Aquela hora, sabemos de outro lugar, era a hora de sua morte.

Jesus continuou desenvolvendo uma metáfora agrícola. Se uma semente permanece na segurança aquecida e seca de um celeiro, nunca irá germinar. Ela tem de ser enterrada na sepultura fria e escura do solo. Ali ela tem de morrer. Então, dessa sepultura gélida o grão, no tempo da primavera, brota. Poderíamos resumir isso em uma simples rima: “Se fugir do pó, permanecerá só, mas se morrer, irá florescer”. A cruz de Cristo é o exemplo supremo desse princípio fundamental. Se ele tivesse se apegado à sua vida, o mundo teria morrido. Mas porque ele morreu na escuridão do esquecimento de Deus, há vida para o mundo.

Tony Lambert, em seu livro The Ressurrection of the Chinese Church [A ressurreição da igreja chinesa], escreveu: “A razão do crescimento da igreja na China… está intimamente ligada à teologia da cruz como um todo. A mensagem suprema da igreja na China é que Deus usa o sofrimento… para derramar reavivamento e edificar a sua igreja”.

Outra ligação entre a cruz e missões foi a seguinte declaração de Jesus: “Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (v. 32). Sua promessa parece ter um sentido figurado e outro literal. A referência principal é, claro, ao fato de ele ser erguido na cruz (v. 33), e de fato a cruz exerce o seu próprio magnetismo. Mas ele é erguido também de modo figurado, toda vez que é fielmente proclamado. Regozijamo-nos no apelo universal do Cristo crucificado, um apelo que independe de etnia, nacionalidade, classe, gênero e idade.

Para saber mais: João 12.20-33 

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

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