Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros. (Tg 5.16a)
Confessar pecados é um dos exercícios mais proveitosos de que se tem notícia. É uma verdadeira libertação de tudo o que foi feito de errado. Para provocar os efeitos esperados, a confissão precisa ser absolutamente honesta. Não se pode confessar nada pela metade nem inventar pecados não cometidos. Não basta a confissão por atacado. O faltoso precisa confessar “em que pecou” (Lv 5.5, NVI), nome por nome, tudo de que é capaz de lembrar. O pecado de fato cometido, mas não plenamente conscientizado, deve ser também confessado. O exemplo de Davi ajuda muito: “Quem pode ver os seus próprios erros? Purifica-me, Senhor, das faltas que cometo sem perceber” (Sl 19.12).
Tiago fala de confissão mútua: “Confessem os pecados uns aos outros”. Porventura essa passagem estimula a confissão pública de pecados íntimos, particulares, pessoais, de natureza hedionda e escabrosa? Na maior parte das vezes, isso não edifica a igreja. Basta admitir seriamente e confessar abertamente a pecaminosidade latente ou a propensão pecaminosa que todos possuem. Davi nunca entrou em detalhes a respeito do seu pecado com Bete-Seba. Quem entra em detalhes é o historiador: “Davi viu uma mulher muito bonita tomando banho” e “teve relações com ela” (2Sm 11.2-4). Mas ele confessa abertamente: “A minha ignomínia está sempre diante de mim” (Sl 44.15, ARA) e “o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3). Paulo agiu do mesmo modo: “Eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana” (Rm 7.18). A declaração pública da mesma herança pecadora, essa sim, edifica a igreja, evita a soberba e levanta o ânimo daquele que pensa que é o único pecador.
Tiago coloca lado a lado a confissão mútua e a intercessão mútua. Uma coisa leva à outra. Se eu e você somos igualmente propensos ao pecado, você precisa orar por mim e eu preciso orar por você!
Confissão mútua significa que todos pecamos e todos somos dependentes da graça!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos [Elben César]. Editora Ultimato.
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