Havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado. Só Naamã, o sírio, foi curado. (Lucas 4.27, NTLH)
No púlpito da sinagoga de Nazaré, Jesus se sai tão bem que é elogiado por “sua maneira agradável e simpática de falar” (Lc 4.22, NTLH). É o sermão mais pessoal de Jesus e um dos mais cheios de citações bíblicas (Is 61.1-2; 1Rs 17.1-16 e 2Rs 5.1-14).
Momentos depois, porém, há uma mudança brusca no auditório. O serviço religioso daquele sábado termina em tumulto: enraivecidos, os presentes se levantam e arrastam o jovem pregador de 30 anos para fora da cidade, com a séria intenção de atirá-lo precipício abaixo (Lc 4.28-30).
O que provoca essa transição do apoio à oposição, da admiração ao ódio, da tranquilidade ao tumulto, é a lembrança que Jesus traz do socorro de Deus dado aos não-judeus, como a viúva de Sarepta e o leproso Naamã, o sírio (Lc 4.24-27). Na hermenêutica dos judeus de Nazaré e de todos os outros, Elias deveria socorrer apenas as viúvas de Israel e Eliseu deveria curar apenas os leprosos de Israel. Porém, na hermenêutica de Jesus, Deus ama o mundo — não apenas a nação eleita.
— Ainda bem que Jesus ama tanto os judeus quanto os não judeus, como eu!
>> Retirado de Refeições Diárias com Jesus [Elben César]. Editora Ultimato.
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