Orar e cantar

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Mais ou menos à meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus. (At 16.25)

Como é possível orar e cantar naquele horário (perto da meia-noite) e naquele lugar (numa cela que ficava no fundo da cadeia)? Como é possível orar e cantar se os pés estão presos entre dois blocos de madeira, se os companheiros de prisão são presos comuns, se as costas ainda estão sujas de sangue, se o corpo está cheio de feridas por causa da pancadaria? Mas Paulo e Silas de fato estavam orando e cantando quando o chão tremeu, abalando os alicerces e a segurança da prisão. Eles poderiam estar dormindo na pousada de Lídia, onde estavam Timóteo e Lucas, que foram poupados da surra e do cárcere.

Essa é uma das muitas prisões de Paulo. Por ser a primeira, ele deve ter se lembrado dos “muitos seguidores de Jesus” que ele havia prendido quando ainda era Saulo (26.10), das mulheres que havia separado de seus maridos e filhos para jogá-las na cadeia (8.3; 22.4). Deve ter se lembrado daqueles cristãos que ele havia castigado, forçando-os a negar a fé, tanto em Jerusalém como em outras cidades (26.11). Deve ter se lembrado da última viagem antimissionária, quando o Senhor, na estrada de Damasco, não à meia-noite, mas ao meio-dia, o parou para perguntar-lhe: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” (9.4). Quem sabe ali na cadeia de Filipos ele orava para lamentar todo o seu passado e cantava para expressar sua alegria por ter sido perdoado e feito apóstolo? Mais tarde, Paulo escreveria aos coríntios: “Tenho estado mais vezes na cadeia” do que todos os outros (2Co 11.23). 

 

>> Retirado de Refeições Diárias – no partir do pão e na oração [Elben César]. Editora Ultimato. 

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