Tenho vivido tempo demais entre os que odeiam a paz. (Sl 120.6)
O não-natural de um lugar é obrigado a conviver com hábitos culturais diferentes, comida diferente, vestes diferentes, língua diferente, credo diferente, culto diferente, pessoas diferentes. Às vezes por pouco tempo, outras vezes a vida inteira. No caso do salmista foi por muito tempo: “Tenho vivido tempo demais entre os que odeiam a paz” (Sl 120.6).
Na verdade, porque “a nossa cidadania está nos céus” (Fp 3.20), a rigor, somos todos “estrangeiros e peregrinos no mundo” (1Pe 2.11). Essa situação produz desgaste, sofrimento, angústia, tentação e muito risco, “pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hb 13.14).
Entre os riscos que corremos estão a adaptação demasiada, o esquecimento da pátria original, a naturalização, o cansaço, a educação dos filhos sem o temor do Senhor e sem a perspectiva da pátria futura.
Todos os heróis da fé reconheceram que eram estrangeiros e peregrinos na terra e não se agarraram a ela. Ao contrário, tinham uma ideia fixa na pátria celestial, considerando-a uma pátria melhor. Eram forasteiros em marcha, movidos pela fé. Entre eles estavam Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Raabe, Davi e muitos outros (Hb 11.13-16).
>> Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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