Apreciação

sexta-feira
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E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia. (Gênesis 1.31)

Falamos de criatividade, de pessoas criativas, arte, beleza, poesia, contudo deveríamos falar de apenas um Criador – Deus. Só ele tirou do nada o tudo. Só ele, pelo poder de sua Palavra, e pela “palavra do seu poder” (Hb 1.3). Quanto a nós, ainda que criemos com nossas palavras e nossas mãos, somos no máximo cocriadores, parceiros dele. E é encantador ver em Gênesis 1, na narrativa da Criação dos céus, da terra e do ser humano, uma frase que se repete: “Viu Deus que era bom”. Deus não apenas nos motiva e exorta a cocriar, a querer buscar o cosmos (belo, harmonioso) no meio do caos (sem beleza, sem harmonia), a enfrentar o que é sem forma e vazio na realidade de nossa vida comum, pequena, no varejo das misérias do cotidiano, como também nos ensina a apreciar o que brota da vida, de nossa vida, nossa arte – mesmo quando não chamamos de arte, mesmo que não pareça poesia.

O que há de bom no que fiz ontem? O que há de bom trabalho de minhas mãos? Por que preciso tanto da apreciação alheia, do reconhecimento dos outros? Por que não posso eu mesmo olhar para um almoço agradável que preparei, uma palestra caprichada que fiz, um texto belo que escrevi, uma pequena canção cantarolada enquanto lavo o carro, arrumo o escritório, e dizer: “Que bom isso!” ou “Ficou bom!”? Devemos apreciar nosso trabalho não pelos resultados quantitativos, mas pelo fato de que trabalhar – criando ou não arte – revela em nós a imagem e a semelhança do Eterno. E se não sou capaz de apreciar aquilo que faço, quem será? Deus fez o que fez para si mesmo. Que eu o imite – e depois dedique a ele o fruto de meu trabalho realizado com esmero.  Preciso aprender contigo, ó Eterno, a apreciar o que crio; aliás, o que “recrio”, o que “cocrio”. Teu exemplo é maior do que costumeiramente percebo, distraído com o que falta ou com o que não ficou muito bom. Ajuda-me a trocar a busca pelo perfeccionismo pela gratidão dos que sabem dizer: “Ficou bom; sim, de fato ficou bom!”. Amém.

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