Mateus 10.19-20; Lucas 14.7-11; Romanos 12.16
Devemos dedicar mais um dia às implicações da simplicidade. Em uma estação de trem, na Índia, virei-me para um senhor indiano e perguntei se ele iria no mesmo trem. “Não”, respondeu ele, “só há vagões de terceira classe neste trem”. (Na Índia, há quatro classes nos trens: primeira, segunda, intermediária e terceira. A terceira classe significa bancos de madeira e multidões.) “Eu vou nesse mesmo”, respondi. “Sim. Você pode ir”, respondeu ele, “pois é um homem religioso. Se você for de primeira classe, isso não o exaltará; e, se você for de terceira classe, isso não o degradará. Você está acima dessas distinções, mas preciso mantê-las.” Eu poderia ter dançado na plataforma da estação, pois estava livre da grande dificuldade de manter uma posição! Eu poderia ir na primeira ou na terceira classe – meus valores estavam em outro lugar. Eu não precisava manter nada, porque nada queria.
A esposa de um embaixador britânico enviou um pedido para reservar um assento na primeira fila de uma das minhas reuniões; explicou-se, na solicitação, que “uma embaixatriz nunca deve se sentar com uma pessoa à sua frente”. Que vida complicada! Eu podia me sentar em qualquer lugar; eu estava livre! Ser escravo do prestígio é escravidão do mesmo jeito.
Os sucessos muitas vezes surgem por meio das simplicidades da vida. Alexander McLaren ministrou uma série de sermões para ganhar para Cristo um cético com grande capacidade intelectual. Finalmente, o homem se apresentou para se unir à igreja. McLaren ficou contente e perguntou qual sermão o havia ajudado na decisão. Ele respondeu: “Nenhum deles. Ajudei uma senhora idosa a descer as escadas, ela se virou para mim e disse: ‘Ah, obrigada’, e acrescentou: ‘Você ama Jesus Cristo, meu bendito Salvador? Ele é tudo para mim’. Eu não o amava até então, mas o rosto e as palavras daquela senhora me chamaram a atenção, e eu percebi que estava no caminho errado. Então, me converti”.* A simplicidade venceu onde o conhecimento falhou.
Um rico mexicano, sofrendo de úlceras no estômago, gastou rios de dinheiro em uma viagem a Battle Creek, Michigan, esperando um remédio complexo. Porém, ele recebeu esta receita: “Pare de se preocupar e beba sete copos de água por dia”. Foi o que ele fez – e ficou curado. A simplicidade cura e salva.
Ó Cristo, tu estás me pedindo para te entregar algo – eu mesmo, o meu tudo. Essa atitude é tão simples e, no entanto, tão profunda. Tudo vai para o devido lugar e tudo funciona em harmonia. Eu te agradeço. Amém.
Afirmação do dia: “Deixaste livre o meu caminho, para que não se torçam os meus tornozelos” (Sl 18.36).
* Alexander McLaren (1826–1910) foi um pastor escocês que presidiu o Congresso Batista Mundial. A fonte publicada desta história é desconhecida.
>> Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.