Perdão para os pecados financeiros

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Mateus 18.21-35

“Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam” (NTLH). Uso a palavra ofensas em vez de dívidas. Esta, hoje em dia, tem um significado monetário que acabou por limitá-la, enquanto o termo ofensas tem um sentido mais amplo: significa qualquer coisa que fizemos contra outra pessoa; qualquer ofensa que tenhamos feito contra os direitos, contra a alma do outro, qualquer dano infligido.

Mas a oração conecta o perdão das ofensas com a obtenção do pão diário por um “e”. A maioria das ofensas que precisamos perdoar está ligada ao lado econômico da vida, à obtenção do nosso pão de cada dia? Sim. Nossos maiores pecados são os pecados financeiros, tão escondidos sob a respeitabilidade e sob o costume que dificilmente estamos cientes deles. Luxos são coisas que levam os outros a viverem sem o básico. Isso fere a consciência de todos nós. Vemos os poucos que produzem e o pouco que recebem pela produção, e quantos, como intermediários que nada produzem, obtêm lucros exorbitantes quando a produção passa por suas mãos para chegar ao consumidor. Então percebemos que há muita ofensa, tanto contra o produtor como contra o consumidor, uma ofensa que fere. E, quando vemos produtores, por sua vez, diminuírem deliberadamente a produção para manter os preços altos – mesmo que, ao fazerem isso, possam levar crianças a morrerem de fome –, então sabemos que devemos fazer esta oração: “Perdoa as nossas ofensas”.

Teremos de continuar a fazer essa oração até chegarmos a uma ordem cooperativa, uma ordem na qual, quando trabalho para mim mesmo, trabalho para os outros, e, quando trabalho para os outros, trabalho para mim mesmo. Esta seria uma ordem em que amo meu vizinho, assim como amo a mim mesmo. Esse seria o Caminho. Até lá, continuaremos a tropeçar de depressão em depressão. Essas depressões são aguilhões de Deus, levando-nos ao Caminho. Se não aprendermos com o Caminho, teremos de aprender da maneira mais difícil. Se não recebermos o que a mão da graça de Deus nos oferece, teremos de receber o que a mão do juízo de Deus nos oferece.

Ó Deus, tu estás nos ensinando teu Caminho, ensinando-nos por meio de Cristo e por meio da catástrofe. Ajuda-nos a tomar o caminho de Cristo em vez do difícil caminho da catástrofe. Pois somos tolos e cegos e nos ferimos. Cheios de feridas que infligimos a nós mesmos, chegamos a ti em busca de perdão. Amém. 

Afirmação do dia: “Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).

 

>> Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.

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