O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina. (Porvérbios 1.7)
O livro de Provérbios certamente foi escrito após profunda reflexão e cuidadosa composição. Cada epigrama foi cinzelado por um habilidoso escultor de palavras, e muitos deles expressam não apenas a verdade de Deus, mas também bom senso. A sabedoria humana e a divina não são necessariamente incompatíveis. Deus ainda usa esses antigos tesouros de sabedoria para nos ensinar a sua Palavra.
Uma das características mais cativantes dos provérbios é que eles não são apenas meras frases, mas são enriquecidos por personagens tragicômicos como o insensato, o zombador e o preguiçoso.
Obviamente o insensato carece de sabedoria. Na verdade, “os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina” (v. 7). Essa combinação de sabedoria e disciplina é significativa, pois o problema do insensato é mais no aspecto moral que intelectual. O insensato não é burro: ele se recusa a exercer autocontrole.
Uma das áreas em que o insensato mais carece de autodisciplina é no controle da língua. Se ele ficasse quieto, poderia até passar por sábio (17.28), mas isso seria um comportamento atípico para ele. Alguns esperam que ele possa contribuir de alguma forma “nas assembleias”, onde os anciãos se reúnem para discutir, mas geralmente “ele não sabe o que dizer” (24.7). Entretanto, ele costuma ter prazer “em expor os seus pensamentos” (18.2) e quase sempre “responde antes de ouvir”, de modo que “comete insensatez e passa vergonha” (v.13). Assim somos advertidos a evitar os insensatos, pois “melhor é encontrar uma ursa da qual roubaram os filhotes do que um tolo em sua insensatez” (17.12).
Para saber mais: Provérbios 9.13-18
>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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