Poder através da fraqueza 

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Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. (2 Coríntios 4.7)

Um dos temas predominantes nas cartas aos coríntios se refere ao poder através da fraqueza; há oito expressões diferentes sobre esse tema nas duas cartas.

A sede de poder tem sido uma característica da história humana desde que foi oferecida a Adão e Eva a possibilidade de receber poder em troca da desobediência. Até hoje, por trás da busca por dinheiro, fama e influência, está o anseio pelo poder. A busca pelo poder está presente na política e na vida pública, nos grandes negócios e na indústria, nas diferentes profissões e na mídia, e até mesmo na igreja e nas organizações para-eclesiásticas. Poder! Ele é mais inebriante que o álcool e vicia mais que as drogas. Foi Lord Acton, político britânico do século 19, que compôs a epigrama: “O poder tende a corromper; o poder absoluto corrompe absolutamente”. Ele foi um católico que em 1870 se opôs veementemente à decisão do Concílio Vaticano I de atribuir infalibilidade ao papa. Ele enxergou isso como o poder corrompendo a igreja.

A Bíblia contém claras advertências sobre uso e abuso de poder. Paulo insistiu no tema do poder através da fraqueza, do poder divino através da fraqueza humana. Nos capítulos iniciais de 1 Coríntios, ele apresenta três exemplos admiráveis desse mesmo princípio.

Encontramos esse princípio primeiro no próprio evangelho, pois a fraqueza da cruz é o poder salvador de Deus (1Co 1.17-25). Em segundo lugar, o poder através da fraqueza é visto nos coríntios convertidos, pois Deus escolheu pessoas fracas para envergonhar as fortes (1Co 1.26-31). Terceiro, o poder através da fraqueza pode ser visto na vida de Paulo, o evangelista, uma vez que ele tinha ido a Corinto “com fraqueza, temor e com muito tremor”, mas também com “demonstração do poder do Espírito” (1Co 2.1-5).

Assim, as boas novas, os convertidos e o pregador (ou o evangelho, os evangelizados e o evangelista) exibiram o mesmo princípio de que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana, pois Deus escolheu um instrumento fraco (Paulo) para levar uma mensagem fraca (a cruz) a um povo fraco (os socialmente desprezados). Mas, através dessa tripla fraqueza, o poder de Deus foi – e ainda é – demonstrado.

Para saber mais: 1 Coríntios 1.18-2.5

 

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

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