O direito de ser feliz!
Muito se fala hoje em dia do direito de cada pessoa em ser feliz. Sendo esta felicidade entendida, na maioria das vezes, na capacidade de se viver a vida sem problemas e com o maior desfrute possível de prazer. Essa é a grande ilusão que nos é vendida em todos os anúncios comerciais e mídias da sociedade do consumo: uma felicidade ou prazer para se consumir!
Isso nos remete à idéia da possibilidade de um prazer que existe por si só, sem a necessidade de outra pessoa – e isso é falso! Bateson, um antropólogo do século XX dizia que “o sujeito NÃO existe, somente a relação”.
Na verdade o outro é quem me constitui. Nas palavras de outro filósofo contemporâneo, Martin Buber: ‘eu só me constituo diante de um outro significativo’. Em outras palavras, eu sou aquilo que me é outorgado em uma relação com o outro. Só me torno marido quando minha esposa me constitui este papel.
Em Gênesis 2:18 Deus revela uma inquietude: a preocupação com a solidão existencial do homem e cria a mulher, nos formando, a partir de então seres essencialmente relacionais.
A mulher, que Deus faz e apresenta como companheira é reconhecida pelo homem como osso de seus ossos e carne de sua carne e recebe o seu próprio nome, não um nome qualquer – como no caso dos animais, sobre os quais exerce domínio
Diferenciação e complementaridade são essenciais na dinâmica homem/ mulher, ou seja, só há complementaridade quando a diferenciação está presente. O relacional pressupõe a diferença – o HETEROS
Só há crescimento pessoal no encontro com o diferente: que me desafia a uma nova percepção da realidade – por isso é difícil!
A verdadeira felicidade é da ordem do trinitário: eu, o outro e a relação! A sociedade cada vez mais tecnologizada nos empurra para o binário: eu e a máquina e quer nos forçar à idéia de sermos felizes com isso.
A criação de um blog que fala sobre o relacional é uma tentativa paradoxal de tentar explicar o trinitário através de um meio binário em um mundo cada vez mais binário!