O Rock no Vale veio pra ficar
Tudo começou numa sala de aula da FLAM – Faculdade Latino-americana de Teologia Integral – enquanto o professor Marcos Botelho discutia sobre hermenêutica bíblica, interpretação do texto inspirado e os temas contemporâneos. Entre os alunos estava Rafael Diedrich, que, apesar de novo, já trabalhava como produtor de grandes eventos no meio secular. Foi ali que pensaram pela primeira vez na possibilidade de realizar um festival cristão como os que acontecem nos EUA e em outros países, que reunisse bandas de diversos estilos, confessionais ou não, e palestras com renomados preletores cristãos.
Em dezembro de 2013, no Acampamento Jovens da Verdade, em Arujá, São Paulo, a idéia virou realidade. Acontecia a primeira edição do Rock no Vale, reunindo mais de 1.000 participantes, tendo como proposta o tripé: Reino de Deus, Música e Sustentabilidade.
Segundo Marcos Botelho, “desejamos trazer para o festival varias bandas boas e fazer dali um momento de aprendizado, troca de experiências, lugar onde a arte possa fluir. Queremos ter bons teólogos da Missão Integral onde vamos discutir nosso papel na sociedade, a nossa responsabilidade do ponto de vista bíblico quanto a sustentabilidade, a preservação do planeta, a forma como podemos viver de forma sustentável essa vida aqui na terra”.
A segunda edição do RNV aconteceu nos dias 5 a 7 de dezembro de 2014, no mesmo local do ano anterior, com cerca de 1500 participantes. Teve como preletores Ariovaldo Ramos, presente desde o começo no projeto, Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz, e Marina Silva, candidata a presidente da República nas últimas eleições, reconhecida e premiada internacionalmente por sua militância ambientalista. Pisaram nos palcos do RNV as bandas Os Arrais e Dominic Balli, vindos dos EUA, e as brasileiríssimas Resgate, Crombie, Lorena Chaves, Simonami, Supercombo, Doutor Jupter e Teatro Mágico.
Desde a primeira edição a estrutura cresceu bastante. Marcos Botelho diz que “agora começamos realmente aprender a fazer o festival”. Nesse ano o evento contou com equipamentos de som compatíveis com os melhores festivais de São Paulo. A estrutura impressionou, arrancando elogios das bandas presentes. Uma grande Praça de Alimentação foi montada e ofereceu boa variedade de opções de comidas, bebidas e petiscos, numa parceria com a Coca-Cola. Houve também um bom investimento na área de camping, que possibilitou ampliar a estrutura para mais de 220 inscrições em barracas.
Uma das inovações no RNV 2014 foi a “zero distribuição de panfleto”. A direção do evento optou por trabalhar com o cadastro dos participantes no aplicativo WhatsApp, onde todos os informativos, programação, mapa do evento, propagandas, entre outras comunicações, eram recebidas no celular. Talvez essa tenha sido uma marca distintiva do RNV dos demais festivais.
E a equipe organizadora já está trabalhando na terceira edição desde já. No momento analisam as mais de 450 avaliações recebidas pelo WhatsApp. De um modo geral, concluem que a respostas foram muito positivas, a partir dos gráficos gerados dos questionários. Essa avaliação incluiu as melhores bandas segundo os participantes, sugestões para o futuro, pontos que precisam de melhorias etc. Quem respondeu a avaliação recebeu um desconto para a inscrição no primeiro lote de 2015.
A terceira edição do RNV está prevista para o primeiro final de semana de dezembro de 2015. Dentre os planos desejam destinar mais tempo para as bandas e preletores, reduzindo para oito a quantidade de grupos musicais participantes. Desejam investir mais nas sessões acústicas nos gramados e manter os seminários com a ONG cristã A Rocha.
Quanto aos convidados, contam com o retorno da Marina Silva – um dos pontos altos em 2014. O convite foi feito e aguardam uma confirmação por parte da sua assessoria. Outra possibilidade é a participação de uma banda não confessional bastante conhecida. Mas a direção não pretende divulgar o nome agora “para não gerar ansiedade ou especulação”. Marcos Botelho antecipa: “o RNV 2015 tá prometendo muito, pois é um evento que veio pra ficar”. É aguardar para ver.