Em novembro lançaremos dois devocionários muito apreciados pelos leitores, agora em formato de bolso: "Devocionais para Todas as Estações" (Elben César, org.) e "Um Ano com C.S. Lewis". Com esse novo formato, você poderá levar seu livro para qualquer lugar, além de adquiri-lo por um preço menor.

Confira abaixo a devocional do dia 15 de novembro, em Um Ano com C. S. Lewis:

Sem chocolates?

A letra e o espírito das Escrituras, e de todo o cristianismo, nos proíbem de supor que a vida na nova criação será sexuada; e isso reduz nossa imaginação a duas alternativas embaraçosas: corpos dificilmente reconhecíveis como humanos, ou um jejum perpétuo.  Com relação ao jejum, penso que nossas atuais perspectivas sejam como as de uma criança que, se lhe contam que o ato sexual representa o mais elevado prazer físico, pergunta prontamente se é possível comer chocolate ao mesmo tempo. Ao receber uma resposta negativa, quem sabe ela passe a associar a sexualidade basicamente à ausência de chocolate. Seria inútil tentar lhe explicar que, em seu êxtase sexual, os amantes não estão interessados em chocolate, pois têm algo melhor em que pensar. O menino conhece bem o chocolate, mas nada de positivo que possa excluí-lo. A nossa situação é a mesma. Conhecemos a vida sexual; não conhecemos, exceto por vislumbres, aquilo que, no céu, não deixará espaço para ela. Assim, onde a plenitude nos aguarda, antecipamos o jejum. Negar que a vida sexual, como a entendemos agora, possa fazer parte da bem-aventurança final, não é necessariamente supor que a distinção entre os sexos irá desaparecer. Supõe-se que tudo que não for mais necessário para propósitos biológicos talvez sobreviva por seu esplendor. A sexualidade é o instrumento tanto da virgindade como da virtude conjugal; nem homens, nem mulheres terão de lançar fora as armas que vinham empregando com sucesso. Só os derrotados e fugitivos têm de lançar fora as suas espadas. Os vitoriosos desembainham as suas e as mantêm erguidas. “Além-do-sexual” seria um termo melhor do que “assexuada” para a vida no céu.

– de Miracles [Milagres]

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Altos papos

  1. Esse texto C.S. Lewis é excelente!

    É impressionante como ele consegue usar imagens simples para ilustrar com profundidade certas verdades. Foi muito boa essa comparação que ele fez entre o entendimento que a criança tem do sexo, em comparação ao chocolate, e como nós entendemos o porvir, em comparação com a vida sexual.

    O blog da Ultimato fez uma ótima escolha ao postar esse texto.

  2. Por que temos tanto medo de falar sobre a vida sexual no porvir.
    A criação de Deus foi perfeita antes do pecado e continua sendo do ponto de vista cientifico.
    Portanto, se era perfeito e havia entre Adão e Eva o relacionamento sexual, por que não ceus onde a perfeição irá reinar não pode haver ? Deverá ser superior a que temos aqui.

  3. Foi a melhor a mais simples e mais objetiva explicação sobre sexo pós arrebatamento que já ouvi. C.S.Lewis continua nos surpreendendo e deve estar experimentando no céu o que escreveu acima. God bless this guy!

  4. O autor foi feliz em fazer tal comparação… Assuntos como este devem ser postos à mesa mesmo, sem barreiras (contudo, com mta cautela e descência) ao se referir a jovens. Que a virtude da espera possa fazer parte dos nossos propósitos enquanto jovens!

  5. Aqui não vivemos em plenitude de vida. Se na carne a maioria entende o sexo como fundamental, na vida espiritual (pós morte ou arrebtamento), com certeza, Deus tem preparado algo extraordinário, totalmente pleno. Situação que, como a criança que prefere chocolate, ainda não compreendemos.

  6. Concordo com o JBD.

    No céu não haverá nada do que apareceu na terra pós-queda. Pensar que no céu não haverá sexo ou que esse será minimizado é esquecer que ele era parte do que Deus criou, olhou e disse: ISSO É MUITO BOM!

    Afinal, qual o problema do sexo aqui ou lá?

  7. Ézio Pereira da Silva

    Entendo que, com uma mente semelhante a que funciona hoje, como disse Paulo: mente carnal, esse assunto cai numa conjectura temerariamente equivocada. Só dá para entender com propriedade esse tema, no contexto de tempo em que foi colocado, isto é, na eternidade, se o considerarmos apenas com a mente de Cristo; de outra forma, é mera especulação e suposições que nada tem a ver com a realidade futura.
    Devemos, por enquanto, ficar com as palavras de Jesus; ” não casam, nem se dão em casamento”.
    De uma outra forma, podemos pensar: será que nós só podemos falar em prazer, se colocarmos na pauta as delícias do sexo como são consideradas hoje? Será que não existirão outros prazeres no Reino de Deus? Para mim, sem querer ser mais espiritual que qualquer outra pessoa, percebo que é muita superficialidade termos toda nossa capacidade orbitando o sexo e seus prazeres decorrentes, como nos foram dados para desfrutarmos deles aqui na terra. Sexo é para corpo físico no contexto da vida aqui na terra. …E nada mais além!

  8. “nem casam nem se dão em casamento” AFIRMAÇÃO DE JESUS.
    O sexo foi criado por Deus e entregue ao homem no seu estado de perfeição; antes da queda. Pegando a reflexão de Lewis (muito importante), como explicar a sexualidade após o arrebatamento?

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