Vivemos tempos desafiadores, em que opiniões e posições políticas têm gerado conflitos, até mesmo entre irmãos em Cristo. É natural que tenhamos pensamentos divergentes, mas precisamos lembrar do nosso compromisso maior: a unidade em Jesus, que nos chama a viver em paz e a buscar o que é eterno, acima do que é temporário.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos Filipenses, fala da importância de vivermos em harmonia, e traz uma exortação à igreja: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” (Fp 2:2-4) Nessa passagem, temos o convite a uma postura de humildade e mansidão, colocando o amor e o bem-estar da comunidade acima das nossas vontades individuais.

Jesus também nos ensina sobre a primazia do amor ao próximo. Em João 13:34-35, ele diz: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” Nossa identidade em Cristo se manifesta quando praticamos o amor genuíno, mesmo quando não concordamos uns com os outros.

Sim, eu sei que há uma grande dificuldade envolvida. Mas convido-nos a refletir sobre esta questão: o que nos une é mais forte do que o que nos separa? Paulo nos lembra que “Cristo é tudo em todos”, e nos chama a nos revestir de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-nos uns aos outros. Somos chamados a nos despir das divisões deste mundo e a nos revestirmos das virtudes do Reino (Cl 3:11-14).

Não seria o caso de fazermos um pacto de oração e humildade? Que antes de falar, pensemos no efeito de nossas palavras; antes de reagir, consideremos se nossa atitude reflete o amor de Cristo?

Que o Espírito Santo nos una em seu amor e nos conduza à paz, para que possamos dar testemunho de uma igreja que, mesmo em meio a divergências ideológicas, políticas, doutrinárias e teológicas, permanece unida no amor e num só Espírito. Porque “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação” (Ef 4:4).

Que nesse pacto possamos ser, cada dia mais, “sal e luz” (Mt 5:14), mostrando a nós mesmos e ao mundo que existe algo maior que nos conecta: nossa fé em Jesus e nosso amor uns pelos outros.

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