Hoje tenho perguntas. Perguntas para a igreja, sobre o tema do aborto. Perguntas sem respostas minhas. Cada um terá as suas. Se preferir, guarde-as no coração, ou compartilhe-as apenas com Deus. Posso?

Você é a favor, ou contra o aborto?

  • • Faz diferença para você se a gravidez é fruto de estupro? Neste caso, nossas leis permitem sua interrupção.
    o Faz diferença se a mãe é uma menina de 12 anos, pobre, e de família desestruturada; e esse nascituro terá menos chances na vida?
    o Faz diferença se o estuprador não foi preso, ou pegou poucos anos de cadeia?
    • Faz diferença se o feto tem 4, 12, 22, ou mais semanas de gestação? Sabendo que, a partir da 22ª semana, o feto já pode, em muitos casos, viver fora do útero da mãe, dizendo-se que ele já é “viável”?
    • Faz diferença se o feto tiver diagnóstico seguro de anencefalia (má formação do cérebro), sendo provável que não sobreviva após o parto?
    • Faz diferença se condições adversas da gravidez levam a risco de vida para a mãe e para o nascituro?
    • Faz diferença se você entende que a Bíblia diz que Deus contempla e acompanha esse ser, ainda sem forma, desde que foi concebido (Sl 139:5)?
    • Faz diferença se você entender que aquele feto já tem uma alma?
    • Faz diferença se você crê que esse feto, mesmo se abortado, irá para o céu?
    • Faz diferença se você entender que, para Jesus, esse ato é mais radical do que chamar um irmão de tolo (Mt 5:22)?
    • Faz diferença se houver, para a mãe, família ou sociedade a opção de, de alguma forma, amar essa criança?

Pode parecer que organizo as perguntas de modo a induzir alguma resposta, alguma direção. Mas tentei evitar esse fenômeno ao máximo. Não sei se consegui. Apenas quis trazer para nós um assunto candente do momento, e que, de tão delicado, acaba sendo jogado para debaixo do nosso tapete teológico.

Estou longe de acreditar que haja unanimidade “cristã” sobre o assunto. Mas também estou seguro de que o amor de Deus não quer deixar esse tema de fora; e que também para vivências angustiantes e traumáticas como essa, Jesus nos estende a mão e nos oferece um caminho de graça. Caminho de paz íntima, no coração, e paz para a igreja. Que seja ela o árbitro em nossos corações (Cl 3:15).

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