Ultimato do Celular
Lei n° 999 de 22 de setembro de 2010.
Dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao uso de aparelho celular nas circunstâncias que especifica, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA AMORESEPÚBLICA Faço saber que o Congresso Mundial decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° Fica proibido o uso de aparelho de telefonia celular nas seguintes circunstâncias, sem prejuízo da legislação em vigor:
I – quando estiver obturando um dente ou reduzindo uma fratura de fêmur;
II – enquanto estiver consertando aparelhos eletro-eletrônicos ou instalações de alta tensão;
III – enquanto estiver montando um sanduíche “sem maionese”, encomendado por consumidor obeso;
IV – quando estiver orando;
V – quando estiver no desfecho de uma anedota ou de um ‘causo’ interessante;
VI – quando estiver ligando de central de tele-marketing para o “dono dessa casa”, e
VII – quando estiver finalizando o pouso de um Boeing 747 lotado, em noite de chuva, no aeroporto de Congonhas.
§ 1° Fica vedada, nas circunstâncias de diálogo estabelecidas nos incisos deste artigo, a utilização da expressão “um minutinho só”.
§ 2° A ocorrência dos atos infracionais estabelecidos nos mencionados incisos será apenada com imediata destruição do aparelho celular utilizado, em rito sumaríssimo, ainda que seja este um iPhone 4.
§ 3° À pena fixada no §2° será acrescido o cancelamento imediato da conta telefônica do agente, se este for membro, dirigente ou ministro de igreja evangélica.
Art. 2° Esta Lei será conhecida como “Ultimato do Celular”.
Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de setembro de 2010; 189° da Independência e 122° da República.
RUBEM MARTINS AMORESE
Darci Júnior
poucas palavras…sensacional..inspirativo…criativo…já copiei…
Marcos Bontempo
Maravilha. Se não é um país, pelo menos a lei o é. E, considerando-a uma “Lei Ordinária”, quero sugerir a Vossa Excelência a aprovação de uma Lei Complementar, que trate do volume – em decibéis – do portador desse indefectível telefone andante. Quem sabe, a instalação, sem detença, de um sonômetro em cada aparelho desta República.
eneida rangel celeti
Concordo. Digo amém. Assino embaixo.
Rubem
Oh, gente! Puxa, eu me sinto tão compreendido… 🙂
Gostei da idéia do Marcos: um limitador de volume, um ‘decibômetro’. Sim, que controle não apenas o volume do aparelho, que só fará mal aos ouvidos do usuário, mas o volume do ‘agente’. Já entraram num elevador cheio e demorado, onde uma pessoa conversa (às vezes já entra falando alto) coisas íntimas? Aí, alguém deixa escapar um sorriso, um olhar, indicando que está acompanhando a conversa. Nossa, o cara olha para você como se você estivesse invadindo a vida privada dele. Fulmina o intruso mal educado, vira de costas e continua: ‘ô fulano, diz aí pra mãe lavar também a dentadura; diz pra ela que está com cheiro de esgoto… se ela não escovar eu vou passar com o carro em cima…’ Bem, baixemos um véu piedoso sobre esta cena. :/
Mauricio
Normalmente deixo o celular desligado durante o culto ou escola bíblica. Mas “teve” uma vez que meu celular tocou no 1° minuto do início duma aula da EBD. Sem graça resolvi atender.
– Alô, Pr Maurício?
– Sim. Quem fala?
– É o Culca. Onde vc está, pastor?
– Oras, onde estou!? Onde todo crente deve estar num domingo as 9h: na igreja, na EBD!
– Poxa, pastor! Vc não vem realizar o casamento do Fernando?!?!?! Ta todo mundo esperando!!! Até a Jocínia, a noiva, já chegou tem uns 15 minutos!!!
Fecham-se as cortinas imediatamente.
Obs.: o caso é trágico, mas é verídico. Tenho essa mancha no meu currículo.
Rubem
Prezado Maurício: essa foi demais! Merece ser incorporada ao folclore evangélico!
Tadinha da Jocínia. Detalhe, foi salva por um celular ligado na hora da escola bíblica, hehehe.
Eduardo
Podia ter uma lei que também estabelecesse o quando de asneira um presidente da república, sim o atual, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderia assinar, considerando o altíssimo grau de incompetência lógica, administrativa, democrática. Ah! Sim, mas as leis vêm do Congresso. Alto lá! Dêem a si o luxo de investigar o quanto de projetos do Executivo pousam no Congresso.
A lei do Amorese já caducou no nascedouro: com esses fones de ouvido do tamanho de uma pimenta malagueta, e sem fio, ficou velha a lei.
Eduardo
Voltei por conta do inacreditável. Aconteceu aqui em Natal, numa igreja presbiteriana. Simplesmente inacreditável. O telefone celular do pastor tocou, e ele do púlpito, no meio do sermão, atendeu!!!! Acredite quem quiser.
Rubem
Prezado Eduardo: Essa foi boa, hehehehe.
Mas poderia ser pior: ele poderia estar orando. Pediria um minutinho ao Senhor e atenderia a ligação. :))
Seria engraçado se não fosse trágico.
cravos e espinhas
Gostei o Post!!!!! parabens pra voce por este incrivel escrito, Gostei tambem o tipo em este site