Opinião
- 03 de novembro de 2023
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Israel versus Hamas
Por Valdeci Santos
Na manhã de 7.10.2023, o mundo foi surpreendido com as notícias de um ataque terrorista contra Israel. O número dos mortos e sequestrados só não foi mais apavorante do que as imagens dos corpos de adultos e crianças abatidos naquele ataque. E a morte daqueles civis não resultou de “efeitos colaterais de uma guerra”, mas de massacre intencional. A resposta de Israel também resultou na morte de muitos civis. A cada dia o conflito escala sem previsões de término e com possibilidade de ampliação. Outros grupos terroristas (Hezbollah, Movimento da Jihad Islâmica na Palestina, Estado Islâmico etc.) e até países ameaçam o povo judeu.
Em um mundo caído, não é difícil identificar erros cometidos por diferentes lados de qualquer conflito, mas o evangelho nos convida a discernir os sinais dos tempos e julgar todos os eventos com prudência bíblica. Nesse sentido, a perspectiva cristã sobre as guerras, desde a época de Agostinho de Hipona (354-430 dC), tem sido compreender que algumas guerras são necessárias e justas, porém nem todas. Em seus sermões e escritos, Agostinho defendia três características de uma guerra necessária. Primeiramente, que ela fosse declarada por uma autoridade legítima, pois nenhuma autoridade espúria possui o direito de iniciar uma guerra justificável. Em segundo lugar, ela deveria ter uma causa justa, ou seja, corrigir algum erro ou reestabelecer a ordem em algum contexto de desarmonia social. Finalmente, uma guerra deveria ter uma intenção reta e não meramente o desejo de subjugar ou obter o controle sobre outro povo. Esses três princípios continuam a influenciar as reflexões e análises cristãs sobre as guerras ao longo dos anos. Isso tem instruído as opiniões e lados adotados pelo povo de Deus na História.
Qual deveria ser a posição cristã em meio a toda essa crise acontecendo entre a nação de Israel e um grupo terrorista? Como deveríamos direcionar nossos pensamentos e orações? Abaixo, deixo algumas sugestões.
1. Choremos com os que choram (Rm 12.15). Famílias enlutadas, tanto de judeus como de palestinos, carecem de nossa compaixão e amor. Ademais, alguns parentes e amigos dessas famílias podem estar mais próximos do que imaginamos.
2. Lembremos de que o que ambos os grupos mais necessitam é do evangelho de Cristo. A verdadeira paz só existe quando o Príncipe da paz reina no coração. Sem Cristo, não há qualquer esperança de paz! Os israelitas, o Hamas e todo ser humano necessitam é de Jesus! Essa é uma das razões pelas quais os crentes devem pregar o evangelho!
3. Não nos sintamos obrigados a emitir opiniões públicas sobre todos os detalhes do que está acontecendo. Não temos de ir para o Facebook, X, WhatsApp ou qualquer outro meio de comunicação para alimentar ainda mais o debate em discussões infrutíferas.
4. Pensemos biblicamente sobre Israel. A Bíblia deixa claro que o povo de Deus atualmente não existe no formato de uma “nação”, mas de uma igreja (Rm 9). Os cristãos serão sempre gratos ao povo judeu pelos profetas, pelas promessas e pelo Messias que nasceu entre eles e, certamente, aguardaremos pela conversão significativa de judeus até a vinda de Cristo. Mas a Bíblia não nos autoriza a justificar as ações de uma nação como sendo atos do “povo de Deus”. As Escrituras afirmam que o verdadeiro Israel de Deus, hoje, é a igreja de Cristo, formada por judeus e gentios. São os filhos de Abraão (Rm 4.12).
5. Preparemo-nos para futuros cenários. É necessário lembrar que o mundo odeia tudo o que representa virtudes e valores judaico-cristãos (monoteísmo, família, crianças, crenças, etc.). Se hoje o alvo são os judeus, amanhã os perseguidos serão os cristãos. A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno e aquele que tenta cultivar amizade com o mundo se torna inimigo de Deus e dos valores divinos.
6. Finalmente, oremos, intercedamos e supliquemos pela intervenção de Deus em nossa geração. Devemos pedir pela paz mundial. Devemos orar convictos que somente uma ação especial do Espírito Santo convertendo corações, revitalizando sua Igreja e trazendo quebrantamento de corações poderá resultar em verdadeira paz! Somente o retorno de Cristo e o estabelecimento final do Reino do Rei dos reis deve ser a esperança dos crentes.
Nesses dias angustiantes é difícil pensar corretamente sobre todos os acontecimentos. Mas é necessário exercer discernimento e analisar todas as coisas pela ótica do evangelho de Cristo.
> Artigo publicado originalmente no Jornal Brasil Presbiteriano, edição 828, nov/2023.
REVISTA ULTIMATO | ENVELHECEMOS: A ARTE DE CONTINUAR
Não são todos os que alcançam a longevidade. Precisamos assimilar que a velhice é uma estação tão natural quanto às estações do ano e que cada fase da vida tem suas especificidades e belezas próprias. Ao publicar esta matéria de capa, Ultimato deseja encorajar um novo olhar para a velhice: um novo olhar dos idosos para eles mesmos e um novo olhar para os idosos por parte da igreja e da sociedade.
É disso que trata a matéria de capa da edição 404 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Justiça ou vingança?, por Marcos Amado
» De Quem é a Terra Santa?, de Colin Chapman
» Uma Nova Introdução ao Islã, de Daniel Brown
Na manhã de 7.10.2023, o mundo foi surpreendido com as notícias de um ataque terrorista contra Israel. O número dos mortos e sequestrados só não foi mais apavorante do que as imagens dos corpos de adultos e crianças abatidos naquele ataque. E a morte daqueles civis não resultou de “efeitos colaterais de uma guerra”, mas de massacre intencional. A resposta de Israel também resultou na morte de muitos civis. A cada dia o conflito escala sem previsões de término e com possibilidade de ampliação. Outros grupos terroristas (Hezbollah, Movimento da Jihad Islâmica na Palestina, Estado Islâmico etc.) e até países ameaçam o povo judeu.
Em um mundo caído, não é difícil identificar erros cometidos por diferentes lados de qualquer conflito, mas o evangelho nos convida a discernir os sinais dos tempos e julgar todos os eventos com prudência bíblica. Nesse sentido, a perspectiva cristã sobre as guerras, desde a época de Agostinho de Hipona (354-430 dC), tem sido compreender que algumas guerras são necessárias e justas, porém nem todas. Em seus sermões e escritos, Agostinho defendia três características de uma guerra necessária. Primeiramente, que ela fosse declarada por uma autoridade legítima, pois nenhuma autoridade espúria possui o direito de iniciar uma guerra justificável. Em segundo lugar, ela deveria ter uma causa justa, ou seja, corrigir algum erro ou reestabelecer a ordem em algum contexto de desarmonia social. Finalmente, uma guerra deveria ter uma intenção reta e não meramente o desejo de subjugar ou obter o controle sobre outro povo. Esses três princípios continuam a influenciar as reflexões e análises cristãs sobre as guerras ao longo dos anos. Isso tem instruído as opiniões e lados adotados pelo povo de Deus na História.
Qual deveria ser a posição cristã em meio a toda essa crise acontecendo entre a nação de Israel e um grupo terrorista? Como deveríamos direcionar nossos pensamentos e orações? Abaixo, deixo algumas sugestões.
1. Choremos com os que choram (Rm 12.15). Famílias enlutadas, tanto de judeus como de palestinos, carecem de nossa compaixão e amor. Ademais, alguns parentes e amigos dessas famílias podem estar mais próximos do que imaginamos.
2. Lembremos de que o que ambos os grupos mais necessitam é do evangelho de Cristo. A verdadeira paz só existe quando o Príncipe da paz reina no coração. Sem Cristo, não há qualquer esperança de paz! Os israelitas, o Hamas e todo ser humano necessitam é de Jesus! Essa é uma das razões pelas quais os crentes devem pregar o evangelho!
3. Não nos sintamos obrigados a emitir opiniões públicas sobre todos os detalhes do que está acontecendo. Não temos de ir para o Facebook, X, WhatsApp ou qualquer outro meio de comunicação para alimentar ainda mais o debate em discussões infrutíferas.
4. Pensemos biblicamente sobre Israel. A Bíblia deixa claro que o povo de Deus atualmente não existe no formato de uma “nação”, mas de uma igreja (Rm 9). Os cristãos serão sempre gratos ao povo judeu pelos profetas, pelas promessas e pelo Messias que nasceu entre eles e, certamente, aguardaremos pela conversão significativa de judeus até a vinda de Cristo. Mas a Bíblia não nos autoriza a justificar as ações de uma nação como sendo atos do “povo de Deus”. As Escrituras afirmam que o verdadeiro Israel de Deus, hoje, é a igreja de Cristo, formada por judeus e gentios. São os filhos de Abraão (Rm 4.12).
5. Preparemo-nos para futuros cenários. É necessário lembrar que o mundo odeia tudo o que representa virtudes e valores judaico-cristãos (monoteísmo, família, crianças, crenças, etc.). Se hoje o alvo são os judeus, amanhã os perseguidos serão os cristãos. A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno e aquele que tenta cultivar amizade com o mundo se torna inimigo de Deus e dos valores divinos.
6. Finalmente, oremos, intercedamos e supliquemos pela intervenção de Deus em nossa geração. Devemos pedir pela paz mundial. Devemos orar convictos que somente uma ação especial do Espírito Santo convertendo corações, revitalizando sua Igreja e trazendo quebrantamento de corações poderá resultar em verdadeira paz! Somente o retorno de Cristo e o estabelecimento final do Reino do Rei dos reis deve ser a esperança dos crentes.
Nesses dias angustiantes é difícil pensar corretamente sobre todos os acontecimentos. Mas é necessário exercer discernimento e analisar todas as coisas pela ótica do evangelho de Cristo.
> Artigo publicado originalmente no Jornal Brasil Presbiteriano, edição 828, nov/2023.
- Rev. Valdeci da Silva Santos é teólogo, pastor da IP de Campo Belo, São Paulo, e Diretor do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper.
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Não são todos os que alcançam a longevidade. Precisamos assimilar que a velhice é uma estação tão natural quanto às estações do ano e que cada fase da vida tem suas especificidades e belezas próprias. Ao publicar esta matéria de capa, Ultimato deseja encorajar um novo olhar para a velhice: um novo olhar dos idosos para eles mesmos e um novo olhar para os idosos por parte da igreja e da sociedade.
É disso que trata a matéria de capa da edição 404 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
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