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Palavra do leitor

O que Lewis, Tolkien e Disney têm em comum

Três das maiores personalidades do século 20 — um britânico, um irlandês e outro, americano, — marcaram suas épocas e ainda continuam influenciando o mundo, cada qual na sua área.

Mas o que Lewis, Tolkien e Walt Disney têm em comum?

Um dos autores mais lidos de todos os tempos, estudado por acadêmicos e especialistas, J. R.R. Tolkien, é sinônimo de sucesso na literatura mundial tendo influenciado continuamente muitas gerações com suas obras de ficção. Quem não leu um de seus livros ou não assistiu a um deles adaptados para as telas de cinema? Seu poder de criar personagens e mundos diversos tem levado milhões de pessoas, em diversas línguas e culturas, a viajarem por universos paralelos. O Senhor dos Anéis, sem dúvida, é o maior exemplo da sua capacidade quase ilimitada de produzir enredos e tramas espetaculares.

Já o irlandês C. S. Lewis se tornou famoso pela sua facilidade e carisma em defender o cristianismo e usar uma linguagem acessível para falar de temas teológicos difíceis por meio de seus livros e textos. Grande conhecedor da literatura inglesa, tornando-se professor de renomadas universidades como Oxford e Cambridge, Lewis teve uma profunda experiência pessoal com Deus depois de décadas de ceticismo e ateísmo. Após sua conversão e rendição ao Evangelho da Graça, Lewis passou a usar sua rica literatura, criando personagens e mundos mágicos como fizera seu amigo Tolkien, para levar a mensagem de salvação de Cristo aos quatro cantos do mundo.

Mais conhecido pela famosa obra As Crônicas de Nárnia, uma série de sete romances cujos personagens são inseridos num fantástico mundo onde o Bem e o Mal lutam para conquistar corações (talvez aqui Lewis tenha demonstrado uma visão maniqueísta da História ou talvez a influência que o mundo pós Segunda Guerra teve sobre ele), o escritor irlandês tornou-se mais famoso após sua morte, quando foi redescoberto, e continua sendo "bestseller" em todos os continentes.

E o que dizer de Walt Disney? O homem que conseguiu transformar um simples ratinho feio e desengonçado no maior fenômeno do cinema infantil mundial, Disney parecia uma eterna criança. Claro que, como empresário, ele gostava também de dinheiro. De preferência muitos milhões de dólares. Com sua visão empresarial e instinto para os negócios, se tornou um dos homens mais ricos do mundo deixando o maior império de entretenimento de que se tem notícia. Críticas à parte, a verdade é que ele continua atraindo milhões de famílias de todo o mundo para seus gigantescos parques temáticos fazendo desta uma das maiores indústrias do globo.

Apesar de Tolkien e Lewis terem feito duras críticas ao magnata do cinema (achavam que Disney não havia representado bem alguns personagens e também o criticaram pela sua "ganância" capitalista), esses três homens inteligentes e influenciadores tinham algo muito peculiar em comum: a paixão pela fantasia. Ambos haviam aprendido o quão necessário é para o ser humano se desgarrar da realidade dura e injusta do mundo no qual vivemos, e mesmo que temporariamente, se jogar na beleza e na esperança de mundos criados. Evidente que seriam massacrados por pensadores existencialistas, como Franz Kafka, o filósofo de visão pessimista que só cria em um mundo de "absurdos", no qual não havia espaço para as ditas "alienações".

Tentando compartilhar o que tinham de melhor, esses três personagens movidos que eram pela busca incessante em levar contentamento e alegria à curta existência humana, comungavam com a beleza que a literatura e a arte visual possuem e o poder destas em convergir milhões de olhares e corações a um maravilhoso mundo da imaginação onde tudo é possível.

Para alguns, alienação e fuga; para muitos, uma necessidade intrínseca do ser humano criado à imagem e semelhança de um Deus sempre criativo, belo e surpreendente que não cessa de criar e manter universos além do que podemos ver, tocar e imaginar.

Tony Oliveira - Autor de "Pingos da Graça".
Para outros textos do autor, acesse: https://pingosdagraca.wordpress.com/
Contato: faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
Textos publicados: 78 [ver]
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