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Palavra do leitor

Babilônia: a cultura do individualismo mercadológico

Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura), a cultura seria:

"[...] o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade. " A pressão da opinião pública compele, força, obriga aos seres humanos a agir conforme o costume do seu grupo, grupo que dita a lei que diz o que pode e deve ser feito e o que não na maior parte dos assuntos da vida. "

A sociedade sofreu e vem sofrendo alterações em todos os seus âmbitos sejam eles político, social, econômico ou cultural. Na modernidade Líquida a cultura sofre algumas alterações decorrentes das mudanças ocorridas em alta escala que se tornou axiologicamente preponderante em nossa sociedade. A influência da lógica mercadológica transformou a cultura e trouxe novos paradigmas, não mais a partir do seu pressuposto em sociedade, mas na força do desejo e do valor individual. Segundo Zygmunt Bauman:

"A cultura é feita na medida da liberdade de escolha individual (voluntária ou imposta como obrigação). É destinada a servir às exigências desta liberdade".

A cultura na sociedade atual passa a ter clientes a seduzir, visto que a demanda cultural passa a ser destinada a atender desejos. Ainda para Bauman:

"A cultura de hoje é feita de ofertas, não de normas [...] Esta nossa sociedade é uma sociedade de consumidores."

Amedrontados por causa do tormento dela, ficarão de longe e gritarão: ‘Ai! A grande cidade! Babilônia, cidade poderosa! Em apenas uma hora chegou a sua condenação! ’
"Os negociantes da terra chorarão e se lamentarão por causa dela, porque ninguém mais compra a sua mercadoria: (Ap 18.10,11)

Essa é também a cultura na Babilônia que está em juízo, a cultura que promove não só a individualidade, mas que faz a mercadologização da vida. Veja que o lamento e o choro da cidade não é pela falta de humanidade, solidariedade que não se encontram pelas ruas, mas sim pela ausência da compra, do lucro, do negócio que agora começam ir a ruínas. O choro é por parte daqueles que não lucram mais e não pelos habitantes da cidade, pois, esses já fazem parte das mercadorias da cidade.

Veja que não há mais o empenho de se criar vínculos estabelecido através das relações de pessoas para pessoas, mas de clientes e produtos a serem consumidos, num processo que individualiza. O "novo individualismo" na cultura é mais uma forma de reinventar o eu a partir das ofertas, como se essas reinvenções e redefinições fossem subprodutos da lógica do mercado estabelecido pela dinâmica na Babilônia. Para o sociólogo, Anthony Elliott, o novo individualismo na sociedade contemporânea envolve uma questão cultural. Ele diz:

"O imperativo cultural da reinvenção envolve constante redefinição do "eu", de modo a trazer ganhos ao indivíduo, e não perdas, mas na verdade o processo se assemelha a uma aniquilação niilista da identidade. É como se, embriagado com as fantasias narcisistas do ego, o indivíduo constantemente repaginado fosse exposto como um neurótico compulsivo, viciado nos altos e baixos de uma vida reconstruída uma vez após a outra. "

A única esperança para a humanidade é a queda de um sistema que desumaniza na medida que transforma o ser humano em uma coisa invidualizada e a presença do reino de Deus que resgata o ser humano devolvendo sua humanidade. Foi assim que Jesus libertou um homem e denunciou as estruturas da cidade em Gadara, que lamentando pela principal fonte de renda da cidade (que eram os porcos) não conseguiram perceber a libertação de um ser humano que vivia oprimido onde era habitado por uma Legião, mas impossibilitado de ser ele mesmo. Esse ser humano era o reflexo daquela cidade oprimida também pela legião do império Romano, que podia conter até seis mil soldados (Mc 5 1:17).

Precisamos aprender a enxergar também as estruturas pecaminosas de nossas cidades para que a boa nova de Jesus tenha eficácia diante de nossas cidades mediante a proclamação do Reino de Deus que chegou e vivemos aguardando esperançosos sua plenitude.

Que o Espírito Santo nos conduza, pois, é a vida do Espírito que nos vivifica e nos conduz para perceber essas realidades e nos direcionar em responsabilidade anunciando onde pisamos que o reino de Deus chegou e que todo ser humano é imagem e semelhança do Criador e sua vida e existência não pode ser aviltada, roubada, usurpada e oprimida por nada que o faça perder a sua dignidade de ser.
São José Dos Campos - SP
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