Palavra do leitor
- 19 de outubro de 2020
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A traição como ética relacional no reino de Mamom
...e ele foi aos principais sacerdotes e aos capitães da guarda do templo para combinar a melhor maneira de lhes entregar Jesus. Eles ficaram muito satisfeitos e lhe prometeram dinheiro.(Lucas 22:4-5)
Judas, aquele traiu Jesus, arquitetou uma forma de entregá-lo da melhor maneira, longe do povo, para que não gerasse uma revolta popular, pois, tinham Jesus como profeta.
Ao sistematizar a traição, Judas recorre aos principais sacerdotes e aos capitães da guarda do templo. Precisava da harmonia entre a religião judaica e o império romano e uma motivação que pudesse selar o contrato entre ambas as partes, que na verdade já o tinha.
A religião tinha virado mercado e o império cobrava impostos exorbitantes da população. A imagem da moeda era de César. Quem estava quebrando essa lógica, era Jesus, uma pedra de tropeço, uma voz profética e incômoda, uma denúncia contra toda tirania estabelecida pela corrupção, fruto do pecado da qual chamava todos ao arrependimento.
Em troca, Lucas vai relatar, que o acordo selado entre eles, gera lucro, pois, em recompensa do serviço de Judas, havia pagamento. O beijo de Judas em Jesus é o ápice do que pode tornar as relações humanas quando perdem o afeto, a humanidade e adentram nas esferas comerciais e contratuais do reino de Mamom.
Não precisamos ir longe para perceber como essa lógica acontece no nosso dia a dia. Benefícios que o dinheiro pode comprar atraem e seduzem, trazem consigo a promessa ilusória de segurança e estabilidade, mas não tem potência para experiências relacionais promotoras de vida, pois, sempre é consumada por vínculos de interesse sem capacidade de afeto e perdas.
No mundo business, onde o dinheiro transcende e se eleva à categoria de divindade, quando a lógica operandi é ditada pelos valores do Mercado, não distinguimos mais entre pessoas e coisas. Em troca do que podemos obter transformamos tudo e todos em mercadorias como oferta no altar de Mamom.
A traição de Judas é consumada no beijo, mas o Diabo ganha seu coração quando seus olhos começam a enxergar em Jesus uma oportunidade de fazer Mercado que sendo bem negociado seria um ótimo produto para se lucrar. No Mercado o ser humano se desumaniza ao ponto de tornar-se produto e o dinheiro, objeto se diviniza transcendendo e tornando-se deus. Vive-se assim em função do que se adora.
Enquanto Judas se aproximava de Jesus intencionado a um beijo contratual, como símbolo utilitário, como um ato mercadológico de identificação de entrega de um serviço bem feito, Jesus não perde a compostura e seu olhar humanizador, pois, em meio a um beijo traidor que o coloca como mercadoria por Judas, há uma lógica humanizadora que tenta resgatar a humanidade e o afeto por Jesus quando chama o traidor de amigo.
Toda oferta a Mamom começa com uma lógica traidora que não pondera o valor e não distingue mais entre coisas e pessoas. No fim beijos são dados de acordos selados na lógica do Mercado. Traições são legitimadas no altar do capital onde trinta moedas de prata passa a ter mais valor do que pessoas que insistiram em nos chamar de amigos.
Quem se deixa seduzir pelos desejos ofertados por Mamom, acaba precificando pessoas e não consegue mais dar beijos de afeto sem que esses não estejam carregados de uma lógica utilitária e oportunista. No reino de Mamom toda relação perde sua dimensão afetiva, humana e solidária e passa a ser reformatada e vista nos moldes da mercadologização da vida, pois, não há vida humana que sendo negociada, não seja capaz de gerar lucro.
Judas, aquele traiu Jesus, arquitetou uma forma de entregá-lo da melhor maneira, longe do povo, para que não gerasse uma revolta popular, pois, tinham Jesus como profeta.
Ao sistematizar a traição, Judas recorre aos principais sacerdotes e aos capitães da guarda do templo. Precisava da harmonia entre a religião judaica e o império romano e uma motivação que pudesse selar o contrato entre ambas as partes, que na verdade já o tinha.
A religião tinha virado mercado e o império cobrava impostos exorbitantes da população. A imagem da moeda era de César. Quem estava quebrando essa lógica, era Jesus, uma pedra de tropeço, uma voz profética e incômoda, uma denúncia contra toda tirania estabelecida pela corrupção, fruto do pecado da qual chamava todos ao arrependimento.
Em troca, Lucas vai relatar, que o acordo selado entre eles, gera lucro, pois, em recompensa do serviço de Judas, havia pagamento. O beijo de Judas em Jesus é o ápice do que pode tornar as relações humanas quando perdem o afeto, a humanidade e adentram nas esferas comerciais e contratuais do reino de Mamom.
Não precisamos ir longe para perceber como essa lógica acontece no nosso dia a dia. Benefícios que o dinheiro pode comprar atraem e seduzem, trazem consigo a promessa ilusória de segurança e estabilidade, mas não tem potência para experiências relacionais promotoras de vida, pois, sempre é consumada por vínculos de interesse sem capacidade de afeto e perdas.
No mundo business, onde o dinheiro transcende e se eleva à categoria de divindade, quando a lógica operandi é ditada pelos valores do Mercado, não distinguimos mais entre pessoas e coisas. Em troca do que podemos obter transformamos tudo e todos em mercadorias como oferta no altar de Mamom.
A traição de Judas é consumada no beijo, mas o Diabo ganha seu coração quando seus olhos começam a enxergar em Jesus uma oportunidade de fazer Mercado que sendo bem negociado seria um ótimo produto para se lucrar. No Mercado o ser humano se desumaniza ao ponto de tornar-se produto e o dinheiro, objeto se diviniza transcendendo e tornando-se deus. Vive-se assim em função do que se adora.
Enquanto Judas se aproximava de Jesus intencionado a um beijo contratual, como símbolo utilitário, como um ato mercadológico de identificação de entrega de um serviço bem feito, Jesus não perde a compostura e seu olhar humanizador, pois, em meio a um beijo traidor que o coloca como mercadoria por Judas, há uma lógica humanizadora que tenta resgatar a humanidade e o afeto por Jesus quando chama o traidor de amigo.
Toda oferta a Mamom começa com uma lógica traidora que não pondera o valor e não distingue mais entre coisas e pessoas. No fim beijos são dados de acordos selados na lógica do Mercado. Traições são legitimadas no altar do capital onde trinta moedas de prata passa a ter mais valor do que pessoas que insistiram em nos chamar de amigos.
Quem se deixa seduzir pelos desejos ofertados por Mamom, acaba precificando pessoas e não consegue mais dar beijos de afeto sem que esses não estejam carregados de uma lógica utilitária e oportunista. No reino de Mamom toda relação perde sua dimensão afetiva, humana e solidária e passa a ser reformatada e vista nos moldes da mercadologização da vida, pois, não há vida humana que sendo negociada, não seja capaz de gerar lucro.
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