Semana 34: Lucas 9.28-36

“Mais ou menos uma semana depois de ter dito essas coisas, Jesus levou Pedro, João e Tiago e subiu o monte para orar. Enquanto orava, o seu rosto mudou de aparência, e a sua roupa ficou muito branca e brilhante. De repente, dois homens apareceram ali e começaram a falar com ele. Eram Moisés e Elias, que estavam cercados por um brilho celestial. Eles falavam com Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer em Jerusalém. Pedro e os seus companheiros estavam dormindo profundamente, mas acordaram e viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. Quando esses dois homens estavam se afastando de Jesus, Pedro disse: — Mestre, como é bom estarmos aqui! Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele ainda estava falando, quando apareceu uma nuvem e os cobriu. Os discípulos ficaram com medo quando a nuvem desceu sobre eles. E da nuvem veio uma voz, que disse: — Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz! Quando a voz parou, eles viram que Jesus estava sozinho. Os discípulos ficaram calados e naquela ocasião não disseram nada a ninguém sobre o que tinham visto.

Diversas vezes ao longo destas devocionais reparamos que a compreensão dos propósitos de Deus em Jesus Cristo não são evidentes simplesmente pelo bom raciocínio. Exige uma certa disposição que em outros lugares os autores do Novo Testamento chamam de “fé”. Muitas vezes, até aqui, as pessoas que não demonstram esta fé, que insistem em aplicar os mesmos critérios de análise que estão acostumados são os fariseus e os escribas, isto é, os líderes religiosos. Nem sempre, mas geralmente. Mas esta vez — e não é a primeira vez que isto ocorre em Lucas — o “incrédulo” é um discípulo. Aliás, ele é o líder entre os discípulos (já reparou que Pedro sempre figura no início das listas dos discípulos nos Evangelhos?). “Pedro não sabia o que estava dizendo”. Estava voando, e não era a primeira e nem a última vez! O mais incrível ainda era o contexto da sua confusão…

O contexto era a “transfiguração”, o encontro de Jesus com o profeta mais popular das Escrituras até então, Elias, e a pessoa mais importante para os judeus (até hoje) nas Escrituras até então, Moisés. Para os discípulos, não havia prova maior da autenticidade das palavras e obras de Jesus. E Pedro, mais uma vez, não sacou. Pelo menos é isto que a passagem nos diz. Mas espera aí. Será que a reação de Pedro realmente era diferente que aquela que você ou eu teria diante das mesmas circunstâncias? Ele apenas queria ser um bom hospedeiro, deixar um pouco de conforto para os “grandes” e aproveitar um pouco mais (no bom sentido) da oportunidade de estar com eles. Qual era o problema?

Sinceramente não sei dizer precisamente. Posso apenas especular espiritualizando alguma moral como se faz geralmente quando se fala desta passagem.

Hoje tomei café com um pastor colega, amigo de 35 anos, pastor da igreja onde vou pregar este domingo. Ele pediu que eu compartilhasse o que esta igreja precisa fazer ou mudar para alcançar mais efetivamente a sua comunidade. Fácil, não?! Tentei falar algumas ideias para ele na hora mas tive a estranha sensação que “não sabia o que estava dizendo”! Ou seja, o desfio era muito acima de mim. Quantas vezes isto acontece nas nossas vidas? As circunstâncias simplesmente ficam acima do que a gente pode alcançar.

E o nosso desafio permanece o mesmo que os discípulos: ouvir o Filho escolhido de Deus e escutar o que ele diz!

Oração

Pai, nos dê ouvidos para ouvir e a percepção para compreender a incumbência que nos deu e capacite-nos pelo Seu Espírito. Em nome de Jesus. Amém.

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