Semana 30: Lucas 8.22-56

…. Mas eles estavam admirados e com medo (v. 25a)

…. Quando chegaram perto de Jesus, viram o homem de quem haviam saído os demônios. E ficaram assustados… (v. 35b)

…. Aí toda a gente da região de Gerasa ficou com muito medo e pediu que Jesus saísse da terra deles. (v.37a)

…. Quando Jesus voltou para o lado oeste do lago, a multidão o recebeu com alegria (v. 40a)

…. Então a mulher, vendo que não podia mais ficar escondida, veio, tremendo, e se atirou aos pés de Jesus. (v. 47a)

…. Jesus ouviu isso e disse a Jairo: — Não tenha medo; tenha fé… (v. 50a)

…. Os seus pais ficaram muito admirados, mas Jesus mandou que não contassem a ninguém o que havia acontecido. (v. 56)

A passagem toda, Lucas 8.22-56, é mais longa que normalmente surgerimos para ler. Registra vários atos extraordinários de Jesus: acalmou a tempestade (vv. 22-25), curou o homem de Gerasa dominado por demônios (vv. 26-39), a ressuscitou a filha de Jairo, chefe da sinagoga e curou a mulher com uma hemorragia de doze anos (vv. 41-56). São relatos de proezas que causaram às vezes espanto e medo. Outras vezes, geralmente em escala menor, causou admiração.

Também a resposta de Jesus variava. Por um lado, no primeiro e último incidente ele exortava seus ouvintes a terem fé (v. 25). E por causa da sua fé, foram sarados (vv. 48, 50). No caso do homem de Gerasa dominado por demônios foi a fé de Jesus que o curou.

Por outro lado, às vezes Jesus exortava os seus ouvintes a propagarem a cura realizada (v. 39, 48?). Mas nem sempre. No caso da ressurreição da filho de Jairo, Jesus mandou que não contasse o que aconteceu (v. 56).

Assim, duas observações me ocorrem desta passagem. Primeiro, muitas vezes as pessoas reagem com medo diante de algum ato extraordinário de Deus nas suas vidas. Estou escrevendo esta reflexão de uma conferência missionária de cerca de 800 pessoas no norte do estado de Pennsylvania nos Estados Unidos. Antes de dormir ontem à noite, eu e minha esposa conversávamos com uma senhora indiana que busquei no aeroporto na noite anterior direito de Nova Delhi. Ela nos contou “coisas incrívis” de 750.000 batismos em um ano na Índia pelas 100.000 igrejas “caseiras” que nasceram através de um mover do Espírito Santo nos últimos anos. Disse-nos que ficaríamos com medo só de saber da sua batalha espiritual que teve no avião caminho para a conferência. Não ficamos com medo mas ficamos impressionados. Mas achei interessante que ela esperava uma reação de medo. Por que? Talvez pela sua própria experiência na Índia, as pessoas que nada sabiam de Jesus frequentemente reagiam com medo diante dos sinais e maravilhas que acompanham o anúncio e a aceitação do evangelho. Na minha experiência evangelística atesto também da reação de medo e/ou espanto diante de uma demonstração extraordinária do evangelho. É bom a gente apenas reparar isto e estar sensível a esta reação para podermos desafiar as pessoas com transparência e compaixão mesmo no meio da ousadia.

A segunda observação sobre a passagem acima diz a respeito da exortação de Jesus para seus ouvinte. Não foi única e neste sentido Jesus não era democrático no sentido mais comum da palavra hoje. Às vezes Jesus mandava anunciar o que ocorrera. E às vezes exigia silêncio. Neste caso, a exigência do silêncio provavelmente era por causa do milagre da ressurreição em si, algo que nem mesmos os discípulos esperavam ou entendiam até mesmo depois da ressurreição de Jesus. Mas isto seria assunto para outra reflexão. Por enquanto, quero reparar apenas que Jesus não tratava cada pessoa e cada situação da mesma maneira. Às vezes a censura era necessária. Mas tarde reparamos neste e em outros Evangelhos que Jesus nem sempre “dava bola” para as pessoas que queria atrapalhá-lo ou colocá-lo num armadilha. Precisamos ministrar com discernimento e coragem.

Oração

Novamente somo gratos a Ti, Senhor, pelo supremo exemplo de Jesus e pedimos a Tua direção para que ministremos com discernimento, graça e até mesmo censura. Em nome de Jesus. Amém.

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