[Jó]
“Os perversos odeiam a luz.A própria mãe não lembra dele. Os vermes o devoram com gosto, e ele é esquecido por todos. O pecador é destruído como uma árvore que cai. Isso acontece porque ele nunca ajudou as viúvas, nem teve pena das mulheres que não podem ter filhos. Deus, com o seu poder, destrói os maus; ele age e acaba com a vida dos perversos. Deus deixa que vivam seguros, mas fica sempre de olho neles. Durante algum tempo, os perversos prosperam, mas num instante secam como o capim, são cortados como as espigas de trigo. Quem pode dizer que essas coisas não são assim? Será que alguém pode provar que não estou dizendo a verdade?”

Reflexão

Na sua resposta para seus amigos que entendem que os perversos sofrem enquanto os justos prosperam, Jó faz a observação profunda e contrária acima. Nos versos 3 a 11 ele fala de órfãos, viúvas e pobres que sofrem indevidamente às mãos dos exploradores perversos. Interessante notar que estas três categorias de pessoas exploradas (órfãos, viúvas, e pobres), junto com os estrangeiros, são especialmente protegidas pela Lei. Inclusive, nos Salmos, a palavra usada para “pobre” às vezes é traduzida como “justo” por ser virtualmente o seu sinônimo. Desta forma, Jó apela para o bom senso que reconhece que pessoas inocentes, pessoas que são especialmente o objeto da proteção e do amor de Deus, sofrem. Ao mesmo tempo, Jó também afirma, e novamente apelando para o bom senso, que pessoas más prosperam, mesmo que indevida e temporariamente (especialmente v.24).

Por que Jó fala assim? Sem dúvida ele está repreendendo os amigos pela sua “teologia” raza. Veja, por exemplo, o último versículo citado acima. Mas ao fazê-lo, ele também faz uma observação “conciliatória”, sobre a qual os seus amigos também concordam: Deus julgará um dia a todos (v.1). E este dia pode ser ou não o dia de hoje. Para os amigos de Jó, o dia sempre é hoje. Para Jó, pode ser ou não. Mas para todos, o julgamento é certo, adiado ou não.

A bondade e a integridade são compensadas, sim. E a maldade, a duplicidade, e o auto-engrandecimento são punidas. Mas a punição ou a compensa não são meramente “futuras” e exteriores. São, acima de tudo, presentes e interiores. Fazer a coisa certa, mesmo que resulte em exploração, faz um bem imenso ao interior, e o bem que faz é imediato.

No meio do sofrimento, Jó havia aprendido uma lição incalculável: fazer a coisa certa é simplesmente certo, mesmo que redonde, por enquanto, em sofrimento.

Oração

Pai eterno e misericordioso, como é bom seguir nos teus passos e nos conduzir de acordo com os teus preceitos. Dá-nos a tua graça para viver de a plenitude do teu Espírito. Em nome de Jesus. Amém.

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