[Jó:] “Vocês dizem: ‘Como foi que nós o atormentamos? A causa desta desgraça está nele mesmo.’ Mas tenham medo da espada, a espada com que Deus castiga a maldade. Fiquem sabendo que há alguém que nos julga.”

Então Zofar, da região de Naamá, em resposta disse: “Jó, você me deixou perturbado, e por isso respondo logo. As suas repreensões são um insulto, mas eu sei dar a resposta certa…

Reflexão

Depois daquela magnífica afirmação da sua fé que lemos no devocional anterior—“Pois eu sei que o meu defensor vive; no fim, ele virá me defender aqui na terra”—Jó conclui com o severo aviso acima que Deus castiga a maldade. É mais que evidente que Jó se refere às falsas acusações dos amigos sobre a razão (pecado) das desgraças que ele sofria. De fato, esta é a conversa que estamos já acostumados a ouvir ao longo dos capítulos anteriores. Mas o susto é o seguinte…

Jó acaba de falar estas palavras, e um dos seus amigos, evidentemente surdo ao aviso que Jó acabara de dar, começa novamente a julgar Jó como culpado de pecado. Zofar faz isso, obviamente pensando que está certo, mas, como bem sabemos, não está. Até então nenhuma novidade. Mas o susto que eu levo é de contemplar que Zofar acaba se tornando alvo do aviso terrível de Jó: “tenham medo da espada, a espada com que Deus castiga a maldade. Fiquem sabendo que há alguém que nos julga.” Se eu fosse Zofar, o aviso de Jó já seria suficiente para eu pensar duas vezes antes de responder da maneira habitual. Mesmo que pensasse que Jó está em pecado, acho que eu não iria me arriscar mais em falar assim abertamente. Mas Zofar parece não estar nem aí!

Como este papel de porta-voz de Deus, de ser conselheiro aos aflitos e ouvido atento para os sofridos é uma responsabilidade enorme! Eu sei, eu sei, eu sei, já falamos isto antes (mas o Livro de Jó continua nos dando a mesma lição): sejamos moderados ao dar conselho, rápidos e super atentos para ouvir e discernir, e lentos, toda a vida lentos para falar. Isto não será falta de ousadia. Apenas é assumir a humildade de servo no trato do nosso próximo (especialmente quando for amigo!)

Oração

Pai, quando lemos o Livro de Jó, ficamos totalmente desmotivados de aconselhar os outros. Mas sabemos que isto também não seria certo. Afine os nossos corações ao seu. Dê-nos a mente de Cristo para discernirmos quando consolar, quando exortar e quando nos calar. Em nome de Jesus. Amém.

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