Então Bildade, da região de Sua, em resposta disse: “Até quando você, Jó, vai falar assim? Até quando as suas palavras serão como um vento forte? Será que Deus torceria a justiça? Será que o Todo-Poderoso faria o que não é direito? Decerto os seus filhos pecaram contra Deus, e ele os castigou como mereciam. Agora volte para Deus e ore ao Todo-Poderoso….”

Reflexão

Nos capítulos 6 e 7, Jó, muito chateado com Deus e com os seus amigos, desabafa de modo com uma transparência assustadora. Lemos um pouco disto nas últimas devocionais. Agora é a vez de um outro amigo falar. Como o primeiro amigo, Elifaz, nos capítulos 4 e 5,  também adepto convicto da sua teologia da vida vitoriosa que é um espelho da teologia da prosperidade, Bildade é convencido que Jó é vitima do seu próprio pecado e os filhos de Jó são vítimas dos seus pecados. A reclamação gritante de Jó nos capítulos anteriores, aos olhos dos seus amigos, deve parecer carnal e assim confirma a perspectiva de Bildade. Afinal, quem tem a coragem de questionar a veracidade da sua afirmação: Será que Deus torceria a justiça? Será que o Todo-Poderoso faria o que não é direito? Bildade deve ter razão, não? Não, Bildade está tragicamente equivocado.

Ainda estou assimilando a tragédia dos últimos 5 dias no Japão, que por sinal continua a se desdobrar. Domingo à noite, no culto, diriji a congregação numa oração pedindo o socorro de Deus para os japoneses e a proteção contra explosões nas usinas nucleares. De lá para cá, havia diversas explosões e o mundo inteiro está preocupado. Deus não ouviu as minhas (e as suas) orações? Deus está castigando os japoneses pelo seu pecado? Afinal, Deus torce a sua justiça ou faz o que não é direito?

Mas quanta pretensão nossa e do Bildade pressupor que toda desventura que ocorre para mim individualmente ou para um grupo de pessoas numa determinada região é vinculada espiritualmente ao comportamento humano. Chegamos a esta conclusão para poupar Deus da culpabilidade das desgraças que ocorrem, como se estas duas alternativas  esgotássem as suas explicações.

O Livro de Jó nos ensina que Deus não não é culpado pela situação de Jó e nem Jó é culpado. O mesmo pode ser dito em relação aos terremotos, o tsunami e das explosões nas usinas no Japão. Fazem parte duma criação em agonia, uma criação que aguarda a sua libertação, uma criação onde podemos e devemos, como cristãos, fazer diferença. Sobre isto, nosso papel não é de explicar, e sim, de redimir.

Oração:

Pai, desculpe a minha insistência, mas por favor, tenha misericórdia do povo japonês. Poupe os de maiores crises. Ajude-nos a ajudá-los com água, resgates, reconstrução e demonstração da compaixão de Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

  1. Olá Timóteo!
    Que agradecer-lhe pelos estudos do Livro de Jó. Sempre achei esse livro interessante, mas com alguns trechos difíceis de entender. Mas você está facilitando tudo para mim e com uma linguagem clara e fácil! Que legal! Já tinha aprendido muito com as eco-devocionais e agora posso compreender muito melhor esse livro da Bíblia tão rico!
    Muito obrigada!
    Abraço
    Vânia.

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