“Apesar de lamentar terrivelmente não ter qualquer esperança no além, acredito que o ateísmo – quando amparado por boa poesia, pelo menos – é uma concepção mais elegante, mais profunda e que encerra mais respeito à vida do que a fé em Deus. Que eu exista, que você exista, que haja árvores que dão frutos e frutos que dão sementes, que esses frutos sejam doces justamente para que eu e você os comamos e espalhemos as sementes… Não é infinitamente mais belo se nada disso fizer parte de roteiro algum? Veja o universo, que coisa fantástica. Pra que serve? Pra nada: eis o grande milagre.”

Antonio Prata, Folha de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Na propalada sociedade do conhecimento, o conhecimento se renova rapidamente. Assim, a capacidade de aprender permanentemente passou a ser condição para o exercício da cidadania e das profissões. É crucial, portanto, que o sistema educacional de um país desenvolva em todos essa capacidade.”

Marisa Eboli, O Estado de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Mais da metade dos brasileiros de 18 a 24 anos não tem o ensino médio. Vale repetir: estamos no ano 2013, e quase 60% de nossos 22,5 milhões de jovens adultos, no auge de sua capacidade, só terminaram o ensino fundamental. Isso significa que 13,2 milhões de jovens (um número bem superior à população inteira da Bélgica) têm apenas noções básicas de português, matemática, história, geografia e ciência, além de uma imensa dificuldade para entender o mundo e se integrar ao mercado de trabalho.”

Ruth de Aquino, Época – 05/08/2013

 

“Nos Estados Unidos, o crescimento dos livros digitais começa a desacelerar. O faturamento dos e-books cresceu 41% em 2012. Nos anos anteriores, o número fora superior a 100%. Analistas preveem que a participação dos livros digitais se estabilize em 30% do mercado. Uma pesquisa revela que 97% dos compradores de e-books continuam a ler livros de papel. O apocalipse digital, antes visto como uma questão de tempo, deverá ficar apenas na imaginação a coexistir.”

Época – 05/08/2013

 

“Se o mundo é uma elegante explicação matemática ou, como acreditam oito em cada dez americanos, efeito da vontade divina, são questões que inevitavelmente rimam com outra: por que existo?”

Jim Holt, Veja – 07/08/2013

 

“Aos que se julgam com o monopólio da representação e que só deixam os gabinetes para reproduzi-la com propaganda enganosa de tempos em tempos vale o recado de Francisco para a igreja: ‘Saiam à rua a armar confusão. Abandonem a mundanidade, a comodidade e o clericalismo. Deixemos de estar encerrados em nós mesmos!’.”

Chico Alencar, Folha de S.Paulo – 09/08/2013

 

“Contra um mal que pervaga todos os estratos da sociedade precisamos de remédios potentes, ou melhor, de vacinas. Quando não há vacinas, como contra o mal da corrupção, que tem impacto direto no desenvolvimento socioeconômico dos países, o caminho da prevenção reside em simplicidade, transparência, esclarecimento e punição, além de instituições fortes em ambiente democrático, poderemos quebrar as engrenagens de funcionamento da corrupção e criar a sociedade que almejamos. O combate à corrupção deve ser um dos sustentáculos na construção dos valores que podem conduzir o Brasil ao lugar de merecido destaque no panorama mundial.”

Roberto Abdenur, O Estado de S.Paulo – 09/08/2013

 

“No egoísmo e no individualismo, que permeiam e regulam, com frequência, as relações sociais, cada um, cada grupo ou país é levado a reivindicar e afirmar seus próprios direitos, sem ter em conta a sua contribuição para o bem comum. Na atitude solidária há sempre a preocupação com o bem comum. A solidariedade é um dos princípios éticos basilares da concepção cristã de organização social, política e econômica. Não se trata de vaga compaixão, distante e descomprometida, diante dos males de outras pessoas próximas ou distantes; ao contrário, é o empenho firme e perseverante pelo bem de todos e de cada um; uma vez que todos dependem uns dos outros, todos também são responsáveis uns pelos outros. […] Negar o princípio da solidariedade levaria também a negar uma das principais forças propulsoras da civilização, para adotar novamente a lei da selva, onde os mais fortes sobrevivem e os mais fracos são abandonados à própria sorte. Os mecanismos perversos que destroem o convívio social só podem ser vencidos mediante a prática da verdadeira solidariedade.”

Dom Odilo Scherer, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O silêncio é o meu hábitat mental natural. Não me sinto um excêntrico. No mundo cada vez mais barulhento, cacofônico e compulsivamente loquaz em que vivemos, a preferência pelo resguardo acústico não caracteriza uma anomalia, justo o contrário, é anseio de muita gente. Nunca se falou tanto no mundo. Somos a civilização dos falastrões, da tagarelice dos celulares, da conversa fiada online, do Twitter, do Facebook. Só nos Estados Unidos registrou-se um aumento de quase 7 trilhões de palavras faladas depois da invenção da internet. ‘Nunca se falou tanto, nunca se pensou tão pouco’, observa Adauto Novaes.”

Sérgio Augusto, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O número de jovens levados ao pronto-socorro após usarem estimulantes como a Ritalina, droga usada no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tem crescido, segundo pesquisa feita nos EUA. As visitas emergenciais a hospitais ligadas ao uso desses remédios entre jovens de 18 a 34 anos cresceu de 5.600 em 2005 para 23 mil em 2011, segundo os dados do Departamento de Saúde do governo americano. O aumento foi mais notável na faixa dos 18 aos 25 anos. Metade das pessoas que fizeram mau uso dos remédios havia obtido as drogas por meio de um amigo ou parente em vez de por indicação de um médico.”

New York Times/Folha de S.Paulo – 10/08/2013