Posts tagged sociedade

22ª semana de 2011

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“Um diretor de empresa deve ser criativo e sensível para o mundo. E as artes ensinam a buscar novas perspectivas, visões e possibilidades”.
Vera Lúcia Iamburus, 49, professora de artes, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Vivemos um tempo de incertezas, de sinais confusos, de ausência de vínculos duradouros. Mas, ao mesmo tempo, o comportamento fluido e relativismo acaba, frequentemente, em arrebatos de dogmatismo ideológico. O relativismo, facilmente, transforma-se em autoritarismo. […] Aqui reside o ponto central, cuja discussão é incômoda para uma sociedade que não deseja utilizar o conceito ‘verdade’. Este seria apropriado apenas para uma agenda conservadora; os contemporâneos não deveriam utilizá-los mais. Mas será que a ‘verdade’ é tão incômoda? Porque ainda estamos imersos no sofisma moderno que confunde ‘ter um conhecimento certo sobre algo’ com ‘ser dono da verdade’. O engano está em equiparar ‘conhecimento limitado’ – que é onde sempre estaremos – com ‘todo conhecimento é inválido’.”
Carlos Alberto di Franco, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Ócio criativo não é preguiça ou não fazer nada. É fazer três coisas simultaneamente: estudo, trabalho e jogo. […] Sou contra a multitarefa! Você faz muitas coisas que não se somam, se subtraem. O ócio criativo é uma síntese.”
Domenico de Masi, 70, sociólogo italiano, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.”
Arnaldo Jabor, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A sociedade, de tão assustada diante do seu próprio horror, tenta inventar respostas que justifiquem o injustificável.”
Jorge Forbes, psicanalista, Revista Psique & Vida, maio de 2011

“Uma situação alarmante: 57,7 milhões de cidadãos com mais de 18 anos sem Ensino Fundamental completo e cerca de 14 milhões de analfabetos.”
Alexandre Barros, Revista Nova Escola – maio de 2011

“Nos tempos que correm somos praticamente todos leitores, mas cada vez menos leitores de livros.”
Hugo Miguel Costa, Revista Vida Simples – junho de 2011

“Na visão do capitalismo consciente, a empresa por natureza, deveria ser sempre social e, na visão do capitalismo competitivo, a empresa, por natureza, nunca é social. Precisamos que todos os setores estejam engajados nessa nova atitude. Tudo isso não é fácil em um mundo acostumado com o desenvolvimento tecnológico e o progresso sem limites – e, certamente, criar uma concepção de progresso inspirador é uma grande ambição”.
Marcus Lopes, Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Rio Carioca – Revista Liderança – maio de 2011

02 de janeiro de 2011

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“Essa é a era da inclusão, da participação, da disseminação da informação, da busca da igualdade de oportunidades. A complexidade de lidar com esse mundo da inclusão é muito maior e ao mesmo tempo fascinante, pois reflete o fato de estarmos construindo um mundo melhor e mais digno. Enfim, não dá para poucos irem bem num mundo que vai mal!”

Fábio Colletti Barbosa, 55, administrador de empresas, é presidente do Grupo Santander Brasil e da Febraban,  Folha de S.Paulo – 02/01/2011

 

“A palavra religião vem de “religare”, reconectar. Mas com o quê? Escolhas diferentes para religiões diferentes. Ao buscarmos as leis que descrevem a natureza e suas criações, estamos nos reconectando com nossas origens cósmicas. Esse é o meu “religare”, que traz sentido à minha vida e lhe dá direção. Se a vida é fruto da luta contra o inexorável crescimento entrópico e o decaimento material, é ainda mais bela por isso. Por que não chamá-la, afinal, de sagrada?”

Marcelo Gleiser, professor de física, Folha de S.Paulo – 02/01/2011

 

“Mais de um século atrás, Nietzsche observou: ‘Quase 2 mil anos e nenhum Deus novo!’ De fato, embora centenas de novas religiões apareçam e desapareçam a cada ano, faz séculos desde que uma grande religião realmente nova surgiu no planeta. Nós já estouramos o prazo para um Deus novo. Nossa atual ordem religiosa formou-se no que Karl Jaspers chamou de ‘era axial’ – aquele período extraordinário entre 800 a.C. e 200 d.C. que testemunhou a ascensão do monoteísmo com o zoroastrismo, o surgimento do budismo, a criação do confucionismo e a florescência da filosofia humanista grega. […] Três tecnologias nos trouxeram para o limiar de outra mudança axial hoje. O transporte aéreo deu às populações uma mobilidade sem precedentes. O contêiner intermodal distribuiu uma cornucópia de produtos para todos os cantos do mundo. E o ciberespaço tornou-se um promíscuo viveiro de ideias seminais. Agregue a isso tudo a dose atual de miséria humana com as guerras, revoluções e desastres naturais, e o resultado é um potente caldo de cultura a partir do qual um novo Deus poderia surgir. A ascensão do fundamentalismo é um indicador seguro de insatisfação com a atual ordem religiosa. Os crentes descontentes olham primeiro para suas raízes em busca de conforto, mas as origens raramente reconfortam e, assim, eles inevitavelmente procuram por um novo Deus.”

Paul Saffo, diretor-gerente e de previsão da Discern Analytics, e professor visitante da Universidade de Stanford, “O Mundo em 2011” – Revistas The Economist/Carta Capital – janeiro-fevereiro de 2011

31 de dezembro de 2010

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“As mulheres vivem com os nervos à flor da pele. Um levantamento realizado pela Med-Rio, especializada em check-ups, com 10.000 executivas ao longo dos últimos 20 anos mostra que o número de mulheres estressadas aumentou de 40%, no início dos anos 1990, para 60% em 2010.. ‘A dupla jornada de trabalho submete as mulheres à mesma tensão, ou talvez até maior, que a vivida pelo homem. Como consequência, elas estão desenvolvendo uma série de patologias que antes eram mais frequentes no universo masculino’, diz o especialista em medicina preventiva Gilberto Ururahy, diretor médico da Med-Rio. Quem mais sofre com os altos níveis de estresse é o coração. Na década de 60, para cada vítima feminina de doenças cardiovasculares havia nove masculinas. Hoje, depois da emancipação feminina, a proporção é de uma para três.”

Claudia Miranda, Revista Você S/A – dezembro de 2010

 

“Tolerância é uma forma de respeito, sim, mas a tolerância com o desrespeito perde sua essência. Uma sociedade assim desrespeita a si mesma, banaliza a educação, embrutece as relações, diminui seu valor e compromete seu futuro. E tudo começa nos pequenos atos, que se replicam nas grandes decisões.”

Eugenio Mussak, rofessor do MBA da FIA e consultor, Revista Você S/A – dezembro de 2010

 

“Ao subir a rampa, em primeiro de janeiro de 2003, Lula carregou com ele uma história de vida incontrastável e uma nítida boa vontade de pobres, de ricos e da classe média que antes o rejeitava. Ao descer, em primeiro de janeiro de 2011, deixa um raro registro de sucesso para a história. Ele pegou o bonde da estabilidade andando e tocou em frente, movido por um ambiente internacional francamente favorável e por sua estrela, inteligência, intuição, carisma e empatia com o seu povo. Em seu governo, milhões de pessoas saíram da miséria, geraram-se empregos, ampliou-se o crédito, famílias pobres entraram no mercado consumidor. Ele ficou com o carimbo da justiça social num país sempre tão cruelmente desigual. […]Lula desce a rampa idolatrado dentro e fora do país e inebriado por um balanço que lhe é inegavelmente favorável. Mas a vida continua, a história está sendo escrita. Fora do poder, o desafio do homem Lula será sustentar o mito Lula.”

Eliane Cantanhêde, Folha de S.Paulo – 31/12/2010

30 de dezembro de 2010

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“Não sei se há um jeito feminino de governar, se há uma maneira feminina de, por exemplo, resolver conflitos. Temo até o contrário. Como se estereotipou a mulher como frágil, e como fragilidade não combina, em tese, com ser chefe (de governo ou qualquer outra chefia), exige-se das mulheres-governantes que sejam ‘machas’. Não é à toa que a mais famosa mulher-governante, Margaret Thatcher, acabou rotulada como ‘dama de ferro’. Tampouco Angela Merkel, a outra mulher chefe de governo de país relevante, faz algo muito diferente do que fizeram os homens que a antecederam. Tomara que Dilma o faça.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 29/12/2010

 

“Uma pessoa indignada não é necessariamente raivosa. Indignar-se com a justiça é estar alerta. […] Felizes são os homens e as mulheres que não aceitam passivamente os malfeitos dos governos e dos indivíduos. A indiferença nos faz menos humanos. A resignação pode nos tornar cúmplices. […] Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido.”

Ruth Aquino, Revista Época, 27/12/2010

 

“A filosofia que morreu foi a arte de interpelar o mundo, a começar por si mesmo, elaborando narrativas críticas da vida. Uma crença das últimas gerações é a do presente, contínuo: passado e futuro, experiência e projeto, fundamento e destino, não servem para nada. […] O mundo da cultura se tornou pior porque a filosofia morreu – filosofia, repito, no sentido de questionamento sistemático do mundo e do eu. Pensemos na medicina. Seus diagnósticos e terapias são, hoje, infinitamente melhores – mas cada vez menos médicos se perguntam sobre a medicina. É como se x + y não passasse de um jogo para distrair e aguçar o raciocínio. Ou a literatura para distrair dos problemas da vida.”

Joel Rufino dos Santos, historiador e escritor, Revista Época, 27/12/2010

 

“Para recuperarmos este século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década. Nosso futuro promissor depende de materializarmos essas intenções com coragem para quebrar paradigmas, com humildade para fazermos arranjos políticos em torno do aprendizado, com audácia para sonharmos alto e com pragmatismo para não perdermos mais tempo.”

Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, Revista Época, 27/12/2010

29 de dezembro de 2010

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“As promissoras perspectivas econômicas do Brasil deixam poucas dúvidas de que a influência internacional do país está a ponto de ter, nos próximos anos, um grande impulso. À medida que mais empresas brasileiras se tornarem multinacionais, o poder da economia e a crescente importância do Brasil como produtor de energia em petróleo, gás e biocombustível darão ao país, além disso, um papel de destaque no comércio internacional, nas negociações sobre as mudanças climáticas e em fóruns multilaterais. A extensão e a forma dessa proeminência internacional do Brasil, no entanto, vão depender basicamente de dois fatores. O primeiro está ligado à evolução da ordem global – ou à ausência dela. O segundo, às escolhas que as autoridades responsáveis pelas políticas do Brasil farão ao tentar usar esse novo poder geopolítico.”

Ian Bremmer, cientista político e presidente do grupo Eurasia, Revista Época, 27/12/2010

 

“Quais são as perspectivas do ambiente de negócios para empreendedores brasileiros na próxima década? Só astrólogos, cartomantes e dirigentes socialistas arriscariam tão temerários prognósticos. Mas o que poderia um economista de boa estirpe ousar quanto à prospecção de tão longínquo futuro? Apenas considerações que se limitem aos fundamentos e, mesmo assim, sempre no condicional. […] O Brasil pode estar no início de um longo ciclo de crescimento. As reformas garantiriam uma década de prosperidade. Ondas de investimento em recursos críticos como educação, logística, recursos hídricos, energia renovável, agronegócios e o pré-sal estão em fase inicial. É uma janela de oportunidade para transformar o país que não deve ser perdida.”

Paulo Guedes, economista, Revista Época, 27/12/2010

 

“Mais que um imperativo constitucional, a proteção social é uma questão de direitos humanos, e cabe a todos os agentes da sociedade a responsabilidade por uma cidade mais humana, justa e solidária.”

Floriano Pesaro, sociólogo, Folha de S.Paulo – 29/12/2010

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