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31ª semana de 2012

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“São três as paixões humanas: a do amor, a do ódio e a da ignorância, que é a paixão do não saber, de negar a realidade.”
Betty Milan – O Estado de S.Paulo, 29/07/2012

“Vivemos em um ambiente cada vez mais cibernético e social, em que as fronteiras entre o físico e o digital e entre o pessoal e o coletivo se tornam cada vez mais difusas. Como nas outras interações virtualizadas, perde-se intensidade para ganhar abrangência.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 30/07/2012

“Na escola, sair-se bem é aprender – e não simplesmente alcançar boas notas. E aprender, caro leitor, é uma tarefa que a criança precisa realizar sem a ajuda dos pais. Com o estilo de vida que nós adotamos, cada vez mais uma enorme quantidade de pais acredita que precisa acompanhar os estudos do filho e até realiza isso de bom grado. Quer dizer, mais ou menos. No início, até que a coisa vai bem, mas logo a paciência acaba e a relação entre os pais e o filho fica conturbada. É que os pais cobram esforço, dedicação e lição correta. E não costuma ser isso o que os filhos produzem. Para muitos desses pais, a tarefa parental se resume a esse acompanhamento da vida escolar e à gestão da vida do filho. A função dos pais é bem maior do que isso: é acompanhar a vida do filho. A função dos pais é dar ao filho a oportunidade de ele próprio se responsabilizar por sua vida escolar. É estimular no filho a vontade de formular perguntas que envolvem o conhecimento, de dirigi-las aos pais e de ficar interessado nas respostas. É, também, dar ao filho a chance de ele saber que é capaz de enfrentar sua própria batalha sozinho e dar conta dela. Essas são coisas muito mais importantes para a criança do que ter a mãe ou o pai sempre presente nos trabalhos, nas provas etc. Os pais precisam se lembrar de o que filho já tem professores na escola, que é o local especializado no ensino. Em casa, a criança precisa é de pais, e não de professores particulares ou tutores.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O significado dos filmes está além deles. Interessa ver os conceitos que estão por baixo das cenas, a intenção por baixo da ação.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S.Paulo, 31/07/2012

“Falar de si é bom, mas falar de si para os outros é melhor ainda. Não é à toa, portanto, que a liberdade de expressão pessoal e de opinião é altamente valorizada.”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O tempo é engraçado. O corpo fica mais lento, tudo cria nova intensidade. […] Sempre existe uma exposição meio ridícula quando falamos de nós mesmos.”
Cristovão Tezza – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“A crise atual é um momento privilegiado para se avançar na transição para novos modelos de governança, capazes de redirecionar os diversos capitais na criação de oportunidades de negócios e empregos que representam alternativas de desenvolvimento sustentável e sustentado.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – julho de 2012

“Se o País quiser melhorar o índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil, 45% apontaram os mestres como tal. […] No Brasil, no entanto, muita gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores – segundo a metodologia, pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007. Nesses quatro anos, o número de livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela preferência das atividades de lazer. […] No Brasil, são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões. […] A pesquisa mostrou que 75% da população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria (71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28% dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local para emprestar livros de literatura.”
Ocimara Balmant – O Estado de S.Paulo, 30/07/2012

“Carlos tem 18 anos e é estudante de arquitetura. Começou a fumar maconha há dois anos. Tentou parar três vezes e não conseguiu. Só de pensar em ficar sem seu ‘baseado’ diário, começa a se sentir ansioso e ‘um pouco’ fora de controle, disse. Assim como ele há cerca de 1,3 milhão de brasileiros dependentes de maconha de acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. […] Os dados, divulgados ontem, trazem uma informação considerada preocupante pelos formuladores do trabalho: o número de jovens que admitiu consumir a droga. Em 2006, a cada adulto que consumia a droga havia também um jovem. Neste ano essa proporção foi de um adulto para 1,4 adolescentes. […] ‘Há pesquisas que mostram que um a cada dez jovens que consomem maconha terão, no futuro, transtornos psiquiátricos’, disse o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.”
Afonso Benites – Folha de S.Paulo, 02/08/2012

“A massificação da arte e da informação seduz quem produz e consome peças, novelas, livros, jornais e filmes. As pesquisas de opinião dominam o comportamento, a moral, a política e o entretenimento. Cada vez mais, a balança para medir o valor de uma obra é a sua penetração no grande público e o retorno financeiro. É preciso reconhecer o valor de quem fura o bloqueio. […] O ser ou não ser de qualquer intelectual praticante é produzir algo que agrade a gregos e troianos, que instigue as cabeças pensantes, ao mesmo tempo que alcance as multidões. Esse, não há dúvida, é o milagre de Shakespeare, das tragédias gregas e de grande parte da música popular brasileira, mas não é todo dia que acontece. […] Existe uma condenação velada à erudição. A exaltação do popular é um posicionamento inatacável. Discordar dela, mesmo que parcialmente, é como discursar em favor da monarquia em meio à Revolução Francesa.”
Fernanda Torres – Folha de S.Paulo, 03/08/2012

PARA ONDE VOCÊ VAI?

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Tomar decisões tem sido algo aflitivo para a maioria das pessoas. Por conseguinte, geradora de enorme ansiedade.
Sem dúvida, o excesso de opções não facilita o processo. Há a angústia de ter de abrir mão, de dizer “não” para opções interessantes, atraentes, sedutoras. Diante de tantas possibilidades ficar apenas com uma não é tranquilo. A gula de nossos dias é crescente. A sensação de estar perdendo algo se amplia e tende a dominar. E não é à toa que a frustração ganhe espaço interior cada vez maior. Isso sem contar o medo paralisante de errar. Há um temor quase fatal que gera mal-estar comum – “e se eu errar em minha escolha?”. Tal situação pode, inclusive, jogar expectativas excessivamente altas e idealizadas na tomada de decisão.
Percebe-se, então, que além disso tudo, é preciso considerar o que se entende por fracasso e como lidamos com ele. Essa é uma reflexão necessária para nossa saúde, porém, antes, o convite é para pensarmos o quanto sabemos a respeito de nossos desejos. O que realmente queremos?
Vejamos uma situação comum que encontramos no mercado de trabalho. Hélio Bruck Rotenberg, 48 anos, engenheiro civil de formação, presidente da Positivo Informática, assumiu recentemente, o comando geral do Grupo Positivo. Em entrevista à revista HSM Management (maio-junho de 2012), disse: “O sujeito está preparado para virar a noite sempre que for preciso ou quer sair às seis horas em ponto todos os dias? Eu me lembro bem de um jovem engenheiro muito bom que trabalhou conosco e eu adorava. Um dia, ele chegou para mim e anunciou: ‘Vou sair, fazer concurso público e trabalhar num tribunal’. Pego de surpresa, perguntei: ‘Você está maluco? Vai ganhar quanto?’. Ele respondeu: ‘Três quartos do que eu ganho aqui’. Eu argumentei que era bobagem e que ele tinha futuro aqui, mas ele foi sincero: ‘Eu não aguento essa loucura, preciso poder sair às seis e meia da tarde todo dia’. Lamentei, mas respeitei sua decisão, porque ele foi fiel a sua personalidade, como se deve ser. Nós somos uma organização nervosa que precisa de profissionais aguerridos. Algumas áreas demandam profissionais mais criativos, outras, gente mais cumpridora, mas todos têm de ser muito aguerridos, gincaneiros”. Pois é, na gincana da vida, esses são desafios corriqueiros. Ao entrarmos num emprego precisamos saber não apenas o que ele oferece, mas suas demandas. E aí, no processo decisório, ponderar o que de fato buscamos.
Esse exercício requer uma visita prolongada aos nossos valores. Perguntas simples em situações profissionais como essa: queremos dinheiro, fartos e generosos benefícios, além de conveniência no currículo, ou, insistiremos corajosamente que o mais importante é ter um tempo para cuidar de si e das pessoas amadas? A “loucura” a que se refere o sensato e coerente engenheiro do exemplo nos atrai mais? Muitos alegam que a realidade do mercado de trabalho é cruel e louca mesmo, e que trata-se apenas de uma fase, que não será uma escolha para a vida. Contudo, o que mais vejo, é que o desgaste vence final. Quando decidem sair, geralmente, é tarde demais diante dos estragos já feitos na vida do sujeito. O que sobra são trapos de gente.
Irreversível? Não. Enquanto há vida, há oportunidade de escolhas responsáveis e mais saudáveis a longo prazo. Mas quem quer aprofundar no que realmente acredita e deseja para si? Deixar a inocência existencial não se dá sem dor. É preciso perder para ganhar, mas não suportamos o peso da palavra perda.
O que lhe garante proteção? Para onde você caminha? Dize-me quais são suas escolhas e eu lhe direi quem és. Ou, como diria o teólogo A. W. Tozer: “Na caminhada cristã, o importante não é a velocidade com que andamos, nem a distância percorrida, mas sim a direção que tomamos”.

22ª semana de 2012

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“A sabedoria das decisões enfrenta para ser eficaz um desafio adicional: a de que os destinatários mostrem igual sabedoria e comedimento, que se disponham a sacrificar algo da perspectiva particular em favor do predomínio do interesse coletivo maior. […] Se isso ocorrer, poderemos dizer que o Brasil se move na direção certa, dando realidade às quatro ideias-força que resumem o progresso da consciência humana no século 21: os direitos humanos, o meio ambiente, a igualdade entre mulheres e homens, a realização do desenvolvimento pleno definido como a promoção de todos os homens e do homem como um todo.”
Rubens Ricupero – Folha de S.Paulo, 28/05/2012

“Quando as universidades deixam de ser lugares de excelência e viram laboratórios de fanatismo ideológico, o céu é o limite.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 29/05/2012

“Somos levados a acreditar que a violência só acontece no coração dos criminosos, dos terroristas, mas a maldade está em cada ser humano, dentro de casa, na estupidez ou no desrespeito com o companheiro, com os filhos.”
Prem Baba – Folha de S.Paulo, 29/05/2012

“O preço da liberdade é a vigilância constante.”
Desmond Tutu – O Estado de S.Paulo, 29/05/2012

“A saúde é o espelho da nossa consciência, do que pensamos. Atualmente, estudos comprovam que pensamentos geram respostas fisiológicas correspondentes, que podem ser positivas ou negativas. Cada estado de humor fica impresso em nossas células. Mas temos a capacidade de controlar algumas reações do organismo por meio do domínio dos pensamentos.”
Deepak Chopra, Revista IstoÉ – 30/05/2012

“Ao dar ênfase à economia verde como um novo caminho para o desenvolvimento sustentável, deixamos de evidenciar que nenhuma pauta valeria sem a confirmação da aceleração nas mudanças climáticas pela atividade humana, verdadeiro vetor que modifica a capacidade humana de sobreviver no planeta. […] Quem sabe as lutas ecológicas, que correm pelas moléculas sociais desde os anos 1960, possam impulsionar a ampulheta burocrática, empurrando os interesses individuais para a urgência que pedem os interesses coletivos. É o futuro que queremos.”
Isabel Gnaccarini – Folha de S.Paulo, 31/05/2012

“Estou em tratamento. Sou a paciente e minha própria médica. Tomei consciência de quanto viciada e intoxicada estou de tecnologia. Demorei a perceber. Achava que sempre era eu quem estava no comando da situação. É assim com qualquer dependência. Achei que sabia tirar o melhor proveito dos eletrônicos, dos sistemas, dos sites, das redes sociais. Mas agora reconheço que não. Agora reconheço que quem mandava no meu tempo não era eu: era o fluxo dos aparelhos e sistemas eletrônicos que uso. Era qualquer um, menos eu. Comecei a desconfiar de que havia algo errado quando meu tempo desapareceu. Sim: desapareceu, escafedeu-se, sumiu. Por mais horas que ficasse à frente do computador todos os dias, tentando sofregamente trabalhar, minha produtividade caiu a um nível insuportável. […] Acho que essa hiperconectividade é no fundo um desejo infantil e irrealizável de ter tudo ao mesmo tempo agora. Sinto culpa e angústia por estar off-line, demorando para reagir a uma mensagem que talvez tenha chegado, embora eu ainda não saiba.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 31/05/2012

“Travessias são sempre difíceis e revestidas de peculiaridades. Por isso há os ritos de passagem. Seja para celebrar com um bom choro a saída do útero materno para a vida, para tolerar os primeiros dias de um luto com cerimônias religiosas e presença da família e amigos, as festas de saída da adolescência para a vida adulta, a celebração do casamento, o trote na universidade…”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 02/06/2012

“Mulheres apresentam risco aumentado para o transtorno depressivo maior ao longo da vida reprodutiva em uma proporção de 1,7 a 2,7 em relação aos homens. Esta diferença ocorre principalmente nos períodos pré-menstrual, puerperal e na perimenopausa. A prevalência de episódio depressivo ao longo da vida seria de 21,3% nas mulheres e 12,7% nos homens, nas idades entre 15 e 54 anos. Existem algumas diferenças no que se refere à sintomatologia do transtorno depressivo: mulheres apresenta, maior comorbidade com ansiedade e transtornos alimentares. Também apresentam maior número de queixas somáticas. Tentam o suicídio três vezes mais, mas os homens efetivam o ato em maior proporção. Fatores ambientais e estressores externos parecem exercer maior influência no humor das mulheres. Além disto, o episódio depressivo costuma aparecer em idade mais precoce nesta população. O gênero também influenciaria a resposta aos antidepressivos. Estudos demonstram que mulheres mais jovens ou abaixo dos 50 anos teriam melhor resposta a antidepressivos como os inibidores seletivos da recaptura da serotonina (ISRS). Os homens teriam melhor resposta aos antidepressivos tricíclicos (ADTs) e esta diferença na pós-menopausa, ou seja, após este período, homens e mulheres apresentariam respostas semelhantes em relação às classes dos antidepressivos.”
Joel Rennó Júnior, Revista Psique – maio de 2012

21ª semana de 2012

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“O registro de um trauma depende da pele psíquica de cada um, do quanto aquela agressão fere a pela psíquica do indivíduo. […] Freud tem uma passagem sobre o desamparo em que o localiza no nascimento do ser humano. O bebê humano, diferentemente do de outras espécies, é indefeso. Deixado à própria sorte, não consegue nem se virar, morre. Isso cria um registro na mente infantil, que gera o medo do desamparo.”
Reinaldo Morano O Estado de S.Paulo, 20/05/2012

“Definitivamente, sustentabilidade não é abraçar árvores. É adotar uma nova postura com respeito às pessoas, ao negócio, aos fluxos financeiros, aos investimentos e às decisões comerciais. É a forma pela qual as empresas alcançarão resultados a partir de agora: inovando nas relações.”
Altair Assumpção, Antonio Lombardi e Marcelo Tôrres – O Estado de S.Paulo, 21/05/2012

“O sistema é corrupto e feio. E mudar isso é quase impossível. A política é igual à educação: zero.”
Romário, Revista Caros Amigos – maio de 2012

“Um bom líder deve ter coragem para defender aquilo que acredita. Mas liderança também significa dar e receber, não entrar numa negociação com seu ego em jogo. O que fez de Nelson Mandela um grande líder depois de quase 28 anos de prisão? Mandela não acreditava num jogo de soma zero. Não acreditava que o outro lado tinha de ser esmagado a fim de vencer. […] É possível superar diferenças. O segredo é minimizar os extremos em qualquer tipo de relacionamento e permanecer em um sensato centro.”
Christiane Amanpour – Harvard Business Review – maio de 2012

“Seis em cada dez trabalhadores ingleses consideram a possibilidade de trocar de carreira para voltar a crescer profissionalmente. Entre os empregados canadenses, americanos e franceses, três em cada dez pensam em fazer o mesmo movimento. Essa é a conclusão de uma pesquisa recente, feita com mais de 4600 funcionários de empresas na Europa, na América de Norte e na Ásia. Os profissionais querem trocar de carreira para fugir da estagnação que assolou companhias e setores inteiros em seu país. Segundo o levantamento da recrutadora Monster Worldwide, apenas 15% dos empregados afirmam não ter sido impactados pela desaceleração da economia.”
Luiz de França – Revista VocêS/A – maio de 2012

“A relação entre essência e aparência, ou entre ‘quem somos’ e ‘o que mostramos para os outros’ é um tema antigo, que sugere que o problema tem caminhado junto com a humanidade. O que mudou bastante, principalmente nos últimos anos, é a questão da exposição. Hoje, nos mostramos muito mais aos outros – e as redes sociais estão aí para comprovar isso. Sabemos mais na vida alheia, conhecemos mais suas preferências, seus gostos. ‘Atualmente, é nítido que há mais espaços para a exposição de si mesmo, mas o problema existencial continua’, explica Luís Mauro Sá Martino, doutor em ciências sociais pela PUC-SP. Afinal, se a aparência está mais visível, a essência, essa linha mestra que nos define, muitas vezes fica para segundo plano, o que leva as pessoas mais a aparentar do que, de fato, ser. E o que somos – ou como achamos que somos – leva em conta, no mundo contemporâneo, um conjunto de características culturais e individuais: gênero, comunidade, afeto, emoção e vínculos políticos, por exemplo. ‘A moderna noção de pessoa começa no século 18, com o princípio de que todos os seres humanos são livres e iguais. Hoje essa noção, ganhou outras dimensões – o afeto, a emoção e o respeito às diferenças, por exemplo’, afirma Martino.”
Rafael Tonon – Revista Simples – maio de 2012

“Num contexto cultural patriarcal e machista como o nosso, a agredida tende a ser condescendente com o agressor. A lei precisa proteger a agredida dela mesma, de sua vulnerabilidade histórica”.
Carlos Ayres Britto, Revista Claudia – maio de 2012

19ª semana de 2012

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“Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 06/05/2012

“O maior perigo é quando sua maior amiga está passando por uma crise e pede um conselho. As pessoas só querem que se diga o que elas querem ouvir, e há até quem ache que amigo só existe para dar razão quando não se tem razão – você não sabia?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 06/05/2012

“Muita gente acha que psicoterapia é só para desabafar. Não sabe que dá trabalho, que muita coisa precisa ser feita fora do consultório. Eu sempre digo a meus pacientes que nós dois temos de trabalhar duro e que ele precisa implementar os novos comportamentos fora do consultório. Se ele está esperando uma solução mágica, não vai acontecer. há pessoas procurando mágica. São preguiçosas. Se você puder acreditar que vai virar um milionário, é mais fácil do que arregaçar as mangas e dar duro. a pessoa realmente tem de querer olhar para si mesma e mudar.”
Jonathan Alpert – Folha de S.Paulo, 07/05/2012

“Não é mais permitido a um indivíduo razoavelmente integrado estar desconectado ou alheio aos fatos, ignorante de acontecimentos, incapaz de realizar uma tarefa. […]Hoje todos são compelidos a saber, opinar, compartilhar, blogar e retuitar, mesmo que não façam a mais pálida ideia do assunto abordado. A ignorância, antes considerada uma bênção, foi transformada em maldição, obrigando a todos que nasçam prontos, especialistas. O resultado, previsível, é um enorme conflito entre demandas e capacidades, obrigando cada indivíduo a empacotar a informação que recebe o mais rápido possível e transmiti-la para grupos cada vez maiores de pessoas que fazem o mesmo, em um tsunami de meias-verdades, preconceitos, informações rasas e citações fora de contexto. Por mais que entusiastas de mídias sociais classifiquem essa prática como uma formação de opinião mais democrática, inovadora e aberta, a realidade a transforma em um tipo vicioso de fofoca, terreno fértil para todo tipo de boataria, casa de doidos em que todos falam para ninguém escutar. Na velocidade e na pressão das redes de compartilhamento, a informação gratuita perde seu valor. Sem tempo, foco ou referências de qualidade, não há como estabelecer uma reflexão sólida. O resultado é uma espécie de histeria coletiva, combustível social à espera do primeiro estopim que a incendeie.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 07/05/2012

“O aprendizado é simplesmente a mudança das conexões responsáveis pelo processamento de informações no cérebro conforme elas são usadas. Essa é uma propriedade de neurônios em geral e que se mantém ao longo de toda a vida. O que muda de uma pessoa para a outra e com a idade não é tanto a capacidade de aprender e sim os fatores que influenciam o aprendizado, sobretudo a atenção, a prática, o método… e a motivação. Para começo de conversa, é preciso querer aprender.[…] A tecnologia não é o problema; o problema é nossa preguiça em lidar com ela.”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 08/05/2012

“A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Na maioria dos casos, o assassino é o namorado, marido ou ex-companheiro, que mata dentro de casa, após já ter cometido pelo menos um ato de agressão. Os dados constam do Mapa da Violência de 2012 – Homicídio de Mulheres e mostram que, em uma lista de 87 países, o Brasil é o sétimo que mais mata. Em 2012, foram 4.297 casos ou 4.4 assassinatos por 100 mil habitantes. […] Nas últimas três décadas, de acordo com o histórico do mapa, 91.932 mulheres foram mortas no Brasil.”
Adriana Ferraz – O Estado de S.Paulo, 08/05/2012

“Os sentimentos e as emoções são as bases sobre as quais constituímos nossos mapas éticos. O problema é que nossos instintos morais nem sempre estão certos.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 09/05/2012

“Ganhar eleições é acertar nos sonhos que povoam corações e mentes. Sonhos só se alimentam quando o sonhado é possível.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 12/05/2012

18ª semana de 2012

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“Do jeito que a ciência é ensinada nas escolas, não é à toa que a maioria das pessoas acha que o conhecimento científico cresce linearmente, sempre se acumulando. No entanto, uma rápida olhada na história da ciência permite ver que não é bem assim: o caminho que leva ao conhecimento é tortuoso e, às vezes, vai até para trás, quando uma ideia errada persiste por mais tempo do que deveria. […] Apresentar a ciência nas escolas e universidades ou nos meios informais de comunicação como um triunfalismo infalível da civilização esconde um de seus lados mais interessantes: o drama da descoberta, as incertezas da criatividade.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 29/04/2012

“Eugenia quer dizer criar jovens belos, bons e perfeitos. […] Na peça filosófica, Sloterdijk dizia que o projeto eugênico ocidental é filho de Platão (‘A República’, por exemplo), e que se ele não deu certo nas engenharias político-sociais utópicas modernas, nem na educação formal propriamente, estava dando certo na biotecnologia e nas tecnologias de otimização da saúde. Alguém duvida que academias de ginástica, consultoras em nutrição, espiritualidades narcísicas ao portador (como a Nova Era e sua salada de budismo, decoração de interiores e física quântica), cirurgias e tratamentos estéticos, checkups anuais, ambulatórios de qualidade de vida, pré-natal genético e interrupção aconselhada da gravidez de fetos indesejáveis sejam eugenia? […] A fuga da agonia humana diante do sofrimento via nossa decisão (silenciosa) de tornar a vida perfeita a qualquer custo, mesmo que esta decisão venha empacotada em conceitos baratos como ‘qualidade de vida’, ‘felicidade interna bruta’ ou ‘direito a autoestima’.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 30/04/2012

“Casa nova, escola nova, outra empresa, às vezes outra cidade ou até país. Abraçar o novo implica, por um lado, abandonar o familiar, a rotina confortável e as expectativas usuais e, por outro, lançar-se ao desconhecido. Não é à toa que pessoas diferentes têm respostas diversas a mudanças. Para começar, o valor do ambiente que se tornou familiar é extremamente pessoal: depende da sua história particular naquele contexto, das suas experiências, das memórias formadas ali, enfim, do valor associado ao que se está deixando. […] Em algumas pessoas, o sistema que gera angústia frente ao desconhecido é mais forte do que em outras. […] É possível ter sentimentos aparentemente contraditórios em relação a uma mudança para um novo emprego, por exemplo: sentir-se ao mesmo tempo angustiado, empolgado e aliviado, ou destemido, mas saudoso. Toda mudança é, contudo, um estresse.”
Suzana Herculano-Houzel – Revista MenteCérebro – abril de 2012

“Muitas pessoas com síndrome da fadiga crônica tendem a assumir responsabilidades demais, o que as leva a um completo esgotamento, que enfraquece seu sistema imunológico, provocando um ataque de vírus novos e oportunidades, ou reativando um antigo, pré-existente. Esses sintomas da síndrome de burnout são um grande, grande aviso para desacelerar. Os seres humanos não são insuperáveis. Nossos sistemas podem enfraquecer, especialmente quando não dormimos o suficiente; trabalhamos duro demais; assumimos tarefas demais (por exemplo, no trabalho ou na educação de uma criança); ou ainda quando sofremos alguma tragédia familiar ou pessoal, como luto, divórcio, infertilidade, ou até o nascimento de um filho. É importante acrescentar que, na maioria dos casos, as pessoas se recuperam. Algumas poucas, porém, uma minoria desafortunada fica tão abalada que seus organismos lutam para se recuperar e, nesse processo, seus sintomas se tornam crônicos – se não permanentes e piores. Essa é a zona de perigo que exige uma ajuda urgente. Nessas pessoas, os cronicamente Fadigados, como eu os chamo, os próprios mecanismos de cura entram em colapso e seus corpos simplesmente ‘morrem’; não melhoram. Para fazer com que se recuperem precisamos ‘curar os mecanismos de cura’, como o sistema imunológico.”
Kristina Downing-Orr, Revista Psique – abril de 2012

“Para conviver bem em sociedade, precisamos aprender a respeitar certos limites de agressividade no trato com terceiros. O mundo, porém, é um lugar mais complexo e multifacetado do que querem as narrativas de que nos valemos para dar sentido às coisas. […] Precisamos ser honestos para reconhecer que as dinâmicas do relacionamento entre jovens não podem ser resumidas numa luta das vítimas boazinhas contra agressores malvados.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 01/05/2012

“A família passou do singular ao plural. Antes, havia ‘a família’. Quando nos referíamos a essa instituição todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como os filhos eram vários, a família era bem grande, constituída por adultos de todas as idades e mais novos também. […] Essa ideia de família só sobreviveu intacta até os anos 60. Daí em diante ‘a família’ se transformou em ‘as famílias’. Os grupos familiares mudaram, as configurações se multiplicaram. Hoje, são tantas as formações que, creio eu, não conseguiríamos elencá-las.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 01/05/2012

“Uma palavra que vive seu tempo de glória é dirupção. Ou ‘disruption’, em inglês, termo que vem sendo mal traduzido por ‘disrupção’ ou ‘disruptura’, já que o verbo em português é ‘diruir’ ou ‘derruir’, que significa ‘desmoronar’. Poderíamos falar em ‘ruptura’, mas outra tradução seria ‘ruína’ ou ‘derrubada’, já que dirupção é uma ruptura feita à força. Traz noção de colapso, de descontinuidade, de desorganização e de deslocamento. A internet causou e ainda causará muita dirupção. Dirupção é aquele momento em que um comportamento é totalmente modificado, e o dinheiro muda de mãos. Começou pelos correios, quando a internet introduziu o e-mail décadas atrás. Avançou na indústria da música e de jogos, alterando profundamente sua forma física, seu sistema de produção, de marketing, de distribuição e de fruição. […] Espera-se que a próxima indústria a ser diruída pela internet seja a da educação, embora o ensino a distância venha do século 20. A dirupção que destruirá escolas tradicionais mal começou. […] ‘A internet é o reino da descontinuidade’, disse o designer Oliver Reichenstein. É o espaço onde perdemos a noção do tempo. Por isso tanta nostalgia. Temos uma continuidade a reconquistar.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 03/05/2012

“Aos 40 anos, você pesa dez quilos mais do que aos 20. Aos 60, já acumulou mais uma arroba de gordura, não resiste aos doces nem aos salgadinhos, fuma, bebe um engradado de cerveja de cada vez, é viciado em refrigerante, só sai da mesa quando está prestes a explodir e ainda se dá ao luxo de passar o dia no conforto. Quando se trata do corpo, você se comporta como criança mimada: faz questão absoluta de viver muito, enquanto age como se ele fosse um escravo forçado a suportar desaforos diários e a aturar todos os seus caprichos, calado, sem receber nada em troca. Aí, quando vêm a hipertensão, o diabetes, a artrite, o derrame cerebral ou o ataque cardíaco, maldiz a própria sorte, atribui a culpa à vontade de Deus e reclama do sistema de saúde que não fez por você tudo o que deveria. Desculpe a curiosidade: e você, pobre injustiçado, não tem responsabilidade nenhuma?”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

“Quando se analisa os tais três pilares do desenvolvimento sustentável, o mais frágil é justamente o do meio ambiente. O progresso no combate a pobreza, por exemplo, que tirou milhões de pessoas dessa situação em vários países, notadamente no Brasil, não foi acompanhado da melhoria dos indicadores ambientais. Ao contrário, as convenções sobre mudanças climática, biodiversidade e combate à desertificação que resultaram da Rio-92 não lograram avanços significativos. Suas agendas estão praticamente bloqueadas. Assim, a questão da governança ambiental mundial se tornou fundamental para a implementação dos acordos internacionais já existentes e para a preparação dos que terão de ser definidos no futuro próximo.”
João Paulo Capobianco – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

“Só o fato de nós perguntarmos, 20 anos depois da Rio-92, aonde chegamos e para onde queremos ir agora já é muito importante. Por isso, não devemos encarar esta conferência como um evento isolado. Estamos falando de um processo que teve início duas décadas atrás e que não se encerrará em 2012. […]Eu acredito que a participação e a integração de todos em torno da Rio+20 -em especial dos jovens, que estão conectados e fazem parte de uma geração multicultural, sem barreiras linguísticas, culturais ou tecnológicas- é fundamental. A Rio+20 será um ponto de convergência desses jovens em torno do objetivo comum e global da sustentabilidade, reforçando os valores da generosidade, do respeito pela diversidade e das responsabilidades partilhadas quando se enfrentam desafios tão complexos.”
Lidia Brito – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

12ª semana de 2012

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“O programa El Sistema absorve milhares de jovens venezuelanos, oferecendo uma intensa formação musical como antídoto para os males da pobreza, uma realidade apesar da riqueza petrolífera da Venezuela. Segundo José Antonio Abreu, o programa funciona contra a violência. ‘Quando nos apresentamos no exterior, somos mensageiros da paz, mas também da justiça social’, afirmou. A violência é um problema global, disse. ‘Orquestras e corais são instrumentos incrivelmente eficazes contra a violência’, afirmou. […] ‘Tenho dedicado todos os meus esforços para que os mais pobres, os mais excluídos, tenham acesso à educação musical’, acrescentou. […] Abreu, 73, é formado em teclado e composição e estudou regência. Seguiu uma carreira paralela como economista e foi parlamentar, consultor econômico e ministro da Cultura em governos anteriores do país. É solteiro e leva uma vista ascética. Se descreve como um católico devoto, “um sacerdote, um humilde servo de Jesus Cristo”, que aspira a ser ‘um servo ideal, nobre e invencível de Deus’.”
Daniel J. Wakin – Folha de S.Paulo, 19/03/2012

“Os jovens têm vida de gente grande desde o início da adolescência. Vida social, pelo menos. Mas será que na vida pessoal eles amadurecem? Temos indícios de que não. Depois de conversar com vários jovens dessa idade, constatei um ponto interessante: os jovens manifestam uma dificuldade de dialogar com os adultos. Eles falam com os adultos: expõem suas polêmicas opiniões a respeito dos assuntos em pauta, têm sempre bons argumentos para convencer os mais velhos a aceitarem seus pedidos, sabem comunicar o que querem. Entretanto, em situações de conflito, principalmente quando essas envolvem algum aspecto de suas vidas, não sabem como se comportar, não conseguem enfrentar a situação, perdem toda a segurança que tentam mostrar que têm.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 20/03/2012

“O racismo, longe de ser uma patologia, parece-me um problema essencialmente ético -a atitude de considerar inferior quem se encara como diferente.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 20/03/2012

“O Brasil é o país em que os blogs são mais acessados pelos usuários de internet no mundo. A conclusão é de um estudo apresentado ontem pela consultoria comScore, que analisou hábitos e tendências de usuários da internet em 44 mercados. Segundo o relatório, 95,9% do total de visitantes brasileiros acessaram algum blog em dezembro de 2011, o maior percentual entre os países analisados pela consultoria. A média mundial é de 58,9%. Redes sociais, sites de compras coletivas e de envio de mensagens instantâneas são outras categorias em que o acesso dos brasileiros superou a média de outros países. Em 2011, o Brasil ultrapassou a França e se tornou o sétimo maior mercado de internet do mundo, com 46,3 milhões de acessos de computadores em casa ou no trabalho. O número não considera acessos de locais públicos -LAN houses e bibliotecas. Os brasileiros ficaram 26,7 horas conectados em dezembro, a quinta maior média mundial. Só americanos, britânicos, sul-coreanos e franceses superam essa marca. Segundo o relatório, quase um quarto do tempo (23%) foi gasto em redes sociais, com o Facebook agora à frente. Em 2010, 16% do tempo era dedicado às redes sociais. O Brasil é o mercado em que a rede criada por Mark Zuckerberg teve o seu segundo maior crescimento em 2011, de 187%, só perdendo para o Vietnã, onde o serviço se expandiu 198% no período. Cada brasileiro gastou 4,8 horas no site em dezembro.”
Marianna Aragão – Folha de S.Paulo, 22/03/2012

“Hoje, 884 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável segura e 2,6 bilhões de pessoas (40% da população mundial) não têm acesso a saneamento básico. Portanto, temos um longo caminho para colocar a resolução da ONU em prática. No Brasil, há uma boa cobertura de distribuição de água tratada. Em relação ao saneamento, no entanto, os números são vergonhosos. Apenas 44,5% da população estão conectados a redes de esgoto -do esgoto coletado, somente 38% é tratado. Isso significa que menos de 20% da população têm acesso a esgoto tratado, o que implica no lançamento de grandes quantidades de material orgânico em nossos rios e no mar, no caso das cidades litorâneas.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 23/03/2012

“Para navegar em meio as ambiguidades sociais, acabamos desenvolvendo nosso senso moral. Jonathan Haidt sugere que ele pode ser decomposto em seis sentimentos básicos: proteção, justiça, lealdade, autoridade, pureza e liberdade, que constituiriam uma espécie de tabela periódica do instinto moral. O mapa ético de cada indivíduo seria uma combinação de diferentes proporções desses ‘ingredientes’.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 23/03/2012

“O câncer infantil representa hoje a segunda causa de mortalidade entre crianças e adolescentes de até 19 anos no Brasil-só perde para acidentes e violência. São 11 mil casos novos por ano, com taxas de 70% de cura, em média. As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).”
Cláudia Collucci – Folha de S.Paulo, 24/03/2012

“A verdade é que os membros de nossa espécie, aí incluídos os especialistas, temos dificuldades terríveis para sermos objetivos. Quem evidencia isso muito bem é Paul Slovic, em suas investigações na ‘heurística do afeto’. O nome é complicado, mas a ideia por trás dele não: as pessoas tomam decisões consultando mais suas emoções do que dados e cálculos racionais.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 24/03/2012

“Se me emocionasse fazendo um discurso e ficasse com olhos cheios d’água, era porque eu era histérica, não sabia controlar as emoções. Já meu antecessor, era um ‘homem muito sensível’. Eu sempre era a gorda malvestida. E os homens mais cheinhos, eram os fortes, poderosos. Quando entrei para o governo, uma das coisas que mais me impressionou foi um artigo de uma revista feminina dizendo; ‘Inacreditável: a presidente do Chile usou o mesmo vestido duas vezes na mesma semana’. […] O que mais me faz chorar é a injustiça. Ver uma mulher ou uma criança serem maltratadas me destrói. É indescritível minha sensação de impotência ao ver que mesmo a sociedade tendo evoluído tanto, ainda morrem de fome 12 crianças por minuto… isso é horrível.”
Michelle Bachelet, 61, diretor executiva da ONU Mulheres, ex-presidente do Chile, Revisa Marie Claire – março de 2012

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