Posts tagged saúde; humanidade

41ª semana de 2011

0

“O Brasil tem poucos estudantes de nível superior para o seu tamanho, 78% das matrículas são em instituições privadas e a maior parte das universidades públicas está nas capitais. […] Muita coisa, a começar pelo fato de que as universidades federais são muito caras e, com as exceções de sempre, não têm nem de longe a qualidade e a relevância que seria de se esperar. Uma razão é que seus professores são contratados como funcionários públicos, nunca podem ser despedidos e recebem sempre a mesma coisa, pelo princípio da isonomia, como se dividissem seu tempo entre ensino e pesquisa – embora só uma pequena parte deles realmente faz trabalhos de pesquisa de alguma relevância.”
Simon Schwartzman – Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Será que a gente é capaz de dimensionar a força das nossas emoções? Muitos se consideram calmos, tranquilos, amorosos, mas será que, na hora em que o calo aperta, realmente damos conta do recado? Pergunto isso em função dos crimes absurdos que têm sido notícia nas últimas semanas. Um dos que mais chamam atenção foi o crime passional cometido pelo advogado e professor universitário Rendrik Vieira Rodrigues, 35, que matou com três tiros em Brasília sua ex-aluna Suênia Sousa de Farias, 24, com quem havia acabado um namoro há cerca de dois meses. Inconformado com o final do relacionamento e com a volta da garota para um ex-companheiro, o professor começou a perseguir a estudante de forma obsessiva. Tido por alunos e colegas como um homem educado, como explicar o assassinato brutal que ele cometeu? Não dá para arriscar um palpite sem saber como, de fato, era o seu funcionamento psíquico (existe muita gente violenta e agressiva que se esconde atrás de uma falsa imagem de pessoa calma), mas um ponto é certo: o final do namoro, o sentimento de posse, o ciúme, tudo isso junto deve ter potencializado uma reação explosiva na cabeça dele.”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Nossos cônjuges chegam comparativamente tarde nas nossas vidas; nossos pais uma hora nos deixam. Nossos irmãos podem ser as únicas pessoas que realmente se qualificam como parceiras para a vida toda”.
Jeffrey Kluger – The New York Times/ Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Acho que você pode ter 10 mil explicações para o fracasso, mas nenhuma boa explicação para o sucesso.”
Paulo Coelho – The New York Times/ Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Das 250 universidades latino-americanas listadas no ranking da QS World University, que elege as melhores escolas da região, 73 são brasileiras. O país é o que mais tem representantes, seguido por México (46) e Argentina (27). No total, há instituições de 13 países. A USP está no topo da lista. A segunda posição ficou com a Pontifícia Universidade Católica do Chile e a terceira, com a Unicamp.”
Valor, 10/10/2011

“O psicólogo Steven Pinker não é tolo nem ignorante, mas se lançou à tarefa de demonstrar que o mundo nunca foi um lugar tão seguro para viver. Professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Pinker é um dos acadêmicos mais festejados da atualidade e um dos autores mais festejados da atualidade e um dos autores de divulgação científica mais bme-sucedido do mundo. Em seu novo livro, lançado na semana passada nos EUA, ele usa mais de 800 páginas para afirmar, entre outras coisas, que o banho de sangue da Segunda Guerra Mundial e a epidemia de violência atual, causada pelo crime urbano, são distúrbios estatísticos. […] Pinker, um judeu canadense de 57 anos, casado pela terceira vez, é desses intelectuais que ganham fama graças a sua capacidade de traduzir, para o grande público, ideias complexas que se tornam correntes no meio acadêmico. Ele escreve espetacularmente e sabe escolher temas que desafiam verdades estabelecidas.”
Alberto Cairo e Alexandre de Melo, Revista Época – 10/10/2011

“Como temos de fazer escolhas nos tempos em que vivemos! Cotidianamente, temos a obrigação de decidir o que comer, qual trajeto fazer, que roupa usar, a qual filme assistir, qual ligação retornar etc. Essas escolhas são tão cansativas que nos esgotam.
Quando as escolhas que devem ser feitas são tão importantes que podem definir pelo menos por um período o rumo de uma ou mais vidas, aí então é que a coisa pega. Nós gostaríamos de ter alguma garantia ao fazer a escolha, não é? O problema é que não existe essa possibilidade. Quando fazemos escolhas, temos de abdicar de algumas alternativas -e essas sempre continuam a existir, mesmo que virtualmente.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 11/10/2011

“Faça tudo da melhor maneira possível, porque levará sempre consigo a coleção de seus atos. Nunca se esqueça de que detalhes fazem a diferença. Preste atenção neles. Escreva as coisas interessantes e importantes para que mais tarde possa se lembrar delas em seus mínimos detalhes.”
Benjamin Steinbruch – Folha de S.Paulo, 11/10/2011

“Inegável foi a capacidade de Jobs transformar o culto à sua personalidade em dividendos. Em 9 de agosto deste ano, a Apple havia se tornado a companhia mais valorizada do mundo. Valia na Bolsa Nasdaq 6 bilhões de dólares a mais que a petroleira Exxon-Mobil. Caberá à Apple enfrentar outro mito: o de que sem sua mente mais brilhante, será apenas uma entre tantas empresas de tecnologia.”
Revista Carta Capital – 12/10/2011

“De todos os desperdícios de recursos naturais de uma sociedade, nenhum é mais injusto, mais prejudicial à integração social e à autoestima do cidadão do que negar-lhe a oportunidade de viver honestamente e sustentar a família com o resultado do seu trabalho. É por isso que a construção de uma sociedade mais ‘justa’ começa pela maximização do nível de emprego.”
Antonio Delfim Netto, Revista Carta Capital – 12/10/2011

“Ando carente de confiança. Andamos, eu acho. Em quem acreditar, em quem em quem confiar, em quem apostar, a quem eleger, por exemplo? Não sei se em outros tempos a gente confiava mais nas pessoas e nas instituições, e detesto saudosismo, mas penso que sim. Porque éramos simplórios? Pode ser. Hoje talvez sejamos mais espertos, criancinhas conhecem mundos, belezas e maldades que a gente só conhecia depois de casado… e olhe lá.”
Lya Luft, Revista Veja – 12/10/2011

“Ainda reverbera o anúncio do Nobel da Paz deste ano para três mulheres. As ganhadoras, duas africanas e uma iemenita, são oriundas de países cuja cultura e códigos religiosos acentuam valores que atribuem às mulheres um papel social diminuto, baixo status e, em decorrência, cultivam a submissão delas aos homens. […] As três têm histórias de vida extraordinárias, cujo traço comum é a resistência pacífica a regimes políticos antidemocráticos e a superação de uma condição feminina de servidão em seus países.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 14/10/2011

“Estamos na era Steve Jobs e parte do conhecimento, pelo menos para uma parcela da população (50% dos lares das regiões metropolitanas brasileiras já têm computador), é obtida pela internet. Foram-se a lousa, o dicionário e as horas na biblioteca consultando livro atrás de livro para saber mais sobre um tema. A “biblioteca virtual” anda com você: é só acessar o Google ou a Wikipedia e pronto, está lá a informação. Ela vem variada, rica e fria.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“Constatar esse raquitismo de manifestantes na rua não desmerece as marchas contra a corrupção. Trata-se apenas de uma informação necessária para evitar o autoengano, essa mania nacional. A realidade é que, tristemente, não há no Brasil, no momento, um caldo de cultura já pronto e desaguando em grandes protestos contra a roubalheira do dinheiro público. […] Limpar o Brasil é bom. Mudar os defeitos estruturais da política que causam a corrupção é melhor ainda.”
Fernando Rodrigues – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“Segundo estudos realizados a partir dos dados coletados pelo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) entre 1997 e 2005, a instrução dos pais é o principal fator que interfere no desempenho dos alunos: alunos cujas mães possuem ensino primário (atualmente, a primeira parte do ensino fundamental) apresentam desempenho três vezes melhor que alunos cujas mães não possuem instrução formal, e assim por diante. Tal dado já havia sido indicado pelos estudos de Lev Vygotsky, no início do século 20, observando que os hábitos familiares definiam a conduta e o desempenho escolar.”
Rudá Ricci, 48, sociólogo – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“É aí que mora o demônio: para que o tempo de exposição do aluno à radiação professoral seja efetivamente benéfico o professor deve ser um bom professor.”
Paulo Ghiraldelii Jr., 54, filósofo – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

9ª semana de 2011

0

“Nada agride mais que a bondade explícita.”

Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo, 01/03/2011

 

“5 mulheres agredidas a cada 2 minutos no Brasil, vítimas, sobretudo, da violência doméstica. Os dados são da Fundação Perseu Abramo e do Sesc. Essas duas entidades realizaram pesquisa com 2.365 mulheres espancadas e 1.181 homens agressores.”

Revista IstoÉ – 02/03/2011

 

“Um dos expoentes da Assembleia de Deus, o pastor Silas Malafaia pregou na semana passada, em um templo novinho de Vitória em Cristo, em Araruama, município da região dos Lagos fluminense. Pouco louvor e mais terror. Depois de informar o custo da igreja (R$ 600 mil), ele foi direto com os fiéis: ‘Quem não der oferta, tudo bem. Mas não sairá daqui abençoado.’ Considerando que a bênção vem de Deus, parte do público deixou o local.”

Ricardo Boechat, Ronaldo Herdy, Revista IstoÉ – 02/03/2011

 

“A retomada do crescimento econômico do país, em 2010, favoreceu também o mercado editorial. A editora Universo dos Livros teve crescimento de 220% nas vendas. Contribuíram para a alta os mais de 100 mil exemplares do livro ‘O Homem que Falava com Espíritos’, biografia de Chico Xavier. Em relação a 2009, a editora teve um crescimento de 15% nas vendas. Em 2011, o grupo pretende lançar 270 livros, 20 a mais do que no ano passado. ‘Vamos investir em projetos de autores nacionais, e-books e audiolivros’, diz Alexandre Mathias, diretor-executivo da editora. Também em relação a 2009, a editora Record cresceu 22%. Para este ano, a empresa estima um aumento de 16% nas vendas.”

Folha de S.Paulo, 03/03/2011

 

“A Amazon anunciou recentemente que o e-book já é o formato de livro mais vendido no site, ultrapassando as edições em brochura, que desde o início foram o principal ganha-pão da rede. Eu trabalho em uma editora, e cada anúncio desses é recebido com um misto de apreensão, cautela e ansiedade. Num primeiro momento, a relação com o e-book foi de desconfiança: os aparelhos são caros no Brasil, a pirataria é galopante, essa moda vai passar. Mas o sucesso do Kindle e do iPad indica que, em breve, os leitores brasileiros poderão exigir das editoras que seus lançamentos e catálogos estejam disponíveis nesses formatos. […]O fato é que ainda não há um mercado de livros eletrônicos no Brasil. Sinto que a ansiedade às vezes leva as editoras e lojas a tentar ocupar esse espaço inexistente, em vez de entender como ele vai se configurar num futuro próximo. Para mim, não é o momento de se vender e-books no Brasil, e sim de criar condições para que esse mercado atinja seu potencial em nossas praias.”

André Conti, Folha de S.Paulo, 02/03/2011

 

“O problema é que, se por um lado estamos livres para opinar, por outro acabamos atados a uma competição mundial por audiência. Hoje, cada ser humano conectado à rede é uma miniempresa de comunicação de si mesmo, atrás de atenção.
O que pode nos levar a encarar as opiniões não como o que elas são, pontas de icebergs que revelam nossas visões de mundo, muitas vezes sem graça e parecidas com as da maioria das pessoas, mas como commodities a serem oferecidas ao mercado.
Atrás dos sinais imediatos de reverberação – retuítes, comentários no blog, polegares erguidos no Facebook ou mesmo e-mails desaforados à redação-, muita gente parece não refletir sobre o que pensa deste ou daquele assunto, mas calcular: qual a opinião mais “cool”, ou polêmica, ou bizarra, ou engraçada, para oferecer na bolsa mundial de ideias? Pior pro mundo, pois quando estamos dispostos a abraçar qualquer ponto de vista, o resultado inevitável é o cinismo -essa aridez existencial. […] Apresenta-se como pensamento crítico, uma defesa da liberdade individual contra as amarras da moral e do Estado, mas nada tem de corajoso.”

Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 02/03/2011

 

“Casos de derrame aumentam entre os jovens, mostra levantamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, ligados ao Departamento de Saúde dos EUA.
Em pouco mais de uma década, houve crescimento de 51% nas internações por acidente vascular cerebral isquêmico entre homens de 15 a 34 anos. Nas mulheres dessa faixa, a alta foi de 17%. […] No Brasil, as doenças cerebrovasculares também tiveram aumento expressivo entre os jovens, segundo números do Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde. Entre 1998 e 2007, houve crescimento de 64% nas internações por AVC entre homens, e de 41% entre mulheres na faixa de 15 a 34 anos. […]”Pensam que é doença de velho, mas cada vez mais jovens chegam aos hospitais com perda de força nos membros, tonturas, sinais que antes só víamos entre pessoas de mais idade”, diz a neurologista Sheila Martins. O jovem, segundo ela, está ingerindo mais sal, bebendo mais álcool e comendo mal.”

Guilherme Genestreti, Folha de S.Paulo, 02/03/2011

 

“Não quero ser jovem, ou ser considerada como tal. Quero ser sempre sofisticada, isso sim, aparentar a idade que tenho e não ouvir que pareço mais jovem do que sou”.

Isabella Rossellini, Carta Capital – 02/03/2011

 

“Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que possuímos no País 340 mil médicos, o que para uma população de 190 milhões representa 1,78 médicos para cada mil habitantes, número insuficiente quando comparado com os 2,6 nos Estados Unidos, 3 na Argentina, 3,2 na Europa Ocidental, 3,8 em Portugal e 6,6 por mil habitantes em Cuba. […] Essa deficiência é agravada pela distribuição dos médicos no território nacional. Mais da metade encontra-se nas capitais, enquanto nessas cidades vive apenas 20% da população. Isso pode levar à conclusão de que, nas capitais, o número de médicos é suficiente. Quando se verifica que Vitória possui um médico para 127 habitantes (7,8/mil), Recife tem um médico para 213 habitantes (4,7/mil), Porto Alegre um médico para 180  habitantes (5,5/mil), São Paulo um médico para 312 habitantes (3,2/mil), a conclusão de que as capitais estão bem atendidas parece correta. Ocorre que a concentração de médicos acompanha, aproximadamente, a distribuição dos hospitais. E, quando analisamos, por exemplo, na capital de São Paulo a disponibilidade de leitos hospitalares salta à vista a desigualdade da distribuição. […] Desde 1996, decidiu-se aumentar o número de cursos médicos. De, aproximadamente, 9 mil vagas, hoje ultrapassamos 15 mil e o número de faculdades, que era de 82, ampliou-se para 180. Entretanto, isso não foi acompanhado de melhora da distribuição de médicos, pois eles não estão sendo preparados para cuidar da população, mas para disputar vagas em residência médica.”

Adib Jatene, médico e ex-ministro da Saúde – Carta Capital – 02/03/2011

 

“Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. Sempre me fascinaram as mudanças – às vezes avanços, às vezes retorno à caverna, Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo nossos usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: ‘Nossa! Como tudo mudou!’.”

Lya Luft, Veja – 02/03/2011

 

“Somos uma empresa que vive da inovação. Somos também uma empresa que cresceu vertiginosamente. Nosso desafio neste momento é impedir que haja uma perda de agilidade, uma ossificação.”

Eric Schmidt, 55, presidente do Google, Veja – 02/03/2011

Go to Top