Posts tagged perdas

06ª semana de 2012

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“Nossa cultura tem sido a oposta (à prevenção): esperamos que os problemas não aconteçam ou que se resolvam por si só. Temos dificuldades em pensar e agir de modo sistêmico: entendendo que as partes da cidade se afetam entre si.”
Vinicius M. Netto – O Estado de S. Paulo, 05/02/2012

“Somos criaturas limitadas pelo tempo, com um início e um fim. O medo do fim, ao menos em parte, vem da falta de controle sobre a passagem do tempo. Não sabemos quando o nosso fim pessoal chegará. Então tentamos manter nossa presença mesmo após não estarmos mais presentes fisicamente. Isso porque só deixaremos de existir quando formos esquecidos. (O que você sabe do seu tataravô ou de outro parente do passado distante?) […] O que importa é o que se faz com a vida que se tem e não com a vida que um dia não vai existir mais. Se temos saúde, a coisa mais importante é a liberdade. Ser livre é poder escolher ao que se prender. Com apocalipse ou não, uma vida bem vivida será sempre curta demais.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 05/02/2012

“Somos criados para vencer. A escola elenca os vencedores: o melhor aluno da classe, o time campeão, a mais bonita. Categorias que separam uns poucos vencedores da maioria perdedora. Irmãos lutam para superar uns aos outros, como se o mundo fosse um gigantesco Coliseu, e cada um de nós um gladiador. Amigos, colegas de trabalho, todos disputam. Mesmo no amor. Quantas vezes um homem quer conquistar a mulher mais deseja pelos outros, sem atentar a seus sentimentos mais profundos? O resultado é não sabermos aceitar perdas. Mesmo as dolorosas e inevitáveis da vida. […] É frequente encontrar pessoas incapazes de aceitar perdas. No ambiente profissional, nem se fale. […] A perda necessária pode exercer efeito positivo.”
Walcyr Carrasco, Revista Época – 06/02/2012

“Quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira ou para o lado moral. Muitos ainda dizem que não existe, mas só quem viveu sabe como é ruim”, diz Hugo. […] Hugo começou a frequentar com sua mulher um grupo de reflexão de casais na igreja. Várias vezes chegava atrasado porque não conseguia sair de casa a tempo. Ficava navegando por páginas pornográficas.”
Letícia Sorg, Revista Época – 06/02/2012

“A pergunta que fica é: as pessoas não se dão conta de suas contradições? E a resposta é ‘muito pouco’. O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes partidários enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade para perceber a incongruência do ‘inimigo’, mas foram bem menos críticos em relação ao ‘aliado’. Segundo Westen, quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas. O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição é apenas fracamente percebida. A surpresa foi constatar que esse processo de relativização não se limita a desligar as emoções negativas. Ele também dispara sensações positivas, acionando circuitos do sistema de recompensa, que coincidem com as áreas ativadas quando viciados em drogas tomam uma dose. Em suma, políticos e simpatizantes sentem prazer ao ignorar suas contradições.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 07/02/2012

“O ser humano é cheio de camadas e não é só racional. O ser humano mente, inclusive para si mesmo. O ser humano fala uma coisa com a boca e outra com os olhos. Um não pode ser um NÃO. Ou um naaaão!”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 07/02/2012

“Olhe para nossas crianças menores de seis anos. Você percebe que há uma diferença enorme entre meninos e meninas? Meninos são moleques: se vestem e se comportam como moleques, têm interesses de moleques e brincam como tal. Já as meninas… Ah…. Elas são pequenas mulheres. Vestem-se como mulheres, se interessam por assuntos de mulheres feitas e gostam de brincar de ser mulher. Sem uma intervenção firme dos adultos, as meninas pulam a fase da infância com a maior facilidade. E por falar em intervenção firme dos adultos, temos feito isso, sim, mas no sentido contrário ao que deveríamos fazer. Meninas de nove anos são levadas pelos pais -pelas mães em especial- a comemorar o aniversário em salões de beleza. Elas ganham roupas provocantes e sapatos de salto precocemente, têm seu próprio arsenal de maquiagem etc.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 07/02/2012

“No Brasil, o corpo é um capital. A crença de que o corpo jovem, magro e perfeito é uma riqueza produz uma cultura de enorme investimento na forma física e, também, de profunda insatisfação com a própria aparência. Quase 100% das brasileiras se sentem infelizes com o próprio corpo.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 07/02/2012

“Parece que a possibilidade de respeitar a diferença passa pelo reconhecimento de que essa diferença constitui uma patologia ou uma espécie de malformação congênita. Alguns perguntarão: “não é melhor assim?”. Sem essa “injeção” de patologia (ou de teratologia), os diferentes seriam apenas julgados em nome de um moralismo qualquer: os drogados seriam vagabundos, os homossexuais, sem-vergonhas, e etc.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 09/02/2012

“O que ninguém conseguiu foi prever a incrível dimensão atingida pela internet. O que hoje não está na rede parece nem fazer parte da realidade. Tudo precisa ter um pé -quando não todo o corpo- na internet. E ter acesso a ela hoje passa a ser direito, a ter relação com cidadania, a ser uma nova forma de alfabetização e de inclusão. Toda essa força e velocidade de comunicação e informação, impensável há algumas décadas, parece ter vida própria, o que resulta em gigantesca dinâmica de transformação cultural. É uma mídia coletiva e anárquica, que soma esforços e inventividade de um sem número de pessoas -a maioria delas anônima. […] A questão é: que mudanças ela traz nas estruturas e nos valores já cristalizados nas sociedades, a ponto de confrontá-los para que daí surjam novas qualidades?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 10/02/2012

“O número de livros lidos pelo brasileiro por ano é mais baixo do que mostrou a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2007 pelo Instituto Pró-Livro (IPL), associação privada composta por entidades do livro. Na ocasião, a média de livros lidos por ano era de 1,3 (sem contar os escolares) e 4,7 (incluindo os escolares). É certo que os dois índices tiveram decréscimo na nova pesquisa, cujos números só serão divulgados em 28 de março.”
Raquel Cozer – Folha de S.Paulo, 11/02/2012

“O cuidado dos doentes e a atenção à saúde das pessoas sempre fizeram parte do cristianismo. O próprio Jesus Cristo deu o exemplo, sempre atencioso com os doentes, que o procuravam em grande número (cf. Mt 9,35), assumindo sobre si as dores e os sofrimentos da humanidade (cf. Mt 8,17). Ao enviar os discípulos em missão, recomendou com insistência que também eles cuidassem dos doentes (cf. Mt 10,1). […] Se a implementação de políticas públicas eficazes de saúde para a população é uma incumbência dos governantes, não deixa de ser tarefa também dos cidadãos. Para quem tem fé religiosa, o caminho que leva a Deus nunca pode desviar da vias dolorosas em que jazem tantos irmãos… E para quem não tem fé, a própria sensibilidade humana desautoriza a ficar indiferente diante do sofrimento do próximo e da sua qualidade de vida diminuída.”
Dom Odilo P. Scherer – O Estado de S. Paulo, 11/02/2012

3ª semana de 2011

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“Há um Deus, a Criação, o ser humano, uma missão, um destino, uma eternidade… Quem não faz filantropia vegeta neste mundo. E vai para um mundo ainda mais pobre do que o lugar de onde veio. A única forma de levar alguma coisa positiva é fazer o bem nesta Terra e levar isso junto com você para outro mundo. […] O ideal é doar tempo e dinheiro, mas cada um doa o que pode. Eu doo ‘x’ horas por semana e ‘x’ reais por ano. Não vou falar quando porque é um pouco íntimo, mas no fim da vida mais da metade do que tenho irá para obras de caridade. […] No começo, pensava muito na questão da pobreza. Depois comecei a pensar que se a gente aproximasse as pessoas de Deus não haveria estupro, nem assassinatos. Portanto, a formação moral é fundamental. O mundo educado, o mundo moral, é o mundo que não tem mal. Ou, diante dele, o mal diminui de forma bastante rápida. Por isso, em primeiro lugar, hoje invisto na educação moral. Aí está o futuro. […] Você tem de ajudar o próximo, mas também tem de ajudar a humanidade. A obrigação do ser humano na Terra é ajudar todos. […] A única moeda conversível e interplanetária entre os mundos espiritual e físico é o bem. Essa é a única que não tem barreiras e não tem banco central. O resto fica aqui. Então, qualquer pessoa que seja inteligente e com bom senso vai pensar: ‘Por que vou levar meu dinheiro para o túmulo ou deixar para alguém que vai torrar tudo?’. Se você deixar R$ 100,00 para o seu filho torrar, o que se ganha com isso? Nada. É muito melhor doar a maior parte para obras de caridade, dando vida para muitas pessoas, milhares de pessoas. […] No Shabat só trato de assuntos espirituais e não faço negócios. Nesse dia me espiritualizo, este é o alimento da semana. Os negócios são cativantes. Se você não se espiritualiza, você fica preso na matéria. Para fugir da matéria um pouquinho, é preciso se espiritualizar. […] Leitura é o maior prazer que tenho na vida.”

Elie Horn, 64, empresário (construtora Cyrela – que fundou em 1978), bilionário discreto, o maior filantropo brasileiro, Revista Época Negócios – janeiro de 2011

 

“Apesar de seguirem regras específicas, não se constrangem com a modernidade. A comunidade interage com os vizinhos que não pertencem à ordem religiosa. Também estão a par dos avanços da sociedade moderna, mas por uma opção voluntária e por questões religiosas, preferem não adotá-los. O principal motivo que determina se uma inovação, como dirigir um carro, por exemplo, será incorporada ou não à cultura amish é o julgamento que fazem a partir de seus valores. Se entenderem que a inovação desvirtualiza a vida em família e em comunidade, ela será vetada. […] A religião explica essas escolhas Ela é onipresente e rege tudo, desde o modo como se vestem até o jeito como fazem os negócios. […] Conhecidos pelo extremo rigor quanto à adoção de novas tendências, os amish estão levando seu modo simples de vida e suas crenças para os negócios que administram – com todas as vantagens e desvantagens que isso possa trazer. Nenhum empresário amish ilustra tão bem o novo cenário quanto Amós Miller, 32 anos. Há cinco anos ele transformou a fazenda do pai na Miller Farm, uma produtora e distribuidora de produtos orgânicos que chega a 26 estados. Mesmo tendo de gerir uma empresa de alcance nacional, Miller não tem carro, não usa telefone celular – e jamais se sentou diante de um computador. Miller também não tem nenhuma educação formal em negócios, já que os amish param de estudar na oitava série. ‘Não me sinto frustrado por usar esses meios de comunicação modernos. Meu negócio não é dependente de computadores e eletrônicos, mas de produtos e pessoas’, diz ele. […] Os amish pertencem ao grupo dos anabatistas, surgido em 1525, na Suíça. […] Um dos líderes mais influentes era Menno Simons e, aos poucos, o grupo passou a ser chamado de Menonitas. Eram considerados e ala mais radical da reforma protestante e muitos foram perseguidos e mortos. […] Cerca de 150 anos mais tarde, em 1693, um suíço chamado Jakob Ammann tornou-se o líder do grupo dos anabatistas que ficou na Suíça e resolveu fazer mais reformas. O que a princípio seriam pequenos detalhes, levou a uma cisão irreparável. Os membros seguidores de Ammann passaram a ser chamados amish. Tudo o que fazem e todas as decisões que tomam têm como princípio preservar os valores nos quais acreditam. Câmeras de vídeo, televisões, computadores e mesmo a escola dos filhos são vistos como tentações para desviar a atenção da vida em comunidade.”

Marcos Todeschini, Revista Época Negócios – janeiro de 2011

 

“Quem começou a trabalhar no século passado ouviu falar muito da necessidade de dominar um terceiro idioma, fazer pós-graduação ou comprovar experiência. Quem chega ao mercado de trabalho agora depara com exigências adicionais bem mais abstratas. Os jovens precisam ser a ‘atitude correta’, seja lá o que signifique isso. Para complicar, enfrentam uma impressão difundida pelo mercado de trabalho, justa ou injustamente, de que têm ambição demais e paciência de menos. Uma pesquisa feita pela consultoria alemã Trendence em 20 países oferece um panorama mais detalhado do que as companhias querem do jovem. […]

As grandes empresas brasileiras, de acordo com o estudo, buscam jovens flexíveis (para assumir diferentes papéis numa organização, não necessariamente ao mesmo tempo), capazes de liderar e decidir (dentro de seu raio de atuação), com facilidade para atuar em equipe, hábeis em análise (para entender cenários amplos), empreendedores (para criar e abraçar projetos) e com ‘integridade pessoal e ética forte’. Essas foram as mais mencionadas entre 19 características que poderiam contribuir para o sucesso de um recém-formado numa companhia.”

Marcos Coronato, Revista Época, 17 de janeiro de 2011 

 

“Somos muito pouco alfabetizados nas questões ambientais. Não me refiro nem à ignorância inofensiva como a de não saber diferenciar uma sibipiruna de um pau-brasil.
Refiro-me à ignorância maior e imperdoável da intrínseca interdependência entre todos os sistemas e espécies da natureza. Convencionou-se que o ser humano é a espécie mais importante e a natureza deve servir às suas necessidades às expensas da comunidade da vida. Portanto, há uma cultura de apropriação, abuso e desprezo em relação ao meio ambiente, que, somada à ignorância, faz com que o principal resultado da cultura antropocêntrica seja ameaça constante ao meio ambiente em geral e à condição humana, em particular.  Não conhecer o meio ambiente e suas dinâmicas e não se comprometer com a vida faz com que nossos aglomerados urbanos assemelhem-se a histórias de horror, palcos de tragédias sem fim e de um desânimo inconsolável quanto ao “Nosso Futuro Comum” (ver Relatório Brundtland). […]Somos literalmente objetos de políticas publicas, hipotecamos direitos aos políticos profissionais e ignoramos nossos deveres primários.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo – 17/01/2011

 

“Férias são uma instituição em crise. Esqueça o ideal que nos leva a imaginar nelas um período de descanso, reflexão, diversão ou renovação de conhecimento. Esse tipo de desfrute das férias está em extinção. […] Para todo lugar que ando, vejo pessoas de férias, mas apenas dando uma conferidinha nos e-mails e nas planilhas enviadas por seus assistentes. Desconectar? Nem pensar! O mundo depende de nossa atenção para continuar girando, certo? […] Desconecte-se. Se quiser levar seu tablet na viagem, faça-se o favor de esquecer o carregador. A desculpa dos livros digitais tem feito muita gente ficar 24 horas respondendo a e-mails. […] Lamento o que observo na vida daqueles que tanto batalham para sair de férias e, quando conseguem, entram em um período de intenso estresse. Para alguns, o estresse é físico, decorrente do vaivém com as crianças. Para outros, é um estresse psicológico, tentando esconder de si que estão trabalhando de fato. Para a maioria, trata-se de um estresse financeiro, em razão dos preços de temporada que nos obrigam a receber muito menos pelo que pagamos. […] Uma mente bem descansada não terá problemas em se reinventar.”

Gustavo Cerbasi, , Folha de S.Paulo – 17/01/2011

 

“Os louros passageiros nada mais são do que símbolo, assim como a beleza estereotipada, a riqueza que corrompe, o poder político que trai, os relógios dourados e carrões escandalosos que servem para encobrir fraquezas e limites, o luxo que desaparece quando se vê só, a fama que engana e fantasia, e outros menos globalizados. Sentir-se bem com a própria personalidade, caráter, capacidade e sensibilidade deveria ser o mais importante.”

Sócrates, Carta Capital, 19/01/2011

 

“No regime democrático em que vivemos, ninguém assalta o poder, como nas ditaduras. Somos nós que elegemos as autoridades e se elas, ao longo do tempo, não cuidam do bem público, a culpa é nossa pelas deficiências daqueles que escolhemos para nos governar.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo – 20/01/2011

 

“Novas expansões do conceito de direitos humanos continuam em discussão. Na pauta, figuram direitos dos animais e da natureza como um todo. Como sublima Iara Pietricovsky, os desastres naturais deste início de século segurem que talvez seja a hora de considerar a natureza como um ente de direito, no mesmo plano dos seres humanos.”

Diego Viana, Valor Econômico – 21-23/01/2011

 

“Eles são ricos, viajados, cosmopolitas – e sedentos. A crescente classe alta da Índia quer licores sofisticados e vinhos finos que definam a ‘boa vida’ que eles veem em suas viagens de férias e nos filmes de Hollywood. O velho hábito de servir uma dose de rum barato em um copo qualquer simplesmente está ‘proibido’. ‘A vida é uma festa! Se podemos ter o melhor, por que não ter?’, diz Vikrant Nath, um promotor de eventos de 49 anos de Nova Déli. […] ‘Queremos novas experiências, saber mais sobre a boa vida’, diz a esposa de Nath, Alka. […] O número de indianos com patrimônio de pelo menos US$ 1 milhão cresceu 51% em 2009, para 126 mil pessoas, segundo um estudo do Merrill Lynch e da consultoria Capgemini. […] Embora parte da população seja abstêmia, 5% – cerca de  60 milhões de pessoas, a população da França – é alcoólatra, a maioria pessoas pobres e viciadas em bebidas baratas fabricadas ilegalmente. A Ìndia é a maior produtora de bebidas alcoólicas da Ásia, mas dois terços das cerca de 700 milhões de caixas consumidas anualmente não são declaradas – fabricadas em vilarejos remotos ou compradas de embaixadas ou contrabandistas”.

Katy Daigle, Valor Econômico – 21-23/01/2011

 

“Além das perdas afetivas, as vítimas sofrem por não ter onde morar. ‘A casa da gente não é só parede, chão e teto. Por isso, quando você perde isso, perde muito mais’, diz a psicóloga ambiental Marlise Bassin. […] Como o primeiro instinto é sobreviver, só depois elas entendem o que aconteceu’, afirma a psicóloga Fernanda Delgado, de um abrigo na cidade. Mesmo quem não perdeu parentes e amigos precisa de ajuda. A dona de casa Marcilene da Silva Rodrigues perdeu a casa no Jardim Salaco, mas conseguiu salvar a família. Apesar de reconhecer a sorte que teve, tenta conseguir forças para seguir em frente. ‘Sei que muitas pessoas passaram por coisas piores. Eu estou com meu marido e meus três filhos, mas tento não pensar sobre o que vou fazer daqui para frente. Não tenho ninguém e não sei quando vou conseguir sair do abrigo’, lamenta.”

Paulo Sampaio/Bruno Boghossian, Estado de S.Paulo – 21/02/2011

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