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2011: O QUE ESCOLHO?

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“A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Dilma Rousseff fez essa citação de nosso extraordinário escritor Guimarães Rosa, no discurso no Congresso, quando da sua posse, logo no dia primeiro. A vida, de fato, tem seus movimentos próprios e a questão é qual nossa postura e decisões diante de cada um deles.

Em meus caminhos e escolhas qual o meu ponto de partida, minha referência, saio da onde? Das minhas certezas imutáveis ou de quem já viveu o suficiente para compreender que desconfiar de si mesmo é bom e necessário? Das fraquezas assumidas ou da ilusão da força própria e do pensamento positivo? De couraças e máscaras que disfarçam bem ou de quem se mostra, se deixa conhecer para valer?

Nesse início de ano onde tanto se projeta, certas considerações podem ser bem-vindas. Atentar para a dinâmica de minhas escolhas pode ser importante. Desejo terminar esse ano maior ou menor do que começo? Dietas à parte penso na alma que cresce e amadurece pelas descobertas que traz consciência sensível, cuidado maior e atenção terna. Menos obsessões, mas, mais aberturas. Ampliando conceitos, abandonando preconceitos, desapegando de coisas supérfluas e desfrutando de sabores ignorados até então.

Viver também é relacionar-se. E relacionar-se é uma possibilidade de me conhecer mais e melhor. Então, o que escolherei? Ampliar e aprofundar relacionamentos, ou, encolhimento da minha própria alma? Quando nos fechamos, impedimos a chegada de outros, optamos pela superficialidade, e assim podemos viver empobrecidos, desperdiçando boas oportunidades.

Claro que há tempo para o recolhimento, a necessidade da solitude, mas me parece que o medo tem predominado nas relações, as distâncias são preferidas, e vivemos escondidos em nossas muralhas particulares.

O que se tem para perder? Se proteger tanto do quê? Por que tanta resistência em se entregar? Preservo o quê exatamente? Nosso medo de perder o que nem sabemos explicar ao certo é perigoso. Quanto mais nos limitamos nas relações, há grande possibilidade de menor sermos.

Tem gente fechada por medo da dor de amar. Outros reclusos nutrem o medo de que se conhecidos serão rejeitados. Outros desistem antes de tentarem por pura preguiça. E assim vamos nos acomodando, concluindo que poucas relações é mais fácil de “controlar”.

A honestidade está em extinção, inclusive nas relações. A farsa pode convencer, mas agarrar-se a uma ilusão é sempre uma vida menor. Enquanto que descobrir as próprias fraquezas e partilhá-las pode ser mais difícil, mas certamente será mais corajoso, verdadeiro e digno.

Uma mentalidade estreita, que vai se estreitando quanto mais medo cultivo, quanto menos amor conheço. Um amor que aprendo quando me arrisco em relacionamentos de amizade, onde exercito a musculatura afetiva, abro novos espaços em mim, permito que outro seja um outro que me ensina novas maneiras de ver e entender a realidade. O que vou escolher?

18 de dezembro de 2010

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“Pesquisa apresentada ontem na USP mostra que o abuso de álcool no Brasil custa R$ 8,56 bilhões por ano. A estimativa leva em consideração cálculos de custo social e dados do Ministério da Saúde e do IBGE de 2007. O maior custo social é com homens de 40 a 44 anos. Para Andrea Galassi, que realizou a pesquisa, o custo é maior ainda, pois a estimativa não inclui a rede privada e a subnotificação de casos. ‘Se a pessoa que sofreu um acidente estava embriagada e essa informação não entra na ficha médica, essa despesa não é incluída’, diz.”

Folha de S.Paulo – 18/12/2010

 

“Boas decisões são voltadas ao futuro, levam em conta informações disponíveis, consideram todas as opções disponíveis e não criam conflitos de interesses. […] Dizer que algo é ‘difícil’ é uma péssima desculpa para não agir”.

Dan Ariely, professor of Behavioral Economics na Duke University, nos EUA, Harvard Businness Review – dezembro de 2010

 

“Valores estão na moda. Muitas empresas buscam valores universais para unir gente distinta em torno de uma meta comum, satisfazendo o desejo das novas gerações de um trabalho com sentido, pautado por valores.”

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

02 de novembro de 2010

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“Pesquisa da Nielsen aqui nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano revelou que o adolescente norte-americano (13 a 17 anos) enviava e recebia, em média, 3.339 mensagens de texto, todo mês, de seus celulares -são mais de cem torpedos por dia, ou seis por hora que passava acordado. O fenômeno é global. […]Esses adolescentes podem estar abandonando em massa os grandes textos literários, mas estão produzindo em massa microtextos que podem muito bem ser o caminho da literatura vindoura. Será que o próximo Shakespeare, ou Machado de Assis ou Tolstói virá em “bullet phrases”?”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

 

“Você deve ser exigente em suas escolhas. Decidir exige esforço. Tente fazê-las pensando no que é realmente importante para você. E quando escolher use sua “intuição informada”, que nada mais é do que usar seu instinto, o impulso que o leva àquela decisão, misturado à apuração e à informação sobre o assunto. Não tema usar papel e caneta para anotar prós e contras ou dividir em pontos positivos e negativos. Estudos sugerem que quem escolhe um lugar para morar ou companheiros de casa dessa maneira costuma ser bem-sucedido. Esse é o método que altos executivos usam para contratar ou demitir. Se você aprender a usar esse método simples irá sofrer menos e escolher melhor.”

Sheena Iyengar, 41, canadense, psicóloga e economista, professora na Universidade de Columbia/EUA, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

A vida e algumas condições

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A economia brasileira vai bem perante o cenário mundial. País emergente, gente criativa, ambiciosa, gente cansada de esperar. Um país da vez. A bola rola, com gente que enrola, mas que deseja sair bem na foto.

Discurso e prática nem sempre combinam. A ignorância ainda é grande, a inveja aparece, a ganância mostra suas garras.

No horizonte dos próximos anos despontam oportunidades. Copa do Mundo, Olimpíadas, tudo no Brasil. A vitrine brasileira será invadida, comentada, analisada, criticada, pichada. O que falará mais alto?

O desejo de crescer, aparecer, faturar mostra suas garras. A competição é grande, não é justa (os efeitos da deficiente difusão das tecnologias seria apenas uma das questões), e todos querem ser ágeis.

Como crescer de maneira sustentável? Em época de campanha tal questão entra na pauta. Candidatos tentam ter uma resposta pronta, mas na prática, nas oportunidades que tiveram, o que fizeram?

A racionalidade econômica, a expansão do capital, acabam vencendo e algumas condições nem sempre são consideradas. O consumo destrutivo da natureza vai degradando o ordenamento ecológico, o equilíbrio já se foi, e pouco se pensa na vida a longo prazo.

O que se respeito diante do que se quer? Para onde nos leva nosso imediatismo, nossos desejos questionáveis?

Quando se degrada potencial produtivo dos ecossistemas, se destrói o sistema de recursos, e se dá de ombros para o subdesenvolvimento e a falta de novos investimentos em áreas precárias, onde vamos parar?

Qual o preço que pagaremos? O desrespeito para com as condições básicas da vida e do cuidado da natureza pode nos trazer uma conta que não paramos ainda para calcular, mas já é prevista. Para os juros da vida não há cheque especial que cubra.

Os alertas têm sido dado. As decisões acertadas precisam ser tomadas agora. A vida continua, mas o como é com a gente.

A vida como processo

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A gente nasce, cresce, estuda (ao menos teoricamente é um direito de todos), busca ao pra fazer, alguns até consideram em uma profissão e carreira.

A necessidade de remuneração nos leva a decisões. Alguns podem escolher, outros precisam pegar o que aparecer. A desigualdade de oportunidades é uma grave e triste realidade em nosso país.

Em algum momento questionamentos nos povoam. Frustrações nos acompanham, porém, se alternam com progressos e alegrias. Estamos satisfeitos?

Empregadores tem percebido cada vez mais que tal satisfação ou a falta dela traz consequência para a dinâmica e rendimento de seu empregado – termo em desuso, atualmente opta-se por algo como colaborador. E aí, muitas teorias e propostas lhe são oferecidas. Num mundo onde tudo é negócio e a busca por vantagens é imperativa, um espaço para se conversar a respeito se mostra uma oferta interessante.

O processo de coaching auxilia nos questionamentos. Um profissional contratado para auxiliar nas considerações sobre a vida, a carreira, seu papel na organização ou a falta dela, alguns rumos e perspectivas, perfil das empresas e perfil pessoal. Uma tentativa de desfrutar de uma pausa ativa. Aproveitar tal espaço para rever sonhos, metas, desejos e propósitos, escolhas e obstáculos, dificuldades no percurso. Afinal, há engajamento no quê? Que tipo?

Infelizmente, em algumas empresas o processo de coaching é visto como uma forma de “consertar” pessoas inadequadas, que não respondem bem aos desafios propostos e cuja performance é aquém do esperado. Seria quase uma última chance ao sujeito. No desespero cutuca-se com uma ferramenta que pode ser poderosa. Vê-se como uma espécie de máquina, outro o indivíduo entra de uma forma e sai de outra.

Claro que resultados são esperados, mas, o princípio parece ser equivocado. O ser humano tende a se iludir com poções mágicas. Você vai lá, bebe aquele encontro, e dali em diante tudo será diferente.

A vida como processo não é fácil. Há uma pressa que pressiona, mas há um ritmo de transformação que não responde ao imediato. O Simplismo é uma cilada.

Há técnicas que auxiliam e “turbinam” reações positivas? Pode-se até bem aproveitar boas ferramentas, entretanto, quanto mais consistente for o processo, mais duradouro e satisfatório pode se revelar.

Conversar claramente sobre expectativas e o caminho do desenvolvimento pode ser um compromisso que desemboca em qualidade e realização.

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