Posts tagged cristianismo

01ª semana de 2013

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“A insatisfação existe porque o ego, afinal, é insaciável. Por mais que eu me dedique a ser feliz em cada momento, a ser sincero com meus desejos, a fugir das obrigações, sempre vou achar que não me dediquei o bastante a mim mesmo. A vida autocentrada será, desse modo, inevitavelmente frustrante. Mais que isso, vida e frustração se tornam sinônimos. […] Quem só se preocupa em atender a si mesmo sempre se sentirá desatendido.”
Marcelo Coelho, “Folha de S.Paulo” – 02/01/2013

“Escrevo esta coluna no dia 31. Estou perto de Times Square. Faz frio e ficar 12 ou 14 horas em Times Square é chato. À meia-noite, você dará um abraço e um beijo nos amigos que estão com você, mas isso você poderia ter feito em casa ou numa festa. A razão de estar em Times Square não é sua experiência, é a aparência de alegria que você talvez possa mostrar ao mundo, na televisão. Para todos, os votos de um 2013 com rasgos e remendos reais, ou seja, de uma vida que não precise ser confundida com um reality show para convencer aos outros (e à gente) de que ela vale a pena.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 03/01/2013

“Pelo menos 16 pessoas morreram – entre elas 4 crianças – e outras 120 ficaram feridas durante um tumulto ocorrido no Estádio da Cidadela, na capital angolana, Luanda, na noite do ano-novo, em uma vigília evangélica organizada pela Igreja Universal do Reino de Deus na cidade. ‘Esperávamos 70 mil pessoas, mas esse número foi superado amplamente’, disse o bispo Ferner Batalha. à agência angolana de notícias Angop. Cerca de 200 mil pessoas teriam lotado o estádio, segundo a agência. De acordo com informações da Embaixada Brasileira em Luanda, até ontem, não havia o registro de nenhum brasileiro entre os mortos no evento religioso. Faustino Sebastião, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Angola, disse que as vítimas morreram pisoteadas ou asfixiadas em virtude do tumulto, cuja causa não foi apontada pelas autoridades de Luanda. Até ontem a maioria dos feridos já havia recebido alta das unidades de saúde que as atenderam.”
“O Estado de S.Paulo” – 03/01/2013

“Hélio Pellegrino foi uma das pessoas mais brilhantes do seu tempo, engajado até o fundo de sua alma em todas as questões que o cercavam, em todas as áreas. […] Ele não separava a psicanálise das vivências do cotidiano, sociais ou políticas. Referindo-se a Tristão de Athayde, sentencia que ‘o processo de encarnação da fé cristã (…) é fulcro da vida: o cristão só o é, em profundidade, através do Próximo concreto. Não há cristão fechado na abastança narcísica, na contemplação solitária das verdades externas. É, principalmente, no amor ao ser humano que sofre que se pode distinguir a marca do cristão autêntico. (…) O cristão, hoje em dia, é um ser que luta contra a alienação, o conformismo, a desistência, a desesperança, a indiferença, a ignorância. O cristão quer devolver a cada ser humano o duro e alto privilégio de tornar-se livre e responsável’.”
Washington Novaes, “O Estado de S.Paulo” – 04/01/2013

“Hoje, há muito pouca coisa que o dinheiro não pode comprar. […] Precisamos propor uma pergunta maior: que papel o dinheiro e os mercados deveriam desempenhar em uma boa sociedade? […] Uma sociedade de mercado é um ambiente em que quase tudo está à venda. Deveríamos nos preocupar com essa tendência por dois motivos. À medida que o dinheiro ganha maior primazia nas sociedades, a riqueza ganha importância. Quando o dinheiro começa a governar o acesso à educação, à saúde, à influência política, a vida se torna mais difícil para as pessoas desprovidas de posses. Quando o mercado controla tudo, a desigualdade é mais aguda. […] Nossa relutância em nos envolvermos em debate político quanto a questões morais contestadas nos deixou mal preparados para enfrentar uma das questões mais importantes de nossa era.”
Michael Sandel, “Folha de S.Paulo” – 04/01/2013

“Essa sede de poder é resquício dos totalitarismos do século passado, que precisamos superar por uma nova qualidade da ação política. Nosso desafio é fazê-la a partir do reconhecimento dos ganhos e da manutenção do que é justo e estratégico ao país. 2013 não é só a antessala de uma disputa eleitoral, é uma oportunidade de redefinir projetos e prioridades. […] Desadaptar-se dá trabalho. Mas já sabemos, nos disse o poeta, que vale a pena, se a alma não é pequena.”
Marina Silva, “Folha de S.Paulo” – 04/01/2013

“Respeito plenamente os direitos dos povos em acreditar nos ensinamentos religiosos que escolheram. Isso também é um direito humano. Mas não pode haver desculpa para violência ou discriminação, nunca. […] A democracia é mais do que a regra da maioria. Ela exige defesa das minorias vulneráveis diante de maiorias hostis. Os governos têm o dever de desafiar o preconceito, não ceder a ele. Todos temos um papel a desempenhar. Desmond Tutu disse recentemente que a onda da mudança é feita de até um milhão de ondulações.”
Ban Ki-Moon, “Folha de S.Paulo” – 04/01/2013

“Como a ideologia e a religião, a arte é uma tentativa de dar sentido à existência, com a particularidade de que o sentido pode apontar para o caos.”
Michel Laub, “Folha de S.Paulo” – 04/01/2013

“Duas adolescentes foram detidas nos EUA por drogarem os pais de uma delas para poder usar o computador da casa à noite. As meninas colocaram sonífero em dois milk-shakes e os ofereceram aos pais, que haviam proibido o uso da internet.”
Felipe Corazza, “O Estado de S.Paulo” – 05/01/2013

“Você faz um plano de ações ou toma a decisão de trocar de emprego e dá certo. Aí tem um outro desafio e dá certo. Você começa a achar que resolve tudo. ‘Dá aqui, bicho, que eu resolvo. Qual o problema? Manda aqui e está feito, negão.’ Você começa a acreditar nisso porque está treinado para solucionar tudo. Mas no lado emocional isso não funciona. Aos 40 anos, você percebe que isso está errado. Me achava um gigante, mas era pequenininho. Descobri meu tamanho real. Costumo dizer que um dia Deus vai visitar sua vida. Comigo só aconteceu aos 40 anos, mas foi muito bom.”
Enéas Pestana, 49, presidente do Grupo Pão de Açúcar, “Época Negócios” – janeiro/2012

25 de dezembro de 2010

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“O Natal traz o anúncio de que Deus quer reunir a grande família humana num povo de irmãos, em que a solidariedade e o amor ao próximo sejam o modo normal de viver e conviver. Mesmo assim, o Natal não muda as coisas como por encanto, com um toque de mágica, e o mundo continua a girar; é de se prever que ainda continuem a existir injustiças, guerras, violências, sofrimentos, desonestidades privadas e públicas… E, então, de nada valeu que o Filho de Deus tenha vindo ao mundo? Valeu! Ele não veio na figura de um anjo de fogo, pronto a exterminar toda resistência, mas na forma de uma criança, de braços abertos, fraco com os fracos, pequeno com os pequenos. Não se substitui a nós, não tira nossas responsabilidades nem suprime nossa liberdade.”

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, Folha de S.Paulo – 25/12/2010

24 de dezembro de 2010

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“Pessoas amadurecidas sabem que “Deus ajuda a quem se ajuda”; que, se, por um lado, Ele concede sua graça, por outro, pressupõe nossa diligente colaboração. […] Festas de Natal e de Ano-Novo são excelentes oportunidades para que tanto as pessoas quanto a sociedade em seu todo não corram atrás de ilusões, mas se recoloquem com realismo diante dos desafios, enfrentando-os com a ajuda divina. Que Deus nos abençoe, dando-nos coragem e espírito de solidariedade, para que tenhamos um novo ano de crescimento em todos os sentidos.”

Dom Fernando Figueiredo, bispo da diocese de Santo Amaro (SP), Folha de S.Paulo – 24/12/2010

18 de outubro de 2010

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“No universo de jovens que nem trabalham nem estudam, o grupo entre 18 e 20 anos é o que mais preocupa. […]

Para Luiz Carlos dos Santos, coordenador do Projeto Sol, uma ONG de apoio a adolescentes em São Paulo, parte dos jovens que não trabalham nem estudam forma uma ‘geração que ficou perdida e está começando a aparecer números. Muitos saíram da escola sem saber ler e escrever direito. Outros foram perdidos para o tráfico de drogas, no qual as possibilidades de remuneração são muito maiores’.”

Érica Fraga, Folha de S.Paulo – 18/10/2010

 

“Santo Agostinho e Pascal me ensinaram que o cristianismo é uma história do homem combatendo ingloriamente (e cotidianamente) sua natureza afogada no mais sofisticado orgulho e na mais profunda inveja (de Deus). […]

Só esmagando o orgulho com a humildade de quem se sabe insignificante é que vale a pena apostar no dia a dia.”

Luiz Felipe Pondé, filósofo, Folha de S.Paulo – 18/10/2010

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