Posts tagged crianças

17ª semana de 2013

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“Esse meu pilar de preservação de qualidade de vida, física, moral e emocional, fez com que eu chegasse aos 60 anos de idade com uma jovialidade acima da média. Tenho muito que dar ainda. […] Vivemos em um momento no mundo em que há uma obsolescência terrível das coisas, dos materiais. Quando você compra um telefone celular, já lançaram um melhor no momento em que você está comprando. Então, o círculo das coisas é grande. E não conseguimos separar isso do ser humano, da obsolescência das pessoas. Mas não existe esse círculo da obsolescência das pessoas. […] Tem de entender que as pessoas estão se formando ao longo da vida. Não é demagogia dizer que a pessoa só acaba a formação quando morre. Entender que é preciso trocar o equipamento com frequência, mas investir nas pessoas. Isso é a grande maestria de um CEO.”

Wilson Otero, “O Estado de S.Paulo” – 21/04/2013

 

“Se no último século, a preocupação era construir uma biblioteca em cada cidade, agora a palavra de ordem é construir uma biblioteca dentro da casa de cada pessoa.”

Jason Roy, diretor dos serviços digitais da biblioteca da Universidade de Minnesota, “O Estado de S.Paulo” – 22/04/2013

 

“As bombas nos EUA ainda não totalmente explicadas, a economia da Europa devagar, as ameaças da Coreia do Norte, as incertezas em relação ao Irã, as intempéries na Ásia e a fome na África. Não bastasse, temos agora na América do Sul dois polos que se contrapõem ferrenhamente. De um lado, a Venezuela chavista está vazia de Chávez e entupida de problemas. De outro, o Paraguai volta aos poucos à Unasul e ao Mercosul com um presidente eleito, Horacio Cartes, podre de rico num país muito pobre, além de suspeito de contrabando, lavagem de dinheiro e ‘otras cositas más’. Tempos difíceis virão.”

Eliane Cantanhêde, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013

 

“Somam-se, no pontificado de Francisco, os sinais de uma radical alteração do regime do pontificado, tanto no desbarato da Cúria quanto na emergência de uma visão global dos novos rumos a serem trilhados pela igreja. […]Encarnou, sem volta, a aspiração a uma igreja profética, ao condenar o “narcisismo teológico”, no luxo dos bem pensantes, voltado para uma “espiritualidade mundana”, e uma autossuficiência no conforto da fé, na rejeição do verdadeiro espírito missionário.”

Candido Mendes, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013

 

“O homem dispõe de um aparato indispensável à liberdade: a linguagem. Somos mais do que meros sobreviventes com recursos. Somos o homem político, como diziam os gregos: aquele que, se quiser, pensa, leva em conta o seu semelhante.”

Anna Veronica Mautner, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013

 

“Somos uma cultura ‘infantólatra’, ou seja, que idealiza e venera as crianças como crianças. Ou seja, amamos vê-las sem nenhum dos pesos que castigam a vida adulta. No sonho de irresponsabilidade que mencionei antes, esses dois traços de nossa cultura se combinam assim: 1) as crianças são todas querubins irresponsáveis e 2) a história da nossa infância nos torna irresponsáveis quando adultos. Que maravilha.”

Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 25/04/2013

 

“Fazer 40 anos é aprender que é impossível não magoar pessoas queridas, momentaneamente ou para sempre, com ou sem razão.”

Michel Laub, “Folha de S.Paulo” – 26/04/2013

 

“ ‘Essas igrejas não obterão reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão continuar impedidas de funcionar no país’, disse o porta-voz do MPLA, Rui Falcão. ‘Elas são apenas um negócio.’ Segundo Falcão, a força das igrejas evangélicas brasileiras em Angola desperta preocupação. ‘Elas ficam a enganar as pessoas, é um negócio, isto está mais do que óbvio, ficam a vender milagres’.”

Patrícia Campos Mello, “Folha de S.Paulo” – 27/04/2013

 

15ª semana de 2013

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“Na era do consumo, os jovens têm consumido de tudo e em exagero. O alcance da publicidade é maior do que o dos objetos anunciados. E os pais têm aceitado tal situação, mesmo quando consideram exagerado.”

Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 09/04/2013

 

“Todo fundamentalista cristão é ancorado na interpretação literal da Bíblia, que deriva da ignorância exegética e teológica.”

Frei Betto, “Folha de S.Paulo” – 12/04/2013

 

“Toda superação de preconceitos exige ampliação de conhecimentos.”

Alexandre Vidal Porto, “Folha de S.Paulo” – 13/04/2013

 

“Para entender o avanço das religiões evangélicas no Brasil, sobretudo das correntes pentecostais, é preciso compreender o papel da religião no mundo contemporâneo. A realidade torna-se mais complexa a cada dia. Os processos sociais e as grandes mudanças ocorrem de forma rápida e sem aviso. Ainda que tenha ocorrido aumento recente da renda, a situação de precariedade econômica e social persiste. O abismo entre os avanços científicos e a compreensão do homem comum aprofunda-se. Aí entra a religião. Ela é um poderoso sistema simbólico capaz de dar uma explicação ou pelo menos propiciar uma esperança de que algum dia haverá um esclarecimento sobre o caos, o sofrimento e a injustiça.”

Marcos Alvito, “Folha de S.Paulo” – 13/04/2013

 

“Aprender a olhar para o que nos cerca sem nos fundirmos com o que vemos é uma ferramenta profissional poderosa. Isso nos ajuda a ouvir, analisar, compreender o processo, em vez de mergulhar de olhos e nariz tapados na correnteza.”

Cynthia de Almeida, “Revista Claudia” – abril de 2013

 

“Dias ganhamos e dias perdemos. Isso é importante. Percebo que a criançada hoje é diferente, está crescendo mais moderna. Eles sabem ganhar, mas não sabem perder. O que precisamos passar para eles é que a vida é um aprendizado. E minha maior felicidade e virtude foi ter aprendido com meus erros.”

Rubens Barrichello, “Revista Alfa” – abril de 2012

 

 

50ª semana de 2012

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“A atitude de reavaliar a carreira deve ser contínua, deve ser considerada meta durante todo ano: ponderar nossas emoções, imprimir cordialidade no nosso âmbito social e profissional, avaliar nossa imagem, investir na qualidade de vida, utilizar a flexibilidade e resiliência em situações adversas, atentar para o desenvolvimento de novas competências, conferir sustentabilidade na carreira e, sobretudo, buscar sempre o autoconhecimento. […] Torna-se cada vez mais indispensável, romper as amarras da acomodação em nossa vida pessoal e profissional e, assim, aproveitar a entrada de um novo ano para desenvolver a maior de todas as competências: a competência para a vida.”
Ruth Duarte, “O Estado de S.Paulo” – 09/12/2012

“Eu me sinto um intruso na vida. É como se eu não devesse estar aqui, uma espécie de outsider tentando comparar culturas, observando os defeitos e as qualidades e os costumes, os barulhos e essa paranoia toda, desde o berço até o túmulo. Então, vejo tudo de uma forma vesga (mesmo usando óculos).”
Gerald Thomas, “O Estado de S.Paulo” – 09/12/2012

“A felicidade e o bem-estar são as chaves da vida contemporânea. Vale tudo para ser feliz. Uma época dominada pela felicidade é uma época boba. […] Toda liberdade pressupõe riscos, e toda sociedade pautada pela felicidade social não suporta a liberdade.”
Luiz Felipe Pondé , “Folha de S.Paulo” – 10/12/2012

“A beleza da catedral de Brasília, cujas linhas arrojadas lembram mãos abertas ao transcendente, botão de flor se abrindo ao infinito, feixe de ramos de trigo evocando o pão da vida, o coração de boca aberta à fome de Deus.”
Frei Betto, “Folha de S.Paulo” – 10/12/2012

“DJ Qbert, americano de origem filipina, coloca-se: ‘acredito que nós artistas, assim como todas as pessoas, estamos aqui para fazer do mundo um lugar melhor. Fazer as pessoas felizes com nosso talento traz a mais profunda alegria. todos os dias eu sonho em ajudar as pessoas ao máximo. […] A maior felicidade é doar, e o maior demônio é o egoísmo. A ideia é mostrar as coisas que temos aprendido, mas também aprender com os alunos. Pensei em criar uma comunidade online que estimulasse todo mundo a melhorar com os segredos que expomos. Ali, eu também me considero um estudante, já que aprendo com as ideias dos outros DJs todos os dias’, diz o modesto virtuose.
Claudia Assef, “O Estado de S.Paulo” – 10/12/2012

“Aos 104 anos, faleceu Oscar Niemeyer. Nenhum artista brasileiro foi reconhecido, de maneira praticamente unânime por seus pares em todo o mundo, como referência absoluta e incontornável. Nenhum, a não ser Niemeyer. Isso não é acaso nem algo desprovido de relevância. Por unir clareza e organicidade, suas obras conseguem o feito de ser monumentais e humanas. Mas “humanas” não no sentido daquilo que perpetua as ilusões burguesas do acolhimento da intimidade da home. Acolhimento que parece nos alienar definitivamente na crença de que nosso lugar natural é o espaço privado cheio de memorabilias. “Humanas” no sentido deste desejo humano, demasiadamente humano de retornar aos gestos primordiais e encontrar, neles, uma força construtiva inaudita. Na verdade, se uma ideia pudesse sintetizar a obra de Niemeyer, talvez fosse a ausência de medo. Nossas cidades parecem ter medo do vazio, dos espaços infinitamente abertos, da visão desimpedida, das formas improváveis que têm a força de dobrar o concreto armado, ou seja, da inventividade que parece se comprazer em negar toda a forma que se põe como necessária. Niemeyer não tinha medo de nada. Quantas vezes ele deve ter exasperado engenheiros que viam suas formas e pensavam: ‘Mas isso não pode ficar suspenso dessa forma. Mas não é possível deixar isso em pé’. Como se não bastasse a inventividade de sua obra e a coragem de suas escolhas, quis o destino que Niemeyer fosse a expressão artística mais bem-acabada do desejo brasileiro de modernidade.”
Vladimir Safatle, Revista Carta Capital – 10/12/2012

“Para que escrever? Nada adianta, nada. E como meu trabalho é ver o mal do mundo, um dia a depressão bate. A náusea – não a do Sartre, mas a minha. Não tolero mais a falta de imaginação ideológica dos homens de bem, comparada com a imaginação dos canalhas, o que nos leva à retórica de impossibilidades como nosso destino fatal e vejo que a única coisa que acontece é que não acontece nada, deprimo quando vejo a militância dos ignorantes, a burrice com fome de sentido, balas perdidas sempre acertando em crianças, imagens do Rio São Francisco com obras paradas e secas sem fim, o trem-bala de bilhões atropelando escolas e hospitais falidos, filas de doentes no SUS, caixas de banco abertas à dinamite, declarações de pobres conformados com sua desgraça na TV; odeio sucesso sem trabalho, a troca do mérito pela fama; repugnam-me os sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos de ganso de manequim, horroriza-me sermos um bando de patetas de consumo, não aguento mais ver que a pior violência é nosso convívio cético com a violência, o mal banalizado e o bem como um charme burguês, não quero mais ouvir falar de ‘globalização’, enquanto meninos miseráveis fazem malabarismo nos sinais de trânsito, não aguento chuvas em São Paulo e desabamentos no Rio, enquanto a Igreja Universal constrói templos de mármore com dinheiro arrancado dos ignorantes sem pagar Imposto de Renda, festas de celebridades com cascata de camarão, matéria paga com casais em bodas de prata, políticos se defendendo de roubalheira falando em ‘honra ilibada’, conselhos de ética formado por ladrões, não suporto Cúpulas do G20 lamentando a miséria para nada, tenho medo de tudo, inclusive da minha renitente depressão, estou de saco cheio de mim mesmo, desta minha esperançazinha démodé e iluminista de articulista do “bem”, impotente diante do cinismo vencedor de criminosos políticos.”
Arnaldo Jabor, “O Estado de S.Paulo” – 11/12/2012

“Quando não temos a flexibilidade necessária para nos rirmos da vida, é a morte que acaba por se rir de nós.”
João Pereira Coutinho, “Folha de S.Paulo” – 11/12/2012

“Em tempos de consumo desenfreado e lançamentos mil nesta época do ano, é claro que as crianças competem entre si sobre quem irá ganhar isso ou aquilo que se torna, não mais que de repente, um objeto de desejo de um grupo enorme.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 11/12/2012

“O devaneio excessivo é o hábito de Dom Quixote, Madame Bovary, dois terços dos adolescentes, quase todos os autores de novelas e romances etc. Transformar esse hábito, tão humano, em “transtorno”, é uma tentativa de regular nossas vidas com a desculpa higienista: tudo nos é imposto para nossa “saúde” e nosso bem. Pararemos de sonhar porque é mais “saudável” prestar atenção só no que está na agenda de hoje? No fundo, nada disso me estranha. Desde o século 19, as regras para uma vida saudável (física e psíquica) são nossa nova moral. E esse ataque contra o devaneio era previsível: qualquer forma de poder prefere limitar os sonhos de seus sujeitos.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 13/12/2012

“A pressão que vem da base hoje é muito grande. Aprendi que nesse cenário tem de haver transparência. É preciso criar espaço para o diálogo. Formar líderes requer investimento, tempo e paciência para aceitar que nem todos estarão aptos.”
Leonardo Freitas, 45, executivo, “Revista VocêS/A” – dezembro de 2012

“Os evangélicos são fundamentalistas às vezes. E fundamentalismo é uma coisa que a gente quer afastar de qualquer forma do Brasil. Deus continua em alta, Deus continua sagrado. O que está sendo contestado é a postura das igrejas.”
Seu Jorge, músico, “Revista Billboard” – dezembro de 2012

“Ando mais por dentro de mim do que na estrada. […] Mexer com gratuidades me enriquecem. […] Inventei desver o que via para ver novas coisas.”
Manoel de Barros, 96, poeta, “Revista Cult” – dezembro de 2012

47ª semana de 2012

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“A América Latina ‘é a região mais desigual do mundo’, como fez questão de ressaltar Alícia Bárcena, a secretária-executiva da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina, braço da ONU). O que mais dói, para quem acompanha cúpulas internacionais há uns 30 anos, é ouvir uma frase como essa ano após ano, cúpula após cúpula. Dói mais ainda quando se somam duas informações: 1 – O Brasil, apesar de ser o país mais rico do subcontinente, é um dos mais desiguais. 2 – A queda da desigualdade, no Brasil, diminuiu nos últimos 10 anos apenas entre salários, não entre o rendimento do capital e do trabalho, que é a mais obscena. Desigualdade não é o único capítulo em que a América Latina, conjunturalmente feliz, precisa progredir -e muito. A tributação, por exemplo, “é baixa para proporcionar serviços públicos de qualidade, que atendam à demanda social”, como diz Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Os impostos, na região, pularam de 14% para 19% do Produto Interno Bruto, entre 1990 e 2010, em grande medida pelo que ocorreu no Brasil. Ainda assim, é uma porcentagem baixa, se comparada aos 34% da média da OCDE. Mas, atenção, aqui o Brasil não entra na foto geral: tanto ele como a Argentina arrecadam basicamente os 34% dos países ricos. Pena que não ofereçam serviços públicos do nível dos países desenvolvidos. Só cabe uma conclusão: dinheiro existe, falta empregá-lo de maneira correta. Pulemos para educação: 50% dos estudantes latino-americanos não alcançam os níveis mínimos de compreensão de leitura, nos testes internacionais, quando, no mundo rico, a porcentagem de fracassados é de 20%. Passemos ao investimento em inovação e tecnologia: não supera nunca de 0,7% do PIB, quando na Coreia, por exemplo, é de 3%. “Se não corrigirmos o rumo, seremos todos empregados dos coreanos”, fulmina Gurría. Poderia ter acrescentado “ou dos chineses”, que investem nessa área vital tanto quanto os coreanos. Mais um dado: a América Latina está investindo 2% de seu PIB em infraestrutura, quando precisaria de 5%, ano a ano, até 2020, pelas contas de Gurría.”
Clóvis Rossi – “Folha de S.Paulo”, 18/11/2012

“Sou ateu, mas convivo bem com diferenças. Se a religião torna um sujeito feliz, minha recomendação para ele é que se entregue de corpo e alma. O mesmo vale para quem curte esportes, meditação e literatura. Cada qual deve procurar aquilo que o satisfaz, seja no plano físico ou espiritual. Desde que a busca não cause mal a terceiros, tudo é permitido.”
Hélio Schwartsman – “Folha de S.Paulo”, 18/11/2012

“Quando Sartre disse que o inferno é o outro, ele quis dizer que o outro, com sua diversidade, a sua mundividência, seu peculiar modo de conceber e praticar a vida, afeta o nosso ego. Então, podemos traduzir as palavras dele como “o inferno é outro” ou como “o inferno é o ego”. Tenho dito para mim mesmo que, sem o eclipse do ego, ninguém se ilumina. […] Entusiasmo é Deus dentro da gente. Os gregos dizem isso. Eu ponho alegria e amor no que faço. […] Chega uma época em que você, em tudo o que você faz, já não precisa ser reconhecido, precisa se reconhecer.”
Carlos Ayres Brito, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal – “Folha de S.Paulo”, 18/11/2012

“De bem com a própria vida, Carlos Ayres Britto melhorou a dos outros.”
Elio Gaspari – “Folha de S.Paulo”, 18/11/2012

“Ao disponibilizar instantaneamente dados até há pouco inacessíveis, a rede mundial de informação deveria ter como finalidades únicas o estímulo à reflexão e o aumento do intelecto, não a propagação de boatos e a superficialidade generalizada.[…] Ao contrário do que sugere nossa bandeira, ordem não leva necessariamente ao progresso. A ideia de velocidade e volume para redução de erros é característica dos avanços tecnológicos do século 20, em que o vagar de processos e o limite na oferta eram grandes problemas. Com a abundância de conteúdo, passamos a viver um paradoxo de eficiência: há respostas demais para que se possa fazer bom uso delas. Por mais que um passeio nas paisagens informativas digitais dê a impressão de que a cultura se enriquece, o que acontece muitas vezes é o contrário: nos tornamos depósitos de dados e citações impensadas.”
Luli Radfahrer – “Folha de S.Paulo”, 19/11/2012

“As redes sociais são mesmo a maior vitrine da humanidade, nelas vemos sua rara inteligência e sua quase hegemônica banalidade. […] Adultos condenados a infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo. Recentemente, numa conversa profissional, surgiu a questão do porquê o mundo hoje tenderia à banalidade e ao ridículo. A resposta me parece simples: porque a banalidade e o ridículo foram dados a nós seres humanos em grandes quantidades e, por isso, quando muitos de nós se juntam, a banalidade e o ridículo se impõem como paisagem da alma. O ridículo é uma das caras da democracia. O poeta russo Joseph Brodsky no seu ensaio “Discurso Inaugural”, parte da coletânea “Menos que Um” (Cia. das Letras; esgotado), diz que os maus sentimentos são os mais comuns na humanidade; por isso, quando a humanidade se reúne em bandos, a tendência é a de que os maus sentimentos nos sufoquem. Eu digo a mesma coisa da banalidade e do ridículo. A mediocridade só anda em bando. Por isso, apesar de as redes sociais servirem para muita coisa, entre elas coisas boas, na maior parte do tempo elas são o espelho social do ridículo na sua forma mais obscena.”
Luiz Felipe Pondé – “Folha de S.Paulo”, 19/11/2012

“Tudo o que escrevo é centrado na mesma pergunta: o que aconteceria se, em meio a nossa vida cotidiana, deparássemos com as ações de um Deus que trabalha a nosso favor, que nos ama e quer que sejamos pessoas melhores? […] Atravessamos a vida sem pensar, mas momentos traumáticos como doenças e grandes perdas nos fazem parar e pensar em como nossas escolhas afetam quem está a nosso redor. […] A polêmica é um convite ao crescimento espiritual. Minhas crenças de hoje são muito diferentes das que eu tinha há dez anos. E há dez anos achava que estava certo sobre tudo.”
William P. Young, autor do best-seller A Cabana – “Revista Época”, 19/11/2012

“Não temos ouvido os pedidos de ajuda que nos são lançados ou ouvimos, mas acreditamos que, mesmo em dificuldade, eles conseguirão se virar sozinhos e superar o obstáculo que enfrentam. Alguns irão mesmo, não duvido disso. Mas poderiam sofrer bem menos e chegar ao mesmo resultado se sentissem que não estão sozinhos no final de sua jornada. Outros, entretanto, poderão ficar rodando em círculos justamente por não encontrarem um incentivo, uma ajuda, uma companhia no momento difícil pelo qual passam. E, depois de um tempo, até podem achar um caminho, mas não precisariam passar por esse sofrimento inútil.”
Rosely Sayão – “Folha de S.Paulo”, 20/11/2012

“Na verdade, por trás da defesa de tal modalidade de “livre expressão” há o desejo mal escondido de continuar repetindo os mesmos velhos preconceitos e a mesma violência contra os grupos vulneráveis de sempre. Por trás da atitude do adolescente que parece se deleitar com a descoberta de que é capaz de enunciar, à mesa do jantar, comentários “chocantes” que fazem seus pais liberais revirarem-se, há a tentativa de travestir desprezo social com a maquiagem da revolta do homem comum contra a ditadura dos intelectuais. No entanto, é bom lembrar que uma democracia sabe separar a opinião do preconceito. Uma opinião é aquilo que é, por definição, indiferente. Ela abre um espaço de indiferença a respeito de enunciados e discursos. Mas há enunciações que não podem ser recebidas em indiferença, já que trazem, atrás de si, as marcas da violência que produziram ao serem enunciados. Uma sociedade tem a obrigação moral de defender-se deles. Colocar uma advertência em um livro por ter conteúdo que pode ser sentido por minorias raciais como violência, impedir que pessoas escarneçam de grupos socialmente vulneráveis é condição para um vínculo social mínimo. Claro, tais pessoas que julgam normal fazer piadas com negros nunca mudarão de ideia. Mas elas devem saber que há certas coisas que não se diz impunemente. A falsa revolta é apenas mais uma arma daqueles que querem continuar com as exclusões de sempre.”
Vladimir Safatle – “Folha de S.Paulo”, 21/11/2012

“Os brasileiro demonstram dificuldade para se desligar do trabalho: 60% dos entrevistados (estudo do site de viagens Expedia) responderam checar seus e-mails profissionais regularmente durante as férias. Somente 7% nunca olham suas caixas de entrada.”
“Folha de S.Paulo”, 21/11/2012

“Quem tem filho na escola percebe logo: o que mais se espera da família é participação e mais participação. […] Mas, mesmo quando não tem brechas na agenda para tanto pode contribuir com a aprendizagem. ‘Existe uma ideia de que família presente é só aquela que fica, diariamente, ao lado do filho para ajudar a fazer a lição, informando, corrigindo, ensinando. Mas há outras formas efetivas de participação’, avisa a pedagoga Débora Vaz, diretora da Escola Castanheiras, em Tamboré, na Grande São Paulo. Na prática, o papel da família inclui garantir um espaço adequado para a realização das tarefas, dar acesso a fontes de pesquisa, fornecer os materiais necessários, estabelecer com a criança ou o adolescente uma rotina de estudos, cobrar pontualidade, concentração e capricho – até solicitar que o trabalho seja refeito quando, visivelmente, foi produzido só para se livrar da obrigação. Sua principal missão é estimular o comprometimento e uma noção de responsabilidade. ‘Não se trata de estar do lado no momento da lição para exigir a resposta correta, mas de incentivar desde cedo atitudes coerentes em relação aos estudos’, ressalta Débora. E isso não requer saber os conteúdos ensinados em classe nem ter de reservar muito tempo. […] A educadora Luciana Fevorin enfatiza que, nas chances de falar sobre a escola ou de estar nela, a família deve observar o tipo de vínculo estabelecido pela criança ou pelo adolescente com o ato de aprender. ‘Os pais precisam ver se o filho aceita desafios ou se intimida diante deles, se lida bem com correções, se é muito exigente consigo mesmo ou, pelo contrário, faz qualquer coisa para se livrar das tarefas e o que diz sobre professores e amigos’, explica.”
Paulo de Camargo, “Revista Claudia” – novembro de 2012

44ª semana de 2012

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“Parece que a vida escolar do filho se tornou uma espécie de avaliação de seus pais. Bons pais produzem alunos dedicados aos estudos e com bons resultados em qualquer tipo de avaliação. Essa parece ser a máxima em vigor. Ocorre que, enquanto a vida escolar for uma questão vital para os pais, os filhos não a assumirão como sua. […] Quanto às pequenas responsabilidades com os afazeres domésticos é preciso, em primeiro lugar, que a criança sinta que pertence àquele grupo familiar e que isso acarreta ônus e bônus. […] Ensinar aos filhos que eles devem assumir suas próprias responsabilidades dá trabalho, exige paciência e persistência, porque é uma tarefa que dura mais ou menos uns 18 anos. Com sorte.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 30/10/2012

“Saí pensando em um texto que li de Maria Rita Kehl no qual ela dizia que nossa biografia não deveria se basear somente em nossos feitos. Às vezes, nossos desejos e intenções nos configuram de forma muito mais plena. Seria nossa ‘biografia em baixo-relevo’. Mas como exigir desse mundo objetivo em que vivemos tamanha delicadeza? Continuamos por aí nos afogando em números e perdendo nossos ‘quases’ que tanto têm a dizer.”
Denise Fraga – Folha de S.Paulo, 30/10/2012

“Quem for rápido no julgamento deixará de contemplar a imensa complexidade humana, tirará o outro por si, será rasteiro.”
Francisco Daudt – Folha de S.Paulo, 30/10/2012

“A revolução no Brasil não acontece com os cidadãos pegando em armas, mas pegando em cartões de crédito. O Brasil tem uma nova geração de consumidores que não quer apenas produtos e serviços básicos. Eles conquistaram acesso ao que antes era distante e inalcançável e não admitem regresso. Querem produtos excitantes, de maior valor e maior encantamento. Esse é o grande fenômeno do novo mercado brasileiro. A nova classe média brasileira pode parecer um conceito surrado, mas ela mal começou a transformar a economia, o país e o seu negócio. Ela quer comprar o que não comprava, de iogurtes a carros a entretenimento. Não há gôndola no supermercado nem setor da economia que não seja afetado. O mercado brasileiro de produtos de higiene e beleza, por exemplo, já está entre os três maiores do mundo, depois dos Estados Unidos e do Japão e à frente dos sofisticados países da Europa. As mulheres brasileiras já consomem duas vezes mais condicionadores de cabelo do que as americanas, ou 19 vezes mais quando comparadas com as russas, 20 vezes mais em relação às chinesas. […]São mudanças de consumo tão abrangentes que as oportunidades aparecem em toda parte: de comidas congeladas à educação ao uísque escocês, cujas vendas no Brasil cresceram mais do que em qualquer lugar do planeta: uma alta de 48% em 2011, puxada pelo Nordeste. E os gastos da classe média com viagens subiram 242% de 2002 a 2010. Pela primeira vez, os brasileiros estão pegando mais avião do que ônibus para viajar pelo país.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 30/10/2012

“O livro ‘Nada a Perder’, biografia do bispo Edir Macedo, ultrapassou o fenômeno ‘Cinquenta Tons de Cinza’ em vendas na semana. O livro de Macedo teve 30 mil exemplares vendidos em uma semana, Cinquenta Tons…’ vendeu 20 mil exemplares. ‘Nada a Perder’ será lançado em novembro no mercado internacinal: dia 17, em Buenso Aires, dia 20, em Bogotá, e dia 22 em Caracas.”
Folha de S.Paulo, 01/11/2012

“Melhorias socioeconômicas não implicam necessariamente melhorias do tecido social da comunidade. Hoje, como naquela época, é pífia, se não nula, a confiança dos cidadãos no socorro da força pública. A certeza de que o socorro será precário, lento ou ausente alimenta a sensação de insegurança. Diminuir a sensação de insegurança seria uma maneira de combater a insegurança efetiva da cidade.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 01/11/2012

“É possível ‘perder ganhando’, quando se consegue avançar nos ideais, e é possível ‘ganhar perdendo’, quando se abandona os ideais em acordos puramente pragmáticos. […] Para enfrentar o sectarismo maniqueísta enraizado em nossa política, é preciso uma mudança. Não em enunciados de ‘boas’ intenções e vazias de compromisso, mas naquilo que, como disse C. S. Lewis, ‘se deduz de milhares de conversas, por um princípio revelado em centenas de decisões relativas a assuntos menores’.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 02/11/2012

“Dados da CBL mostram que o livro está mais barato e o brasileiro anda lendo mais. O preço médio do livro caiu 6,1% em 2011, considerando apenas preços praticados no mercado privado. Incluindo compras de governo, o preço médio ficou estável (alta de 0,1%). O governo representa 39,5% do mercado. Em volume, as vendas subiram 7,2% -o brasileiro comprou 3,34% mais, e o governo,13,7% mais.”
Mariana Barbosa – Folha de S.Paulo, 03/11/2012

“A guinada conservadora católica, o acelerado declínio numérico da filial brasileira da Santa Sé e a avalanche pentecostal acirraram a competição entre católicos e evangélicos a partir de 1980. Essa peleja deflagrou uma disputa religiosa pelo espaço público e uma desenfreada ocupação religiosa da mídia e da política partidária. Desde então tele-evangelistas, padres-celebridades e cantores gospel tornaram-se onipresentes na mídia eletrônica, emissoras de TV pentecostais e católicas brotaram como cogumelos, rebanhos religiosos viram-se tratados como currais eleitorais, igrejas passaram a formar bancadas parlamentares, a expandir seu poder nos legislativos e a controlar partidos, discursos moralistas reacionários de inspiração bíblica tomaram de assalto as eleições. […] No novo santuário, Marcelo Rossi ocupará um palco muito maior e mais reluzente para cantar seus louvores e baladas, coreografar a “aeróbica do Senhor”, receber celebridades, agitar, entreter e emocionar as multidões de seguidores, benzer seus objetos pessoais e lançar-lhes baldes de água benta ao fim de cada show-missa. Assim ele vai contribuindo para configurar um catolicismo de massas alegre, corpóreo, sensorial, emotivo, mágico, midiático, terapêutico, taumatúrgico, moral e teologicamente conservador. Mais popular, mas menos intelectualizado e menos atento aos problemas socioeconômicos.”
Ricardo Mariano – Folha de S.Paulo, 03/11/2012

43ª semana de 2012

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“Afinal, o que todos queremos da vida – além do básico, claro? mais que tudo, o que todos queremos, do berçário até a mais provecta idade, é o bem mais precioso: um pouco de atenção. […] Qualquer coisa na vida, qualquer, é melhor do que a indiferença. Se ninguém te dá atenção você não existe Se ninguém te dá atenção você não existe. […] Não adianta ter todo o poder e todo o dinheiro do mundo se ninguém pergunta se você melhorou da gripe.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 21/10/2012

“Em situações de risco, em guerras, a covardia é a regra. No dia a dia, isso tem outro nome: honestidade não vale nada, o que vale é ter uma ‘vida decente’: segurança para os filhos, uma esposa feliz porque pode comprar o que quiser (dentro do orçamento, claro, mas quanto menor o orçamento menor o amor…), enfim, um ‘futuro melhor’.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 22/10/2012

“ ‘Quando perdemos o controle emocional, é difícil recuar um passo e ver o que está realmente acontecendo’, diz Lynn Friedman, psicanalista e consultora de carreiras em Washington. Ao sentir uma reação intensa no trabalho, pergunte a si mesmo se a reação é realista e justificável. Às vezes o que está motivando esses sentimentos guarda pouca relação com o momento. Em vez de reagir na hora, dê algum tempo para você mesmo, dizendo: ‘Preciso refletir. Podemos voltar ao assunto dentro de um ou dois dias?’ Então procure analisar o mais objetivamente possível o que causou o aborrecimento.”
Eilene Zimmerman – Folha de S.Paulo, 22/10/2012

“Que as crianças têm cada vez menos infância é um fato já constatado e conhecido por muita gente. […] O que acontece, na verdade, é que as crianças são estimuladas desde o primeiro minuto de vida, e os adultos que as cercam estão ocupados demais consigo mesmos e com sua juventude para ter a disponibilidade de construir autoridade sobre as crianças. […] Com a expectativa de vida em torno dos 75 anos, por que não deixamos nossas crianças em paz para que possam viver sua infância? Afinal, depois de crescidas, elas terão muito tempo para fazer o que é característico do mundo adulto. Adiantar por quê?”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 23/10/2012

“Fala-se da internação compulsória, mas onde seria esta internação, mesmo que não fosse compulsória? Quais equipes iriam cuidar destes pacientes? Abrigar não é tratar! Não há quase locais para internação de adolescentes no Rio, nem equipes capacitadas para acolhê-los e efetivamente tratá-los. Se houvesse, poderia transformar a internação compulsória no direito de tratamento que a Constituição garante: “saúde é um direito de todos e um dever do Estado”. Tal mudança de enfoque é fundamental e faz toda a diferença. O tratamento para dependentes de droga requer uma equipe interdisciplinar de saúde capacitada para as especificidades desse atendimento.”
Ivone Stefania Ponczek – Folha de S.Paulo, 23/10/2012

“Todas as emoções – da paixão partidária ao espírito torcedor, passando pelo amor, a saudade, o ciúme, o ódio etc. -, aos meus olhos, são quase sempre excessivas: transportes descontrolados ou atuações caricatas. Longe de serem reações adequadas a circunstâncias externas, elas me parecem ser teatralizadas (se não produzidas) por nós mesmos. […] As máscaras que pesam e nos sufocam talvez sejam as que vestimos para expressar e teatralizar emoções excessivas e obrigatórias, que todos esperam de nós.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 25/10/2012

“O otimista tende a interpretar a realidade ruim como algo passageiro. O viés otimista está relacionado a outros vieses comuns: a ‘ilusão de superioridade’ e o ‘efeito melhor que a média’, em que acreditamos ser melhores do que realmente somos e melhores e do que as outras pessoas. Se você se acha especial, o próximo passo lógico é acreditar que tudo vai dar certo, que seu futuro será melhor que o dos outros. […] Quando você espera o melhor de si mesmo, também aprende mais com os erros, porque eles são interpretados com surpresa pelo cérebro. […] Não acho que ter expectativas realistas seja sábio. Ser otimista torna sua vida melhor.”
Tali Sharot, neurocientista israelense – Revista Lola, outubro de 2012

“Existe uma paranoia em ser belo, perfeito, bem-sucedido e feliz a todo custo. E essa é uma busca muito dolorosa. Vivemos uma era louca das cirurgias plásticas. Soube até que existe uma em que é possível colocar barriga de tanquinho de silicone! E aí o camarada engorda e vira uma tartaruga ninja. Bizarro, não?”
Selton Mello – Revista Lola, outubro de 2012

33ª semana de 2012

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“Hoje em dia, a expressão ‘tolerância’ é comumente utilizada por fanáticos que querem afirmar que tudo que vem do “outro” é lindo e maravilhoso.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 13/08/2012

“Considerando a fragilidade do ensino brasileiro, será mesmo que descobrir atletas deve ser uma prioridade das nossas escolas? […] Os benefícios físicos e psicológicos obtidos com a prática esportiva são inegáveis. A questão é de foco. O objetivo é estimular hábitos saudáveis nas escolas –para os quais bastam uma bola, uma quadra e um bom professor de educação física– ou vamos gastar milhões em diversos equipamentos esportivos para formar campeões em dezenas de modalidades? Antes de pensar em mudar de patamar olímpico, o Brasil precisa elevar o seu padrão de ensino.”
Rogério Gentile – Folha de S.Paulo, 16/08/2012

“A experiência do divórcio dos pais criou jovens interessantes. A sensação de que eles não foram uma razão suficiente para que os pais ficassem juntos produziu, em alguns, uma insegurança doentia para a vida toda, mas, em outros, deixou um fundo de sabedoria melancólica que resiste bravamente às ideias narcisistas mais estupidamente grandiosas.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 16/08/2012

“Sou a favor da descriminalização do usuário, mas totalmente contra a liberação. Existem modelos muito específicos de liberação da droga e nenhum deles se aplica ao Brasil, um país de tamanho continental e que não tem como dar conta, na assistência médica, do número de pacientes que pode surgir. A pergunta que eu faço é: se liberar, como a gente faz com as crianças? Porque hoje não se consegue evitar a venda de álcool e tabaco para as crianças. A gente tem de discutir é se a venda de álcool e tabaco deve permanecer liberada no País.”
Jorge Jaber – O Estado de S.Paulo, 18/08/2012

“Interações entre pessoas de diferentes origens, como as que trabalham em áreas variadas mas relacionadas, ou as que trabalham em outros lugares, podem ser muito benéficas para promover a síntese e o desenvolvimento de novas ideias. Porém, mesmo com pensamentos criativos, ainda há um grande obstáculo a ultrapassar: nosso medo de correr ricos. As pessoas em geral preferem rotas seguras, mas a segurança não propicia novas soluções radicais. Afinal, ter ideias boas é fundamental, mas na maioria das vezes não basta. Abandonar uma solução satisfatória, segura, para buscar um novo conceito pode ser o maior desafio para tirar proveito do potencial criativo.”
Evangelia G. Chrysikou – MenteCérebro – agosto de 2012

“Existe uma espécie de complô que faz com que as mulheres não se sintam felizes com os seus próprios corpos. O número de revistas e livros de dietas cresceu exponencialmente desde os anos 80. Existe um mercado que vive dessa insatisfação feminina. Até médicos. Muitos lucram com promessas de milagre. É preciso entender que ser magra não tem nenhuma ligação com ser saudável. O que mede a saúde de alguém não é o peso. Mas a taxa de açúcar no sangue, a hereditariedade, uma série de fatores que não podem ser medidos pelo peso. Muitas vezes emagrecer pode ser tudo, menos saudável.”
Marle Alvarenga, diretora do Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares (Genta) – Revista TPM – agosto de 2012

“O ser humano, como ser de relações sociais, necessita do outro desde seu nascimento até a morte. O modo como o outro, o ambiente e as questões socioculturais influenciam o desenvolvimento do ser também influenciam a compreensão de si mesmo. Cada qual tem um modo único e especial de experimentar a vida, associando novas vivências com experiências passadas e aspectos cognitivo-afetivos. Ao nascer, o bebê depende de cuidados maternais, sem os quais não viveria. Aquele(a) que cuida torna-se uma espécie de espelho para a criança, que vai desenvolvendo seu processo de individuação por meio da interpretação do outro, compreendendo-se com um ser que faz parte do outro. Por intermédio dessa relação de cuidado, a criança vai construindo a si mesma, seu autoconceito, até apreender-se com um ser separado desse outro: único, com desejos e necessidades. O senso de valor próprio e competência, a avaliação pessoal que um indivíduo faz de si constituem a autoestima. Já a imagem interna ou a descrição interna que alguém tem de si mesmo é a autoimagem. A autoimagem é construída na interação indivíduo e meio ambiente. Portanto, o feedback positivo ou negativo dessas interações influencia a autoimagem. A autoestima possui um nível importante de contribuição na atitude das pessoas em relação à autoimagem, que engloba, entre outros, o conhecimento acerca dos papéis sociais desempenhados.”
Beatriz Acampora – Revista Psique – agosto de 2012

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