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Posts by taismachado

22ª semana de 2012

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“A sabedoria das decisões enfrenta para ser eficaz um desafio adicional: a de que os destinatários mostrem igual sabedoria e comedimento, que se disponham a sacrificar algo da perspectiva particular em favor do predomínio do interesse coletivo maior. […] Se isso ocorrer, poderemos dizer que o Brasil se move na direção certa, dando realidade às quatro ideias-força que resumem o progresso da consciência humana no século 21: os direitos humanos, o meio ambiente, a igualdade entre mulheres e homens, a realização do desenvolvimento pleno definido como a promoção de todos os homens e do homem como um todo.”
Rubens Ricupero – Folha de S.Paulo, 28/05/2012

“Quando as universidades deixam de ser lugares de excelência e viram laboratórios de fanatismo ideológico, o céu é o limite.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 29/05/2012

“Somos levados a acreditar que a violência só acontece no coração dos criminosos, dos terroristas, mas a maldade está em cada ser humano, dentro de casa, na estupidez ou no desrespeito com o companheiro, com os filhos.”
Prem Baba – Folha de S.Paulo, 29/05/2012

“O preço da liberdade é a vigilância constante.”
Desmond Tutu – O Estado de S.Paulo, 29/05/2012

“A saúde é o espelho da nossa consciência, do que pensamos. Atualmente, estudos comprovam que pensamentos geram respostas fisiológicas correspondentes, que podem ser positivas ou negativas. Cada estado de humor fica impresso em nossas células. Mas temos a capacidade de controlar algumas reações do organismo por meio do domínio dos pensamentos.”
Deepak Chopra, Revista IstoÉ – 30/05/2012

“Ao dar ênfase à economia verde como um novo caminho para o desenvolvimento sustentável, deixamos de evidenciar que nenhuma pauta valeria sem a confirmação da aceleração nas mudanças climáticas pela atividade humana, verdadeiro vetor que modifica a capacidade humana de sobreviver no planeta. […] Quem sabe as lutas ecológicas, que correm pelas moléculas sociais desde os anos 1960, possam impulsionar a ampulheta burocrática, empurrando os interesses individuais para a urgência que pedem os interesses coletivos. É o futuro que queremos.”
Isabel Gnaccarini – Folha de S.Paulo, 31/05/2012

“Estou em tratamento. Sou a paciente e minha própria médica. Tomei consciência de quanto viciada e intoxicada estou de tecnologia. Demorei a perceber. Achava que sempre era eu quem estava no comando da situação. É assim com qualquer dependência. Achei que sabia tirar o melhor proveito dos eletrônicos, dos sistemas, dos sites, das redes sociais. Mas agora reconheço que não. Agora reconheço que quem mandava no meu tempo não era eu: era o fluxo dos aparelhos e sistemas eletrônicos que uso. Era qualquer um, menos eu. Comecei a desconfiar de que havia algo errado quando meu tempo desapareceu. Sim: desapareceu, escafedeu-se, sumiu. Por mais horas que ficasse à frente do computador todos os dias, tentando sofregamente trabalhar, minha produtividade caiu a um nível insuportável. […] Acho que essa hiperconectividade é no fundo um desejo infantil e irrealizável de ter tudo ao mesmo tempo agora. Sinto culpa e angústia por estar off-line, demorando para reagir a uma mensagem que talvez tenha chegado, embora eu ainda não saiba.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 31/05/2012

“Travessias são sempre difíceis e revestidas de peculiaridades. Por isso há os ritos de passagem. Seja para celebrar com um bom choro a saída do útero materno para a vida, para tolerar os primeiros dias de um luto com cerimônias religiosas e presença da família e amigos, as festas de saída da adolescência para a vida adulta, a celebração do casamento, o trote na universidade…”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 02/06/2012

“Mulheres apresentam risco aumentado para o transtorno depressivo maior ao longo da vida reprodutiva em uma proporção de 1,7 a 2,7 em relação aos homens. Esta diferença ocorre principalmente nos períodos pré-menstrual, puerperal e na perimenopausa. A prevalência de episódio depressivo ao longo da vida seria de 21,3% nas mulheres e 12,7% nos homens, nas idades entre 15 e 54 anos. Existem algumas diferenças no que se refere à sintomatologia do transtorno depressivo: mulheres apresenta, maior comorbidade com ansiedade e transtornos alimentares. Também apresentam maior número de queixas somáticas. Tentam o suicídio três vezes mais, mas os homens efetivam o ato em maior proporção. Fatores ambientais e estressores externos parecem exercer maior influência no humor das mulheres. Além disto, o episódio depressivo costuma aparecer em idade mais precoce nesta população. O gênero também influenciaria a resposta aos antidepressivos. Estudos demonstram que mulheres mais jovens ou abaixo dos 50 anos teriam melhor resposta a antidepressivos como os inibidores seletivos da recaptura da serotonina (ISRS). Os homens teriam melhor resposta aos antidepressivos tricíclicos (ADTs) e esta diferença na pós-menopausa, ou seja, após este período, homens e mulheres apresentariam respostas semelhantes em relação às classes dos antidepressivos.”
Joel Rennó Júnior, Revista Psique – maio de 2012

21ª semana de 2012

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“O registro de um trauma depende da pele psíquica de cada um, do quanto aquela agressão fere a pela psíquica do indivíduo. […] Freud tem uma passagem sobre o desamparo em que o localiza no nascimento do ser humano. O bebê humano, diferentemente do de outras espécies, é indefeso. Deixado à própria sorte, não consegue nem se virar, morre. Isso cria um registro na mente infantil, que gera o medo do desamparo.”
Reinaldo Morano O Estado de S.Paulo, 20/05/2012

“Definitivamente, sustentabilidade não é abraçar árvores. É adotar uma nova postura com respeito às pessoas, ao negócio, aos fluxos financeiros, aos investimentos e às decisões comerciais. É a forma pela qual as empresas alcançarão resultados a partir de agora: inovando nas relações.”
Altair Assumpção, Antonio Lombardi e Marcelo Tôrres – O Estado de S.Paulo, 21/05/2012

“O sistema é corrupto e feio. E mudar isso é quase impossível. A política é igual à educação: zero.”
Romário, Revista Caros Amigos – maio de 2012

“Um bom líder deve ter coragem para defender aquilo que acredita. Mas liderança também significa dar e receber, não entrar numa negociação com seu ego em jogo. O que fez de Nelson Mandela um grande líder depois de quase 28 anos de prisão? Mandela não acreditava num jogo de soma zero. Não acreditava que o outro lado tinha de ser esmagado a fim de vencer. […] É possível superar diferenças. O segredo é minimizar os extremos em qualquer tipo de relacionamento e permanecer em um sensato centro.”
Christiane Amanpour – Harvard Business Review – maio de 2012

“Seis em cada dez trabalhadores ingleses consideram a possibilidade de trocar de carreira para voltar a crescer profissionalmente. Entre os empregados canadenses, americanos e franceses, três em cada dez pensam em fazer o mesmo movimento. Essa é a conclusão de uma pesquisa recente, feita com mais de 4600 funcionários de empresas na Europa, na América de Norte e na Ásia. Os profissionais querem trocar de carreira para fugir da estagnação que assolou companhias e setores inteiros em seu país. Segundo o levantamento da recrutadora Monster Worldwide, apenas 15% dos empregados afirmam não ter sido impactados pela desaceleração da economia.”
Luiz de França – Revista VocêS/A – maio de 2012

“A relação entre essência e aparência, ou entre ‘quem somos’ e ‘o que mostramos para os outros’ é um tema antigo, que sugere que o problema tem caminhado junto com a humanidade. O que mudou bastante, principalmente nos últimos anos, é a questão da exposição. Hoje, nos mostramos muito mais aos outros – e as redes sociais estão aí para comprovar isso. Sabemos mais na vida alheia, conhecemos mais suas preferências, seus gostos. ‘Atualmente, é nítido que há mais espaços para a exposição de si mesmo, mas o problema existencial continua’, explica Luís Mauro Sá Martino, doutor em ciências sociais pela PUC-SP. Afinal, se a aparência está mais visível, a essência, essa linha mestra que nos define, muitas vezes fica para segundo plano, o que leva as pessoas mais a aparentar do que, de fato, ser. E o que somos – ou como achamos que somos – leva em conta, no mundo contemporâneo, um conjunto de características culturais e individuais: gênero, comunidade, afeto, emoção e vínculos políticos, por exemplo. ‘A moderna noção de pessoa começa no século 18, com o princípio de que todos os seres humanos são livres e iguais. Hoje essa noção, ganhou outras dimensões – o afeto, a emoção e o respeito às diferenças, por exemplo’, afirma Martino.”
Rafael Tonon – Revista Simples – maio de 2012

“Num contexto cultural patriarcal e machista como o nosso, a agredida tende a ser condescendente com o agressor. A lei precisa proteger a agredida dela mesma, de sua vulnerabilidade histórica”.
Carlos Ayres Britto, Revista Claudia – maio de 2012

20ª semana de 2012

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“Queremos ouro sem garimpo, brilho sem polimento.”
Antonio Prata – Folha de S.Paulo, 16/05/2012

“Os desafios do século 21 exigem novas formas de ver, pensar, sentir e agir, forçando-nos a criar modelos de referência inéditos na história da humanidade. Os limites do crescimento a qualquer custo estão sendo expostos e as questões da ética ocupam espaço cada vez maior no debate contemporâneo. […] O ser humano é intrinsecamente um ser social, o que nos permite sonhar com a utopia de uma sociedade em que a cooperação seja o eixo do desenvolvimento.”
Maria Alice Setubal – Folha de S.Paulo, 17/05/2012

“O Brasil ocupa a 63ª posição no ranking mundial de países com mais domicílios que têm acesso à internet. São cerca de 33% dos 6,192 milhões de unidades levantadas pelo Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O país está na média mundial, mas poderia estar em posição melhor se não fosse a falta de conhecimento e de interesse da população, segundo o novo mapa da inclusão digital elaborado por FGV (Fundação Getulio Vargas) e Fundação Telefônica. De acordo com o estudo, 64,6% das pessoas excluídas (6,6 milhões) não sabem ou não acham necessário conectar-se à rede mundial. Mesmo a inclusão de 40 milhões de pessoas na classe C não foi suficiente para ampliar o acesso à internet. […] Os quatro primeiros países com mais domicílios que têm acesso à rede mundial são Suécia, Islândia, Dinamarca e Holanda, com índices superiores a 90%. A Suécia, mais bem colocada, tem 97% das casas com internet.”
Venceslau Borlina Filho – Folha de S.Paulo, 17/05/2012

“Vivemos no mundo do imediatismo, em que a tecnologia encurta distâncias, aumenta a produtividade e permite a conexão instantânea de pessoas, coisas, produtos e lugares. É a era dos computadores ultraportáteis, dos tablets e dos negócios bilionários que podem ser comandados a partir da palma da mão, por meio de um smartphone. Nem sempre as pessoas estão preparadas para aceitar mudanças igualmente necessárias em suas vidas e em suas carreiras. Ainda é característica da maior parte dos profissionais se manter arraigada a processos antigos que trazem segurança, como um cargo estável e/ou um salário razoável por mês. Um dos exemplos vem de profissionais excelentes, mas inflexíveis, que ainda atribuem, por exemplo, valor excessivo à hierarquia empresarial e não compreendem que, na nova dinâmica dos negócios, o cargo dá lugar ao profissional multifunção. Ele pode até não ter um título grandioso no papel, mas é essencial para o crescimento da empresa. No mundo das transformações velozes dos negócios, estar aberto aos riscos das mudanças de áreas, de empresas e até de profissão nunca foi tão necessário. Agora, mais do que nunca, é necessário que os jovens profissionais pensem em suas carreiras futuras como um plano de negócios: com estruturas de base, com as etapas necessárias para o crescimento -e seus desvios em caso de imprevisto- e o objetivo final.”
Alexandre Hohagen – Folha de S.Paulo, 17/05/2012

“As consequências da hiperconectividade contemporânea começam a ser estudadas. Já sabemos que ela leva as pessoas a uma conexão profusa, mas superficial. Uma superficialidade perversa da qual pouco ainda sabemos. É muito bom precisar de uma informação e obtê-la em dois minutos. Não sei se é tão positivo se “entupir” de notícias, ti-ti-tis, não se aprofundar em nada e não se conectar verdadeiramente com ninguém. […] O pensamento, para se desenvolver, precisa de tempo. De quietude e de isolamento para a maioria. Os grandes criadores produziram em anos de investimento as suas obras. O “insight” criativo vem de olhar o nada, do tempo livre, da meditação. Como isso pode acontecer no frenesi da necessidade de ‘precisar saber tudo o que está acontecendo’? A hiperconectividade pode passar a inibir o mergulho do ser humano dentro de si mesmo, de sua bagagem e emoções. A pessoa, e não a telinha, é o lugar onde se desenvolvem as grandes relações humanas e os caminhos da genialidade. No polo oposto, os muitos benefícios da inclusão digital não caberiam neste espaço. É o dilema de Sofia dos nossos tempos. Ou, talvez, serão apontadas, como numa sequência darwiniana, novas formas do pensamento humano produzir.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 19/05/2012

19ª semana de 2012

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“Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 06/05/2012

“O maior perigo é quando sua maior amiga está passando por uma crise e pede um conselho. As pessoas só querem que se diga o que elas querem ouvir, e há até quem ache que amigo só existe para dar razão quando não se tem razão – você não sabia?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 06/05/2012

“Muita gente acha que psicoterapia é só para desabafar. Não sabe que dá trabalho, que muita coisa precisa ser feita fora do consultório. Eu sempre digo a meus pacientes que nós dois temos de trabalhar duro e que ele precisa implementar os novos comportamentos fora do consultório. Se ele está esperando uma solução mágica, não vai acontecer. há pessoas procurando mágica. São preguiçosas. Se você puder acreditar que vai virar um milionário, é mais fácil do que arregaçar as mangas e dar duro. a pessoa realmente tem de querer olhar para si mesma e mudar.”
Jonathan Alpert – Folha de S.Paulo, 07/05/2012

“Não é mais permitido a um indivíduo razoavelmente integrado estar desconectado ou alheio aos fatos, ignorante de acontecimentos, incapaz de realizar uma tarefa. […]Hoje todos são compelidos a saber, opinar, compartilhar, blogar e retuitar, mesmo que não façam a mais pálida ideia do assunto abordado. A ignorância, antes considerada uma bênção, foi transformada em maldição, obrigando a todos que nasçam prontos, especialistas. O resultado, previsível, é um enorme conflito entre demandas e capacidades, obrigando cada indivíduo a empacotar a informação que recebe o mais rápido possível e transmiti-la para grupos cada vez maiores de pessoas que fazem o mesmo, em um tsunami de meias-verdades, preconceitos, informações rasas e citações fora de contexto. Por mais que entusiastas de mídias sociais classifiquem essa prática como uma formação de opinião mais democrática, inovadora e aberta, a realidade a transforma em um tipo vicioso de fofoca, terreno fértil para todo tipo de boataria, casa de doidos em que todos falam para ninguém escutar. Na velocidade e na pressão das redes de compartilhamento, a informação gratuita perde seu valor. Sem tempo, foco ou referências de qualidade, não há como estabelecer uma reflexão sólida. O resultado é uma espécie de histeria coletiva, combustível social à espera do primeiro estopim que a incendeie.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 07/05/2012

“O aprendizado é simplesmente a mudança das conexões responsáveis pelo processamento de informações no cérebro conforme elas são usadas. Essa é uma propriedade de neurônios em geral e que se mantém ao longo de toda a vida. O que muda de uma pessoa para a outra e com a idade não é tanto a capacidade de aprender e sim os fatores que influenciam o aprendizado, sobretudo a atenção, a prática, o método… e a motivação. Para começo de conversa, é preciso querer aprender.[…] A tecnologia não é o problema; o problema é nossa preguiça em lidar com ela.”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 08/05/2012

“A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Na maioria dos casos, o assassino é o namorado, marido ou ex-companheiro, que mata dentro de casa, após já ter cometido pelo menos um ato de agressão. Os dados constam do Mapa da Violência de 2012 – Homicídio de Mulheres e mostram que, em uma lista de 87 países, o Brasil é o sétimo que mais mata. Em 2012, foram 4.297 casos ou 4.4 assassinatos por 100 mil habitantes. […] Nas últimas três décadas, de acordo com o histórico do mapa, 91.932 mulheres foram mortas no Brasil.”
Adriana Ferraz – O Estado de S.Paulo, 08/05/2012

“Os sentimentos e as emoções são as bases sobre as quais constituímos nossos mapas éticos. O problema é que nossos instintos morais nem sempre estão certos.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 09/05/2012

“Ganhar eleições é acertar nos sonhos que povoam corações e mentes. Sonhos só se alimentam quando o sonhado é possível.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 12/05/2012

18ª semana de 2012

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“Do jeito que a ciência é ensinada nas escolas, não é à toa que a maioria das pessoas acha que o conhecimento científico cresce linearmente, sempre se acumulando. No entanto, uma rápida olhada na história da ciência permite ver que não é bem assim: o caminho que leva ao conhecimento é tortuoso e, às vezes, vai até para trás, quando uma ideia errada persiste por mais tempo do que deveria. […] Apresentar a ciência nas escolas e universidades ou nos meios informais de comunicação como um triunfalismo infalível da civilização esconde um de seus lados mais interessantes: o drama da descoberta, as incertezas da criatividade.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 29/04/2012

“Eugenia quer dizer criar jovens belos, bons e perfeitos. […] Na peça filosófica, Sloterdijk dizia que o projeto eugênico ocidental é filho de Platão (‘A República’, por exemplo), e que se ele não deu certo nas engenharias político-sociais utópicas modernas, nem na educação formal propriamente, estava dando certo na biotecnologia e nas tecnologias de otimização da saúde. Alguém duvida que academias de ginástica, consultoras em nutrição, espiritualidades narcísicas ao portador (como a Nova Era e sua salada de budismo, decoração de interiores e física quântica), cirurgias e tratamentos estéticos, checkups anuais, ambulatórios de qualidade de vida, pré-natal genético e interrupção aconselhada da gravidez de fetos indesejáveis sejam eugenia? […] A fuga da agonia humana diante do sofrimento via nossa decisão (silenciosa) de tornar a vida perfeita a qualquer custo, mesmo que esta decisão venha empacotada em conceitos baratos como ‘qualidade de vida’, ‘felicidade interna bruta’ ou ‘direito a autoestima’.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 30/04/2012

“Casa nova, escola nova, outra empresa, às vezes outra cidade ou até país. Abraçar o novo implica, por um lado, abandonar o familiar, a rotina confortável e as expectativas usuais e, por outro, lançar-se ao desconhecido. Não é à toa que pessoas diferentes têm respostas diversas a mudanças. Para começar, o valor do ambiente que se tornou familiar é extremamente pessoal: depende da sua história particular naquele contexto, das suas experiências, das memórias formadas ali, enfim, do valor associado ao que se está deixando. […] Em algumas pessoas, o sistema que gera angústia frente ao desconhecido é mais forte do que em outras. […] É possível ter sentimentos aparentemente contraditórios em relação a uma mudança para um novo emprego, por exemplo: sentir-se ao mesmo tempo angustiado, empolgado e aliviado, ou destemido, mas saudoso. Toda mudança é, contudo, um estresse.”
Suzana Herculano-Houzel – Revista MenteCérebro – abril de 2012

“Muitas pessoas com síndrome da fadiga crônica tendem a assumir responsabilidades demais, o que as leva a um completo esgotamento, que enfraquece seu sistema imunológico, provocando um ataque de vírus novos e oportunidades, ou reativando um antigo, pré-existente. Esses sintomas da síndrome de burnout são um grande, grande aviso para desacelerar. Os seres humanos não são insuperáveis. Nossos sistemas podem enfraquecer, especialmente quando não dormimos o suficiente; trabalhamos duro demais; assumimos tarefas demais (por exemplo, no trabalho ou na educação de uma criança); ou ainda quando sofremos alguma tragédia familiar ou pessoal, como luto, divórcio, infertilidade, ou até o nascimento de um filho. É importante acrescentar que, na maioria dos casos, as pessoas se recuperam. Algumas poucas, porém, uma minoria desafortunada fica tão abalada que seus organismos lutam para se recuperar e, nesse processo, seus sintomas se tornam crônicos – se não permanentes e piores. Essa é a zona de perigo que exige uma ajuda urgente. Nessas pessoas, os cronicamente Fadigados, como eu os chamo, os próprios mecanismos de cura entram em colapso e seus corpos simplesmente ‘morrem’; não melhoram. Para fazer com que se recuperem precisamos ‘curar os mecanismos de cura’, como o sistema imunológico.”
Kristina Downing-Orr, Revista Psique – abril de 2012

“Para conviver bem em sociedade, precisamos aprender a respeitar certos limites de agressividade no trato com terceiros. O mundo, porém, é um lugar mais complexo e multifacetado do que querem as narrativas de que nos valemos para dar sentido às coisas. […] Precisamos ser honestos para reconhecer que as dinâmicas do relacionamento entre jovens não podem ser resumidas numa luta das vítimas boazinhas contra agressores malvados.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 01/05/2012

“A família passou do singular ao plural. Antes, havia ‘a família’. Quando nos referíamos a essa instituição todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como os filhos eram vários, a família era bem grande, constituída por adultos de todas as idades e mais novos também. […] Essa ideia de família só sobreviveu intacta até os anos 60. Daí em diante ‘a família’ se transformou em ‘as famílias’. Os grupos familiares mudaram, as configurações se multiplicaram. Hoje, são tantas as formações que, creio eu, não conseguiríamos elencá-las.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 01/05/2012

“Uma palavra que vive seu tempo de glória é dirupção. Ou ‘disruption’, em inglês, termo que vem sendo mal traduzido por ‘disrupção’ ou ‘disruptura’, já que o verbo em português é ‘diruir’ ou ‘derruir’, que significa ‘desmoronar’. Poderíamos falar em ‘ruptura’, mas outra tradução seria ‘ruína’ ou ‘derrubada’, já que dirupção é uma ruptura feita à força. Traz noção de colapso, de descontinuidade, de desorganização e de deslocamento. A internet causou e ainda causará muita dirupção. Dirupção é aquele momento em que um comportamento é totalmente modificado, e o dinheiro muda de mãos. Começou pelos correios, quando a internet introduziu o e-mail décadas atrás. Avançou na indústria da música e de jogos, alterando profundamente sua forma física, seu sistema de produção, de marketing, de distribuição e de fruição. […] Espera-se que a próxima indústria a ser diruída pela internet seja a da educação, embora o ensino a distância venha do século 20. A dirupção que destruirá escolas tradicionais mal começou. […] ‘A internet é o reino da descontinuidade’, disse o designer Oliver Reichenstein. É o espaço onde perdemos a noção do tempo. Por isso tanta nostalgia. Temos uma continuidade a reconquistar.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 03/05/2012

“Aos 40 anos, você pesa dez quilos mais do que aos 20. Aos 60, já acumulou mais uma arroba de gordura, não resiste aos doces nem aos salgadinhos, fuma, bebe um engradado de cerveja de cada vez, é viciado em refrigerante, só sai da mesa quando está prestes a explodir e ainda se dá ao luxo de passar o dia no conforto. Quando se trata do corpo, você se comporta como criança mimada: faz questão absoluta de viver muito, enquanto age como se ele fosse um escravo forçado a suportar desaforos diários e a aturar todos os seus caprichos, calado, sem receber nada em troca. Aí, quando vêm a hipertensão, o diabetes, a artrite, o derrame cerebral ou o ataque cardíaco, maldiz a própria sorte, atribui a culpa à vontade de Deus e reclama do sistema de saúde que não fez por você tudo o que deveria. Desculpe a curiosidade: e você, pobre injustiçado, não tem responsabilidade nenhuma?”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

“Quando se analisa os tais três pilares do desenvolvimento sustentável, o mais frágil é justamente o do meio ambiente. O progresso no combate a pobreza, por exemplo, que tirou milhões de pessoas dessa situação em vários países, notadamente no Brasil, não foi acompanhado da melhoria dos indicadores ambientais. Ao contrário, as convenções sobre mudanças climática, biodiversidade e combate à desertificação que resultaram da Rio-92 não lograram avanços significativos. Suas agendas estão praticamente bloqueadas. Assim, a questão da governança ambiental mundial se tornou fundamental para a implementação dos acordos internacionais já existentes e para a preparação dos que terão de ser definidos no futuro próximo.”
João Paulo Capobianco – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

“Só o fato de nós perguntarmos, 20 anos depois da Rio-92, aonde chegamos e para onde queremos ir agora já é muito importante. Por isso, não devemos encarar esta conferência como um evento isolado. Estamos falando de um processo que teve início duas décadas atrás e que não se encerrará em 2012. […]Eu acredito que a participação e a integração de todos em torno da Rio+20 -em especial dos jovens, que estão conectados e fazem parte de uma geração multicultural, sem barreiras linguísticas, culturais ou tecnológicas- é fundamental. A Rio+20 será um ponto de convergência desses jovens em torno do objetivo comum e global da sustentabilidade, reforçando os valores da generosidade, do respeito pela diversidade e das responsabilidades partilhadas quando se enfrentam desafios tão complexos.”
Lidia Brito – Folha de S.Paulo, 05/05/2012

17ª semana de 2012

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“Constata a ONU que, embora tenha havido melhoria nos itens saúde e educação, comparados às décadas anteriores, ainda hoje cerca de 900 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, e 2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico (no Brasil, 34,5 milhões de pessoas vivem sem este direito elementar, segundo o IPEA). A desigualdade entre ricos e pobres se aprofunda, informa o documento. Mais de 900 milhões de pessoas (13% da população global) sobrevivem em extrema pobreza, e apenas 17 milhões terão saído desse estado de penúria em 2012 (cf. Banco Mundial, ‘Estado do Futuro 2011’). O Projeto Milênio alerta para a importância de se promover o desarmamento, reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, e combater a corrupção e o narcotráfico. […] Para se ajustar aos Objetivos do Milênio, nosso país clama por reformas: política, judiciária, agrária e tantas outras que corrijam os desmandos que ainda imperam, resquícios de uma mentalidade colonialista que considerava cidadãos apenas aqueles que possuíam propriedades.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – abril de 2012

“Em tempos complexos e carregados de emoção, como este que atravessamos, os líderes empresariais e governamentais deveriam se conscientizar da necessidade de manter os mais elevados padrões de honestidade. Nem sempre vamos gostar do que ouvimos, e nem do que temos a dizer. E , ainda que seja natural reagir com decepção diante de notícias ruins, temos de fazer um esforço para não temê-las.”
Howard Schultz, Revista Época Negócios – abril de 2012

“A industrialização do planeta afeta o clima, aumentando a temperatura média global. […] Mesmo que seja estatisticamente possível que o impacto humano seja pequeno, em vista da evidência que temos hoje, seria absurdo apostar nessa incerteza.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“Vá ao mercado perto de sua casa, olhe um abacaxi e pense no milagre que é a natureza, milagre que se repete em cada fruta, cada árvore, e que uma vida inteira seria pouco para refletir sobre o que é o paladar, o aroma, a textura de cada uma dessas coisas que se olha todos os dias, mas não se vê.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“O que você desejará fazer regularmente para se manter saudável e motivado? Quanto lhe custará, por mês, sair da rotina, cultivar hábitos saudáveis, rever amigos e parentes, enfim, cuidar de você mesmo? Ao definir essa verba, você certamente estará vivendo um presente mais rico. […] Quando surge um imprevisto, passeios e festas podem ser adiados, mas gastos fixos não. Quando podemos optar pela substituição de gastos, imprevistos são contornados com mais facilidade, sem que recorramos a dívidas. Enfim, aqueles que cuidam melhor de si também têm menor chance de ter problemas! Vai esperar mais para ajustar sua vida?”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“A carreira é hoje mais importante para as mulheres do que para os homens, de acordo com pesquisa do Pew Research Center feita nos Estados Unidos. O levantamento mostra que 66% das mulheres entre 18 e 34 anos colocam a profissão como prioridade. Entre os homens, o número é de 59%. Em 1997, a situação era inversa. Para 58% dos homens, o trabalho era considerado algo muito importante, enquanto um percentual um pouco menor de mulheres (56%) pensava desse modo. Sucesso no casamento é, hoje, prioridade para 37% das mulheres e para 29% dos homens. No total, 1.696 pessoas foram ouvidas.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“Pensamos que somos tão imprescindíveis que temos de estar presentes 24 horas por dia na vida alheia. E vice-versa: pensamos que somos tão importantes que os outros têm de estar permanentemente disponíveis para nós.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 24/04/2012

“Algo está muito errado quando a maioria dos parlamentares, na contramão da vontade da maioria da sociedade, prefere um modelo de desenvolvimento que, em razão do lucro rápido, compromete o futuro do próprio país. […] O Brasil pode ser para o século 21 o que os Estados Unidos foram para o mundo no século 20. Mas são necessárias visão antecipatória e determinação de perseguir nosso destino de grande potência socioambiental. Não é fácil fazer a melhor escolha, porém é na pressão dos grandes dilemas que se forja a têmpera dos que estão afiados a talhar os avanços da história.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 27/04/2012

“Credibilidade e confiança são valores que decorrem do culto às virtudes, algo que se perdeu numa sociedade que confunde Estado laico com Estado ateu -ou, pior ainda, antirreligioso. A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas.”
Kátia Abreu – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O termo ‘hen’, defendido por feministas e entusiastas e ainda pouco usado, substitui ‘han’ (ele) e ‘hon’ (ela) por uma versão neutra. Há cerca de quatro anos, ele entrou para a ‘Enciclopédia Nacional’. […] O gênero neutro é parte de um movimento maior de busca por igualdade na Suécia. O país tem a maior proporção mundial de mulheres no mercado de trabalho, e o Fórum Econômico Mundial o elegeu como o de maior igualdade de gênero. Na escola-modelo Egalia, é uma preocupação desde os anos 2000 -quando os professores passaram a gravar as aulas uns dos outros. ‘Ficamos desapontados ao ver que tratávamos meninos e meninas de maneira diferente’, diz a diretora Lotta Rajalin. Hoje, a escola diz combater não o gênero biológico, mas o cultural. ‘Não tentamos fazer as crianças se esquecerem de seus sexos, mas do que é esperado deles’. Ou seja, grosso modo, não apenas os meninos são convidados para as aulas de futebol. Nem são só as meninas que têm acesso às bonecas. ‘É uma questão de democracia’, diz Rajalin.”
Diogo Bercito – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O amor é construído naqueles dias de discussões intermináveis e de beijos profundos. No compreender, ceder e tentar melhorar. No compartilhar o que era, até então, privado. No resguardar individualidade e espaços. No descobrir e explorar em conjunto. O amor tem a vantagem do crescimento e da sensação de plenitude e o bom ônus do investimento diário.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“Apesar dos avanços em todos os itens de educação do Censo apresentados ontem, os dados de escolaridade continuam preocupantes. Quase 1 milhão de crianças de 6 a 14 anos estavam fora da escola em 2010 – 3,3% da população nesta faixa etária. A evolução na década só é possível para a faixa 7 a 14 anos, porque a lei que fixou os 6 anos como idade para ingresso no ensino fundamental é de 2006. Na faixa de 7 a 14, o índice de crianças fora da escola era 3,1% em 2010 e representa uma melhora em comparação com 2000, quando a proporção era de 5,5%. Em relação à população adulta, 6 em cada 10 brasileiros com 25 anos ou mais de idade não têm o ensino médio completo. Em 2000, eram quase 8 em cada 10. A proporção de brasileiros com curso superior completo teve aumento significativo, mas ainda é baixa, de 7,9%. Em 2000, eram apenas 4,4%.”
Luciana Nunes Leal – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“A educação é o segredo do maior avanço das mulheres em comparação com os homens. ‘Elas passaram os homens em escolaridade em 1996’, disse Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).”
O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“É chato quando filmar um show fica mais importante do que vivê-lo. […] Se é possível filmar e absorver ao mesmo tempo? Não. […] Muita gente filma para provar aos amigos que esteve lá. Se sorveu cada segundo daquele momento fazendo com os olhos e o coração uma edição de imagens que câmera nenhuma poderia fazer, não importa. Sua câmera assistiu a um grande show.”
Julio Maria – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“Não é possível libertar-se de situações de opressão se você não sabe qual é sua história, se não entende por que está nisso, se não reconhece como os opressores são mais fortes do que você porque têm não apenas mais armas, mas mais crueldade também.”
Alice Walker, Revista Cult – abril de 2012

“Um trabalhador que enfrenta altas exigências no trabalho, mas tem pouca autonomia para definir quando e como satisfazê-las, costuma ser vítima de estresse e males correlatos, incluindo mais problemas cardiovasculares. Trabalhadores que se sentem financeiramente vulneráveis tendem a sentir estresse e custos correlatos à saúde física e mental.”
Jeffrey Pfeffer, Harvard Business Review – abril de 2012

16ª semana de 2012

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“No altar, um orador mulato, de 1,90 metro e 92 quilos, anuncia: ‘Aqui tem milagre. O paralítico que saiu andando da cadeira de rodas. O cego que começou a enxergar. Aids, câncer. Tudo que na UTI não tiver mais jeito, aqui tem’. […] O orador é o apóstolo Valdemiro Santiago, 48. Ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, ele rompeu em 1997 com Edir Macedo para abrir sua própria denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus. […] ‘Sou um executivo das almas. Através de minha oração, Deus já curou muitas doenças incuráveis pelo recurso da ciência’. […] Citando o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, o professor de sociologia da religião da USP Flávio Pierucci interpreta o sucesso de Santiago: ‘Quem o procura já chega sugestionado. Os milagres acontecem, mas só para quem acredita. Não curam o mal, mas podem curar a sensação de dor’, diz o professor, acrescentando que a oferta de serviços mágico-religiosos é antiga no país e praticada por diversas fés.”
Morris Kachani – Folha de S.Paulo, 15/04/2012

“Ter emprego, liberdade, saúde e relações sociais eleva o bem-estar. Barulho, trânsito e brigas com familiares o reduzem.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 15/04/2012

“Fomos acostumados desde tempos imemoriais à ideia de que existe uma ortodoxia sexual da qual apenas os pervertidos, os loucos e enfermos se afastam e vimos transmitindo esse absurdo monstruoso para nossos filhos, netos e bisnetos, auxiliados pelos dogmas da religião, os códigos morais e os hábitos instaurados. Temos medo do sexo e nos custa aceitar que, neste incerto domínio, há opções e variantes que devam ser aceitas como manifestações da diversidade humana.”
Mario Vargas Llosa – – O Estado de S. Paulo, 15/04/2012

“Nunca a informação foi tão acessível como agora. Mas ainda continua sendo difícil ver além dos dados. Nossa avaliação é sempre bastante frágil. […] Sociedades envelhecidas não têm capacidade de ousar e inovar. Os velhos, carregados de experiência e maturidade, são bons gestores. Mas o motor de um país é a ousadia. E o atrevimento não tem cabelos brancos. […] Conseguir enriquecer como país antes de envelhecer. Estamos numa corrida contra o tempo. Queremos sucumbir ao inverno demográfico ou estamos dispostos a abrir a janela da renovação? Gente não é problema. É solução.”
Carlos Alberto di Franco – O Estado de S. Paulo, 16/04/2012

“Cada vez mais plugados e cada vez mais solitários. Na sociedade contemporânea, a solidão é como uma epidemia fora de controle. O Facebook é a plataforma ideal para autopromoção delirante e inflação do ego via aceitação de um número gigantesco de ‘amigos’ irreais.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 16/04/2012

“ ‘Não adianta achar’, afirma Julián Lichtmann, sócio diretor da Ingouville, Nelson & Associados, ‘que promover alguém a cargo de gestão fará dele líder.’ Um dos principais problemas, segundo Monteath, da Robert Half, é ‘a promoção precoce de profissionais a cargos de gestão sem o devido preparo’. Chefes imaturos e inseguros têm maior dificuldade de admitir seu despreparo nas avaliações internas anuais. Nem todos os líderes ‘nascem prontos’, diz o consultor Lichtmann. Liderança também se aprende, e as melhores empresas investem em treinamento. Mas há os que não aprendem nunca: ‘Um líder é reconhecido pela forma como age, não pelo que fala’. Para um subordinado inteligente, é mole sacar o líder ‘artificial ou ambíguo’. Não basta amar o que se faz. É preciso gostar de pessoas para ser líder.”
Ruth Aquino, Revista Época – 16/04/2012

“A multiplicação espantosa de canais e mídias, marca dessa era da comunicação, gera apetite infinito por conteúdo, e o cinema é o rei do conteúdo, a grande síntese de música, literatura, dramaturgia, artes plásticas…”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 17/04/2012

“O Ministério do Meio Ambiente tem apenas pouco mais de 0,5% do Orçamento federal. Como fiscalizar? Como cobrar multas, mesmo quando aplicadas? […] Recursos naturais são hoje o fator escasso no mundo. E o Brasil poderia valer-se disso, pela situação excepcional que desfruta. Mas, ao que parece, continuaremos apenas pensando em lucros imediatos.”
Washington Novaes – O Estado de S. Paulo, 20/04/2012

“Em tempos de comunicação viral, em que as informações e novidades são transmitidas como numa epidemia, a mutação é constante. É algo que extrapola o mundo virtual e modifica a forma de nos relacionarmos, de vivermos e de trabalharmos. […] As vantagens desse novo tempo são incontáveis, assim como as polêmicas sobre para onde caminhamos. Alguns dizem que as redes sociais eliminam o contato pessoal e que esse “mundo paralelo” da internet sacrifica nosso afeto, tempo e criatividade. Outros acreditam no contrário: conectadas o tempo todo, as pessoas são mais informadas, produtivas, além de estabelecer maior leque de relações.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 21/04/2012

“Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias. […] O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. […] Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 21/04/2012

“O mais provável é que a maioria das ideias se cristalize na forma de intenção. E intenção sem ação vira enrolação. O mundo está cheio de boas intenções, mas não tem mais paciência com os enroladores.”
Eugenio Mussak, Revista Vida Simples – abril de 2012

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