“Constata a ONU que, embora tenha havido melhoria nos itens saúde e educação, comparados às décadas anteriores, ainda hoje cerca de 900 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, e 2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico (no Brasil, 34,5 milhões de pessoas vivem sem este direito elementar, segundo o IPEA). A desigualdade entre ricos e pobres se aprofunda, informa o documento. Mais de 900 milhões de pessoas (13% da população global) sobrevivem em extrema pobreza, e apenas 17 milhões terão saído desse estado de penúria em 2012 (cf. Banco Mundial, ‘Estado do Futuro 2011’). O Projeto Milênio alerta para a importância de se promover o desarmamento, reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, e combater a corrupção e o narcotráfico. […] Para se ajustar aos Objetivos do Milênio, nosso país clama por reformas: política, judiciária, agrária e tantas outras que corrijam os desmandos que ainda imperam, resquícios de uma mentalidade colonialista que considerava cidadãos apenas aqueles que possuíam propriedades.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – abril de 2012

“Em tempos complexos e carregados de emoção, como este que atravessamos, os líderes empresariais e governamentais deveriam se conscientizar da necessidade de manter os mais elevados padrões de honestidade. Nem sempre vamos gostar do que ouvimos, e nem do que temos a dizer. E , ainda que seja natural reagir com decepção diante de notícias ruins, temos de fazer um esforço para não temê-las.”
Howard Schultz, Revista Época Negócios – abril de 2012

“A industrialização do planeta afeta o clima, aumentando a temperatura média global. […] Mesmo que seja estatisticamente possível que o impacto humano seja pequeno, em vista da evidência que temos hoje, seria absurdo apostar nessa incerteza.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“Vá ao mercado perto de sua casa, olhe um abacaxi e pense no milagre que é a natureza, milagre que se repete em cada fruta, cada árvore, e que uma vida inteira seria pouco para refletir sobre o que é o paladar, o aroma, a textura de cada uma dessas coisas que se olha todos os dias, mas não se vê.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“O que você desejará fazer regularmente para se manter saudável e motivado? Quanto lhe custará, por mês, sair da rotina, cultivar hábitos saudáveis, rever amigos e parentes, enfim, cuidar de você mesmo? Ao definir essa verba, você certamente estará vivendo um presente mais rico. […] Quando surge um imprevisto, passeios e festas podem ser adiados, mas gastos fixos não. Quando podemos optar pela substituição de gastos, imprevistos são contornados com mais facilidade, sem que recorramos a dívidas. Enfim, aqueles que cuidam melhor de si também têm menor chance de ter problemas! Vai esperar mais para ajustar sua vida?”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“A carreira é hoje mais importante para as mulheres do que para os homens, de acordo com pesquisa do Pew Research Center feita nos Estados Unidos. O levantamento mostra que 66% das mulheres entre 18 e 34 anos colocam a profissão como prioridade. Entre os homens, o número é de 59%. Em 1997, a situação era inversa. Para 58% dos homens, o trabalho era considerado algo muito importante, enquanto um percentual um pouco menor de mulheres (56%) pensava desse modo. Sucesso no casamento é, hoje, prioridade para 37% das mulheres e para 29% dos homens. No total, 1.696 pessoas foram ouvidas.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“Pensamos que somos tão imprescindíveis que temos de estar presentes 24 horas por dia na vida alheia. E vice-versa: pensamos que somos tão importantes que os outros têm de estar permanentemente disponíveis para nós.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 24/04/2012

“Algo está muito errado quando a maioria dos parlamentares, na contramão da vontade da maioria da sociedade, prefere um modelo de desenvolvimento que, em razão do lucro rápido, compromete o futuro do próprio país. […] O Brasil pode ser para o século 21 o que os Estados Unidos foram para o mundo no século 20. Mas são necessárias visão antecipatória e determinação de perseguir nosso destino de grande potência socioambiental. Não é fácil fazer a melhor escolha, porém é na pressão dos grandes dilemas que se forja a têmpera dos que estão afiados a talhar os avanços da história.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 27/04/2012

“Credibilidade e confiança são valores que decorrem do culto às virtudes, algo que se perdeu numa sociedade que confunde Estado laico com Estado ateu -ou, pior ainda, antirreligioso. A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas.”
Kátia Abreu – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O termo ‘hen’, defendido por feministas e entusiastas e ainda pouco usado, substitui ‘han’ (ele) e ‘hon’ (ela) por uma versão neutra. Há cerca de quatro anos, ele entrou para a ‘Enciclopédia Nacional’. […] O gênero neutro é parte de um movimento maior de busca por igualdade na Suécia. O país tem a maior proporção mundial de mulheres no mercado de trabalho, e o Fórum Econômico Mundial o elegeu como o de maior igualdade de gênero. Na escola-modelo Egalia, é uma preocupação desde os anos 2000 -quando os professores passaram a gravar as aulas uns dos outros. ‘Ficamos desapontados ao ver que tratávamos meninos e meninas de maneira diferente’, diz a diretora Lotta Rajalin. Hoje, a escola diz combater não o gênero biológico, mas o cultural. ‘Não tentamos fazer as crianças se esquecerem de seus sexos, mas do que é esperado deles’. Ou seja, grosso modo, não apenas os meninos são convidados para as aulas de futebol. Nem são só as meninas que têm acesso às bonecas. ‘É uma questão de democracia’, diz Rajalin.”
Diogo Bercito – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O amor é construído naqueles dias de discussões intermináveis e de beijos profundos. No compreender, ceder e tentar melhorar. No compartilhar o que era, até então, privado. No resguardar individualidade e espaços. No descobrir e explorar em conjunto. O amor tem a vantagem do crescimento e da sensação de plenitude e o bom ônus do investimento diário.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“Apesar dos avanços em todos os itens de educação do Censo apresentados ontem, os dados de escolaridade continuam preocupantes. Quase 1 milhão de crianças de 6 a 14 anos estavam fora da escola em 2010 – 3,3% da população nesta faixa etária. A evolução na década só é possível para a faixa 7 a 14 anos, porque a lei que fixou os 6 anos como idade para ingresso no ensino fundamental é de 2006. Na faixa de 7 a 14, o índice de crianças fora da escola era 3,1% em 2010 e representa uma melhora em comparação com 2000, quando a proporção era de 5,5%. Em relação à população adulta, 6 em cada 10 brasileiros com 25 anos ou mais de idade não têm o ensino médio completo. Em 2000, eram quase 8 em cada 10. A proporção de brasileiros com curso superior completo teve aumento significativo, mas ainda é baixa, de 7,9%. Em 2000, eram apenas 4,4%.”
Luciana Nunes Leal – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“A educação é o segredo do maior avanço das mulheres em comparação com os homens. ‘Elas passaram os homens em escolaridade em 1996’, disse Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).”
O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“É chato quando filmar um show fica mais importante do que vivê-lo. […] Se é possível filmar e absorver ao mesmo tempo? Não. […] Muita gente filma para provar aos amigos que esteve lá. Se sorveu cada segundo daquele momento fazendo com os olhos e o coração uma edição de imagens que câmera nenhuma poderia fazer, não importa. Sua câmera assistiu a um grande show.”
Julio Maria – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“Não é possível libertar-se de situações de opressão se você não sabe qual é sua história, se não entende por que está nisso, se não reconhece como os opressores são mais fortes do que você porque têm não apenas mais armas, mas mais crueldade também.”
Alice Walker, Revista Cult – abril de 2012

“Um trabalhador que enfrenta altas exigências no trabalho, mas tem pouca autonomia para definir quando e como satisfazê-las, costuma ser vítima de estresse e males correlatos, incluindo mais problemas cardiovasculares. Trabalhadores que se sentem financeiramente vulneráveis tendem a sentir estresse e custos correlatos à saúde física e mental.”
Jeffrey Pfeffer, Harvard Business Review – abril de 2012