“Não é por acaso que todas as grandes lideranças religiosas, sociais e humanas sempre lutaram pela justiça social. Do ponto de vista ético, moral, social e econômico, não há nada mais insustentável, danoso, antiético, vergonhoso e degradante em uma sociedade do que a desigualdade. Ela está na origem de todos os problemas que afetam a qualidade de vida da população.”
Oded Grajew – Folha de S.Paulo, 29/01/2012

“Não vou discutir se o que escrevo, como poeta, é bom ou ruim. Uma coisa, porém, é verdade: parto sempre de algo, para mim inesperado, a que chamo de espanto. E é isso que me dá prazer, me faz criar o poema.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 29/01/2012

“Vivemos a transição para uma sociedade cujos eixos centrais são a diversidade, a justiça social, a democracia e a sustentabilidade. O mundo tem discutido novas formas para uma economia mais verde com energia limpa, com inovação para produtos e com serviços ligados à agricultura, à cultura criativa, à indústria e à gestão de recursos naturais. […] É fundamental um novo currículo, adequado a esse novo tempo. É também fundamental que a profissão do professor seja socialmente valorizada, com salários adequados e melhores condições de trabalho. É necessário também que as formações inicial e continuada ocupem um espaço central no exercício docente. Essa formação deve estar atrelada aos novos conhecimentos exigidos na sociedade contemporânea, para que a sala de aula possa refletir a articulação de conteúdos variados. Além disso, a capacitação do professor e os currículos dos alunos devem ser coerentes com as diversidades regionais e culturais do país.”
Maria Alice Setubal – Folha de S.Paulo, 30/01/2012

“O profissional moderno trabalha hoje pela carreira, pelo mercado, mas esquece que os maiores interessados em seu sucesso não são seu empregador nem esse “mercado”, mas sim sua família. As pessoas que mais querem o bem do trabalhador abrem mão de sua companhia, de seu papel de pai ou mãe, marido ou esposa, para que se possa ganhar o pão de cada dia. A ilusão está no fato de o trabalhador ser induzido a acreditar que a empresa é mais importante que ele mesmo. Seria uma atitude muito egoística reconhecer que trabalhamos e ganhamos apenas pelo fato de estarmos enriquecendo os donos das empresas?”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 30/01/2012

“Inovação não vem do vazio. Há, pelo menos, duas condições prévias: o conhecimento e a experiência. Só é capaz de alterar a realidade quem já lidou com ela o suficiente para entender o que pode ser modificado e o que deve ser mantido. Inovar é necessário. Fazer bem o básico é fundamental.”
Eugênio Mussak, Revista Você S/A – janeiro de 2012

“Um fator que alimenta as relações virtuais é a economia de tempo (cada vez mais escasso na vida urbana). Tem gente que passa muito mais tempo na rede do que no mundo real, um sintoma revelador de certa dificuldade de se relacionar com o outro. À distância, pela internet, as pessoas parecem mais desinibidas para expressar emoções e desejos que demorariam mais para aparecer em outras circunstâncias. Num mundo em que a evasão da privacidade virou quase uma regra, exibir sentimentos e imagens pode parecer uma conduta apropriada.”
Jairo Bouer, Revista Época – 30/01/2012

“O deus/besta assombra a imaginação americana. Considerem o caso do presidente Barack Obama. Até seus detratores foram silenciados pela beleza simbólica de sua eleição à Casa Branca três anos atrás. Ele alcançara um status de divindade. Poucos meses após sua posse, contudo, já era atacado como comunista, traidor, simpatizante de terroristas e, não menos importante, alguém que gostava de uma boa comida francesa. Para a angustiada mente americana, o ser divino, redentor havia se tornado um animal enfurecido determinado a dilacerar a democracia americana. […] A democracia é o sistema político mais frágil da Terra. […] Não se pode acalentar o sonho da democracia sem ficar constantemente vigilante sobre a possibilidade do pesadelo de sua dissolução.”
Lee Siegel – O Estado de S. Paulo, 30/01/2012

“Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! […] Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma. […]Parece que existem dois Brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e “puros”. E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) – isto é, filosófico: o que é a verdade?[…] Já sabemos que a corrupção não é um “desvio” da norma, não é um pecado ou crime – é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S. Paulo, 31/01/2012

“Ser um mestre já foi garantia de posição privilegiada no mundo. Mas, em um mundo em que se propõe educação a distância, em que a informação vem ininterruptamente de muitas fontes, o professor é uma fonte a mais. […] A interatividade professor/ aluno distingue essa relação de todas as outras. Entre professor e aluno, trocam-se não apenas informações objetivas ou subjetivas mas também afetos. Na sala de aula, mergulhamos em emoções advindas de aceitação, rejeição, simpatia, sujeição, autonomia.”
Anna Veronica Mautner – Folha de S.Paulo, 31/01/2012

“O jovem de 20 a 30 anos da classe AB quer viajar e fazer MBA, segundo estudo da B2 Agência, empresa de promoção e eventos especializada na faixa etária. A renda média desse público reúne, segundo entrevistados, recursos próprios e oferecidos pelos pais. Mais de 60% ainda moram com a família. Entre os desejos de consumo estão tablets e apartamentos.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 31/01/2012

“Pesquisas demonstram como a idealização da força é uma fantasia fundamental que parece guiar populações marcadas por uma cultura contínua do medo. É preferível acreditar que há uma força capaz de ‘colocar tudo em ordem’, mesmo que por meio da violência cega, do que admitir que a vida social não comporta paraísos de condomínio fechado.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 31/01/2012

“Aristóteles garantiu que a afirmação de uma coisa não significa a negação de outra. Cara e coroa são faces da mesma moeda.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 31/01/2012

“A história mostra que as grandes mudanças muitas vezes ocorrem quando há a ascensão de uma nova geração, otimista e ambiciosa. Isso não está ocorrendo agora na Europa. A sociedade europeia está envelhecendo. As pessoas vivem mais e a parcela da população economicamente ativa diminui, o que explica em parte o fato de o sistema de bem-estar social ser cada vez menos viável. Os jovens europeus não têm ambição e não estão preocupados em criar riqueza. Eles também sofrem da mesma abulia coletiva. Querem curtir a vida e esperam que o estado os sustente. Eis o dilema dos países europeus: eles precisam que seus jovens trabalhem em dobro para pagar o custo das aposentadorias, mas a rapaziada também só quer viver dos benefícios sociais. A conta não fecha.”
Walter Laqueur, 90, historiador alemão – Revista Veja – 01/02/2012

“O Brasil é o quarto país no mundo com maior presença nas redes sociais, segundo estudo da comScore. São 97% dos internautas em sites como Twitter e Facebook.
Empatados na primeira posição, EUA, Espanha e Reino Unido têm 98% de seus internautas em mídias sociais. Entre os 43 países pesquisados, a média de penetração é de 85%. Com dados defasados, a pesquisa ainda inclui o Brasil entre os cinco países em que o Facebook não é hegemônico. Atingindo 36 milhões de usuários, a rede de Mark Zuckerberg tomou a dianteira no Brasil em dezembro. Outro estudo da comScore apontou que, entre dezembro de 2007 e o de 2011, o Facebook ampliou a audiência de 12% para 55%. Na América Latina, a penetração chega a 84,1%.”
Folha de S.Paulo, 02/02/2012

“É uma situação paradoxal: o sistema público de educação, que deveria assegurar uma base de oportunidades igual para todos, é ele mesmo uma máquina geradora de profundas desigualdades sociais.”
Fernando Luís Schüler – Folha de S.Paulo, 02/02/2012

“A maior parte dos entrevistados (todos com pelo menos 21 anos), ou 40%, afirma que tem dúvida se vai casar. Os demais dizem que não pretendem oficializar a relação, de acordo com pesquisa realizada pelo site de relacionamento ‘Match.com’.”
Folha de S.Paulo, 03/02/2012

“Para o ressentido, o esquecimento não existe e o prazer é ficar no poço da insatisfação. Às vezes, até quem provocou a ofensa já está em outra, mas a vida para o ressentido continua nublada e sem graça e empacada.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 04/02/2012