“Muitos jovens estão buscando outros rumos, abraçando a montanha-russa do empreendedorismo. Um número significativo de profissionais experientes persegue a mesma aventura. A motivação dos dois grupos é diferente: enquanto os mais jovens procuram a vertigem e o sucesso, os mais maduros frequentemente buscam apenas escapar do tédio e da frustração. Os riscos são consideráveis: as taxas de falência de novos negócios, próximas de 50%, atestam a distância entre o sonho e o feijão. […] Em lugar de se tornarem donos de seu tempo, veem-no esvair ainda mais rapidamente do que antes, a tentarem fazer frente a dezenas de tarefas, todas aparentemente urgentes. […] O momento os favorece e a vida nas pradarias do empreendedorismo tem seu charme: os horizontes são amplos e muitos caminhos continuam inexplorados. Porém, as chances de encontrar estrelas guias são escassas.”

Thomaz Wood Jr, Carta Capital – 23/02/2011

 

“Na última década, houve uma gigantesca evolução tecnológica dentro de uma mesma geração. Por isso, torna-se inconcebível pensar na ação formativa de crianças e jovens sem envolver as TICs (tecnologias de informação e comunicação).
Os educadores, que não experimentaram inicialmente essa vivência tecnológica, também se deparam com o desafio de entender o seu papel nesse contexto.
Computadores com acesso à internet já são realidade em boa parte das escolas. O sistema 1:1 -um computador para cada aluno ou jovem- começa a ser implementado, e os obstáculos de infraestrutura são lentamente superados. No entanto, o que para muitos era um jargão -“não basta ter acesso, é preciso saber o que fazer com a tecnologia”- hoje é a questão mais urgente a ser respondida. A tecnologia permite colocar pessoas em contato com pessoas e todas em contato com a informação, em qualquer tempo e de qualquer lugar. Este é o grande potencial das TIC’s na educação. No entanto, disponibilizar isso ao aluno, sem relacionar à sua formação, não tem valia.”

Adriana Martinelli Carvalho, Folha de S.Paulo – 21/02/2011

 

“Hoje, o carnaval se anuncia como um prenúncio de calamidade pública, uma ‘selva de epiléticos’, com massas se esmagando para provar nossa felicidade. A alegria natural do brasileiro foi transformada em produto. […] A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória.”

Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo – 22/02/2011

 

“Herdeiros de uma sensibilidade romântica abastardada, acreditamos que a arte deve ser “autêntica”, e que a “autenticidade” consiste em abrir as comportas da alma, despejar os nossos “sentimentos” e “emoções” na via pública e, por via dessa catarse, nos libertarmos das nossas neuroses pessoais. Segundo essa doutrina, a arte não é arte, é terapia. Um romance não é um romance, é uma sessão de psicanálise por escrito. E o artista não é um artista, é como um doente mental que vive no asilo psiquiátrico e que pinta, ou escreve, por motivos estritamente terapêuticos, antes da medicação noturna. Visitar grande parte dos nossos museus, dos nossos palcos ou das nossas estantes é tropeçar continuamente nessas alegres pornopopeias. Tragicamente, Aronofsky e companhia ignoram que a arte não é questão de expressão ou repressão, mas de disciplina e sublimação.”

João Pereira Coutinho, Folha de S.Paulo – 21/02/2011

 

“À medida que blogs, YouTube, Orkut, Facebook e Twitter passaram a dar a qualquer indivíduo um grau de exposição antes reservado às celebridades, as portas e janelas de todos foram abertas para multidões de voyeurs declarados. Quem está conectado em casa passou a estar, ao mesmo tempo, na rua. E vice-versa. Onde quer que se esteja, os amigos sempre estão por perto. Muitas vezes, perto demais. E nem são tão amigos assim.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 23/02/2011

 

“A música saiu da mão dos criadores e passou para a mão dos produtores. As grandes gravadoras que ainda existem, não apostam mais em diretores artísticos. Gostam mesmo é dos diretores de marketing. E o pior é que isso não acontece apenas no Brasil. É um fenômeno mundial. […] O problema é que os meios de comunicação desaprenderam a lidar com a música. […] O cara tem em casa meia dúzia de maquininhas eletrônicas maravilhosas, e ele mesmo produz seu disco, faz capa e mixa. Uma possível música do futuro, de qualidade, vai ser feita cada vez mais por esforços individuais. Tem de vir de baixo para cima, pois de cima para baixo não vem nada.”

Júlio Medaglia, 71, maestro, Revista Brasileiros – fevereiro de 2011

 

“Violência, uma anomalia social ou fruto da sociedade? As bases de definição de violência não são únicas como o senso comum prevê. Violência é um termo difícil de ser definido, pois, além de possuir muitas significações, é um termo subjetivo e que é entendido de várias maneiras dependendo do contexto social em que o sujeito vive. […] A sociedade está proliferada em todas as camadas da sociedade e nas mais diversas esferas. Crimes hediondos, falta de solidariedade e perversão da cidadania são alguns tipos de violência que acabam mostrando que o homem pós-moderno parece menosprezar-se. De maneira geral, são as crianças e jovens em pleno processo de formação de identidade e absorção de valores que acabam levando todo esse contexto de violência para si.”

Cecília Bernardes Francisco e Débora Lopes César, Revista Sociologia, fevereiro de 2011

 

“Sou um individualista-egoísta. Mão teria coragem de abdicar do meu conforto por um bem comum.”

Gilberto Braga, 65, novelista – Revista Marie Claire – fevereiro de 2011

 

“Depois de agir, examine o que fez e qual foi o resultado. É aqui que o aprendizado realmente ocorre. Refletir é algo fundamental – e funciona melhor se for uma prática regular. Reserve um tempo ao fim de cada dia, por exemplo (talvez no caminho de volta para casa). Que ações deram certo? O que poderia ser feito de forma diferente? Pense nas conversas que teve.”

Linda Hill e Kent Lineback, Harvard Business Review – fevereiro de 2011