Bônus

Veja abaixo um capítulo inédito que não saiu no livro. Trata-se do discurso de Simonton quando o presidente Lincoln morreu. É exclusivo mesmo porque não existia em português. Foi traduzido especialmente para esta obra.

 

Um discurso na ocasião da morte do presidente Lincoln

Proferido pelo reverendo A. G. Simonton em um culto especial e sagrado acontecido em 21 de maio de 1865 e publicado a pedido dos americanos residentes no Rio de Janeiro.

"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza." (Salmos 46.1-3)

Quando o coração é despertado em seu âmago por qualquer emoção pujante, seja de alegria ou tristeza, suas compaixões e apegos são revelados. Todos os vínculos artificiais ou amizades sem valor são ignorados e só assim os laços da natureza e afinidade verdadeira são reconhecidos. É nessas horas que um homem aprende a conhecer a si mesmo e a seus amigos verdadeiros. Se for uma tristeza ou alegria confidencial e particular, ela será livremente transmitida ao coração daquele que está mais próximo de quem está sofrendo ou se regozijando. Nenhum amigo insensível será requisitado para compartilhá-la. Um coração intensamente exercitado por uma emoção profunda é dotado de um instinto quase infalível em sua busca por compaixão verdadeira. Quando todos os corações são permeados por uma grande emoção ou interesse, o intermédio da linguagem quase não é necessário para se estabelecer um intercâmbio de pensamentos e sentimentos. Quando essa verdadeira comunhão de sentimentos é insatisfatória, nenhuma habilidade linguística pode ocultar o fato. Se a tristeza ou a alegria for de caráter nacional, a forte atração desse laço singular, que une em uma nacionalidade milhões de indivíduos de diferentes naturezas e gostos será sentida — um laço tão verdadeiro entre homens que sinceramente amam seu país quanto a afeição entre pais e filhos, numa família onde o amor reina tanto no coração dos pais quanto dos filhos.

Meus compatriotas, em meu entendimento, esse é o verdadeiro significado de nosso encontro hoje. O sentimento ou instinto de nacionalidade está profundamente desperto e nos reunimos para dar vazão a emoções comuns a todos nós. A escolha desse lugar e hora, e o pedido para que lhes falasse deste púlpito é um reconhecimento distinto da mão de Deus no que tem acontecido a nós como nação e uma expressão do nosso desejo de buscar em Deus tudo o que precisamos como indivíduos e como parte da nação. Isso por si só é um bom presságio. Ninguém que tenha uma concepção apropriada da importância ligada aos eventos que agora se tornam públicos nos Estados Unidos e que observe o quanto os maiores interesses frequentemente dependem da ação da vontade de um único líder pode deixar de enxergar a gravidade das notícias espantosas que têm nos alcançado, e de reconhecer que nada pode ser mais apropriado do que buscarmos nos confortar e fortalecer em Deus. Leia o capítulo na íntegra.

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