Estudantes, profissionais liberais, mães e crianças reuniram-se em ato contra a violência na manhã do último domingo (2 de agosto), em Manaus/AM. Empunhando faixas, cartazes e vestidos de branco, aproximadamente 200 manifestantes participaram do “Grito de Paz”, que teve início no anfiteatro do complexo turístico de Ponta Negra, percorreu um trecho da avenida e encerrou-se nas areias da praia, onde foram fincadas bandeiras brancas.

Organizado pelo grupo “Aliança Bíblica por Amor”, o objetivo foi reunir cidadãos inconformados com o sentimento de insegurança gerado pelo crescimento da violência em Manaus e protestar contra o alto índice de homicídios que vêm ocorrendo na cidade.

Só em julho, entre os dias 18 e 19, 38 pessoas foram assassinadas. A sequência de homicídios teve início após o assassinato de um sargento da Polícia Militar em frente a uma agência bancária, no bairro de Educandos (Zona Sul), no dia 17.

Para a técnica em patologia clínica, Liane Pereira, a educação nos lares é a chave para a redução da criminalidade. “Tudo começa na família. Se dentro de casa houver ensinamento de comportamentos e atitudes pacíficas, e não de violência, a situação pode melhorar. Muitos pais esperam que esse ensino aconteça na escola, mas ela precisa acontecer em casa. A violência começa na família”, afirmou ela, que participou do ato com a filha Larissa, de 23 anos.

Segundo a empresária Denise Frota, que tem um filho de 20 anos e uma filha de 18, a orientação quanto às medidas de segurança nas ruas é uma constante em sua família. “Sempre digo pra eles que o trajeto deve ser pensado antes de sair de casa. Nada de andar sozinho nem parar pra fazer telefonemas na rua. Tem que andar em grupo porque é mais seguro”, aconselhou.

Já o adolescente Vinícius Baptista, de 15 anos, que há três anos saiu de São Paulo para morar com os pais em Manaus, vê a participação no manifesto como uma forma de lutar por uma cidade mais segura para ele e o irmão mais novo, de seis anos. “Quero uma cidade melhor para mim e meu irmão”, comentou.

De acordo com Ely Barbosa, um dos organizadores do manifesto, a ação terá continuidade. “Somos um grupo de amigos que acredita que Manaus pode ser diferente, mais tranquila para vivermos com nossas famílias. Organizamos este ato pelo Facebook e ficamos surpresos com a repercussão. Continuaremos acompanhando o noticiário e os indicadores de segurança, e certamente faremos novos atos como este”, afirmou.

Aliança Bíblica por Amor

Criado no fim de 2014 por estudantes e profissionais de diversas áreas, o grupo ABA tem prestado serviços gratuitos na periferia de Manaus e em municípios da Região Metropolitana. Nas últimas ações, as ênfases foram os atendimentos médicos, odontológicos, jurídicos, distribuição de alimentos e remédios e atividades com crianças. Todas as ações aconteceram em áreas carentes do Estado: vila do Engenho (estrada do Novo Remanso), Cacau Pirêra (Iranduba), bairros Redenção e Jorge Teixeira.

O grupo está aberto à adesão de voluntários. Os interessados podem entrar em contato pelo Facebook ou pelo e-mail aliancabiblicaporamor@gmail.com.

Com informações da Aliança Bíblica por Amor

 

  1. Esse tipo de ioniciativa deveria ser em caráter nacional. Lideranças evangélicas poderiam reunir-se e tratarem um calendário de ações que envolvessem: 1) Faixas com entregas de panfletos com a temática nos sinais de trânsito. 2) Audiências públicas em câmaras de vereadores, AL, etc. 3) Marcha contra a violência. Etc, tudo isso com a imprensa presente para que seja divulgada a nível nacional, alem meio evangélico.

  2. É importante que as pessoas saiam as ruas para manifestar e expressar suas preocupações, suas contrariedades, suas reivindicações, seus desconfortos, suas insatisfações, desabafar etc… PROTESTAR é preciso vez por outra. E o um povo crente indo para rua para se expor pedindo justiça é mais interessante ainda. Infelizmente, a “massa crente”, não compreende isso. Quando olho para Lutero, pregando as noventa e pouco itens numa carta aberta a população na porta de um templo PROTESTANDO sobre a corrupção da “igreja” e os desvios praticados por esta, isso demonstra que o cristão não pode estar alheio ou alienado de coisas que pecam por injustiças ao seu redor, porque o Evangelho assim o diz para fazer a todo tempo. Denunciar as injustiças e praticar a justiça.
    Infelizmente, as igrejas ditas Protestante aqui no Brasil não protestam, apesar de dizer que vieram do ramo Protestante com uma certa empáfia “sabichona”. Se esqueceram disso? Não, se acomodam numa visão muito conservadora e ascética da religião. Perderam principalmente o significado de ser Cristão e o sentido do Evangelho. Sabem tudo em palavras nas teses dos pais protestantes e nos seus palavrórios articulados e pomposos… Só discursos perderam-se nestes “negócios”.
    Apesar, deste pequeno grupo fazer sua manifestação em Manaus, o que é louvável e é um exercício da cidadania, não é eficiente e o suficiente, não termina quando termina a marcha, se abaixa os estandartes, quase como se fosse uma procissão e todos voltam de novo para as duas casas, porque o processo continua, não cai do céu e nem dos governos automaticamente. A Igreja-coletivo e a Igreja indivíduo devem ser pró-ativo na construção de desconstrução da raíz das causas das injustiças, indo principalmente nos locais provenientes onde isso é gerado, nos bairros de periferia e favelas promovendo ou divulgando além do Evangelho, atitudes de solidariedade e ajuda social, principalmente de crianças, para tirarem das garras da marginalidade, da miséria estrutural familiar e também da intelectual. A tanta coisa que se pode fazer… Tanta coisa. Sou carioca da cidade do Rio de Janeiro, quando vejo os crentes de lá se ufanando que tem o maior número de crentes nesta região, a influencia destes para barrar as injustiças de pobreza e da violência e da corrupção política entranhada nas instituições é quase nula… Uma terrível constatação de nulidade perante caoticidade que se abate na sociedade é uma triste realidade que tende a piorar nos moldes atuais que se apresentam. Só ir para rua e manifestar emblematicamente pode se tornar algo terrivelmente cômodo, passivo e distante, fica só para “inglês ver”. O Evangelho sem obras é uma coisa inútil e sem sentido, é coisa putrefatamente morta.

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