Por Sérgio Ribeiro

George Osborne, 43 anos, ministro das finanças da Inglaterra

George Osborne, 43 anos, ministro das finanças da Inglaterra. Foto: en.wikipedia.org/

O jovem George Osborne, 43 anos, ocupante do segundo cargo mais importante do governo britânico, superado apenas pelo cargo de Primeiro Ministro, herdou um enorme déficit orçamentário e tem corajosamente enfrentado essa situação com medidas necessárias, algumas muito impopulares, mas que têm levado a Inglaterra a superar, pouco a pouco, suas dificuldades econômicas. Ele é o prestigiado Ministro das Finanças da Inglaterra desde 2010.

Entrevistado nas páginas amarelas da revista “Veja” (edição 2370 de 20/04/2014), chamou-me a atenção a declaração mais contundente e importante de sua brilhante entrevista (que deveria ser lida pelo pessoal da área econômica do Governo Dilma): “as pessoas podem me julgar por acertar ou errar, mas não quero que digam que eu sabia qual era a decisão certa e não tive a coragem de tomá-la por ser impopular”.

As pessoas revelam seu caráter e com quem estão realmente comprometidos através de suas falas, de suas atitudes e principalmente das importantes decisões que tomam ao longo de sua vida.

Osborne afirma ser comprometido em tomar a decisão certa, mesmo que seja impopular, sabendo que as consequências podem resultar em prejuízo para a sua carreira política. Pessoalmente eu admiro pessoas assim: que tomam as decisões certas, mesmo que as levem a amargar algum prejuízo. Osborne tem um sério compromisso com o povo britânico.

Faço parte e caminho com a igreja do Senhor em nosso país há mais de 30 anos e, com tristeza, constato que muitos dos nossos líderes, de maior ou de menor magnitude, muitas vezes capitulam diante dos princípios bíblicos por não terem o caráter da mesma têmpera do Ministro das Finanças da Inglaterra. Uma lástima!

Duas coisas muito importantes para um líder cristão: (1) saber o que a Bíblia diz, e (2) ter um inegociável compromisso com as verdades e princípios bíblicos.

Conhecer o que a Bíblia diz traz consigo a possibilidade de ter o caminho iluminado para saber qual a decisão certa a ser tomada nos momentos em que a estrada da vida se bifurca e decisões importantes, difíceis (e até controversas!) precisam ser tomadas. Traz a possibilidade, mas não garante que sejam tomadas decisões bíblicas.

Ter um inegociável compromisso com a Bíblia é a força espiritual necessária para tomar as decisões certas, mesmo que signifiquem, na prática, prejuízos para si e para a caminhada ministerial. As nossas decisões revelam se o nosso compromisso é conosco mesmo ou com o Deus a quem servimos!

Outra declaração de Osborne que saltou diante dos meus olhos:

“Boas políticas acabam levando a uma boa economia. A principal responsabilidade do ministro das Finanças é fazer as políticas corretas para melhorar a economia a médio ou longo prazo, e para isso não podem esconder da população certas verdades difíceis… A população costuma respeitar governos que tomam decisões difíceis… Ao fim e ao cabo, a minha responsabilidade é o bem-estar dos cidadãos britânicos”.

Verdades profundas e com grande poder de desdobramentos nas palavras do jovem que tem nas mãos os cofres do governo britânico. Mais uma vez, me reporto a nós, líderes da igreja evangélica brasileira. Utilizando as palavras de Osborne, reconstruo sua frase, como que dita a mim mesmo e à liderança da igreja evangélica em nosso país:

Decisões bíblicas acabam levando a igreja a uma vida cristã bíblica. A principal responsabilidade de um líder cristão é obedecer rigorosamente a Bíblia para melhorar a qualidade da igreja a médio e longo prazos, e não podem esconder dos crentes as verdade difíceis da Palavra de Deus, que vão de encontro aos nossos interesses pessoais e da sociedade relativista do nosso tempo. Os crentes costumam respeitar líderes que tomam decisões difíceis em obediência à Palavra de Deus. Afinal, o compromisso deles é obedecer a Palavra de Deus, custe o que custar, pois disso depende a sua saúde espiritual e a santidade da igreja do Senhor a eles temporalmente confiada.

Concluo  suplicando a Deus que nos ajude a tomarmos as decisões certas, não as mais fáceis; as que mais glorificam a Deus, não as que mais vantagens podem nos trazer; as que mais bem farão à igreja, no curto, médio e longo prazos, não as que nos beneficiam aqui e agora.

Que Deus, nos ajude, e muito!

 

• Sérgio Ribeiro trabalha com plantio de igrejas no sertão nordestino desde 1983. É presidente e fundador da Missão JUVEP.

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