Esta canção nos remete ao belo espetáculo que é o encontro das águas que formam o rio Amazonas. O interessante é a peculiaridade deste encontro, onde Negro e Solimões, distintos em suas cores, não se misturam e vão seguindo seu caminho, no encontro de lugares, povos, flora, fauna e lendas que compõe a sua formação até encontrar seu destino no chão do Marajó.
Essa é assinada por todos nós, Thiago Azevedo, Mário Valladão, Fabrício Matheus e Gladir Cabral, assim como o Rio Amazonas caminha dos Andes até o Marajó, a música e poesia vai do Norte ao Sul do País.
Leia e ouça a canção Rio Negro e Solimões.

Rio Negro (pelas lentes de Washington Lins)

Rio Negro e Solimões

São dois amores de rio
Entoando uma cantiga
Um encontro, muitas águas
Uma vida repartida.
Para o leito do Amazonas
Rio de lendas estrelares
Buscam o único destino
No cais de mais de mil lugares.

Grande mar de duas cores
Botos, iaras e curiós
Celebração dos amores
Nas cores do carimbó
Rio Negro e Solimões
Correntezas e paixões
São os dois e são um só.

Belas margens que abrigam
Sonhos soltos de poetas
Versos livres que se aninham
Entre as vozes dos profetas.
Hão de repousar seu canto
Às margens de seus altares
Lar do mais sagrado manto
E de encantos milenares.

Os sabores que margeiam
Frutas, peixes e cipós
Cupuaçus e engazeiros
Tambaquis e muitos gós
Rio Negro e Solimões
Esquecidas solidões
Das alturas lá dos Andes
Até o chão do Marajó

(Thiago Azevedo, Mário Valladão, Fabrício Matheus & Gladir Cabral)
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Thiago Azevedo é músico paraense e dono do blog Manga e Poesia

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