Por Alison Worrall

Em busca de nome para um novo projeto na cidade de João Pessoa, PB, Iranilda Muniz Souza visitou a história das missões no Brasil. Nesta viagem, ela se emocionou ao ler a história do início da Escola Dominical no Brasil, no século XIX, pela visão dos missionários Robert e Sarah Kalley. No dia 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, RJ, aconteceu a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Somente cinco crianças participaram, mas Sarah, uma das fundadoras, contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas. Está certo que tudo foi comunicado muito mais com gestos do que palavras, porque ela estava começando a aprender o português, mas, mesmo assim, ela viu tantas crianças pelas ruas que seu coração almejava mais e mais ganhá-las para Jesus1.

Iranilda conta: “Achei linda a forma com que Sarah Kalley cuidou das crianças, contando histórias ao ar livre. É apenas isso que queremos fazer aqui no projeto: ajudar e cuidar das crianças e, por isso, resolvemos homenageá-la chamando o projeto de Associação Social Evangélica Sarah Kalley (ASESK)”.

A história de 155 anos revela também as grandes perseguições e lutas que o casal de missionários enfrentou durante seu ministério. Não tem sido tão diferente para Iranilda e sua equipe, que atendem 128 crianças e 220 famílias, oriundas das comunidades próximas à instituição: Novo Horizonte, Bom Samaritano, Boa Esperança, Três Lagoas e adjacências do Bairro do Cristo Redentor, entre outras.

Apoiada pela Igreja Congregacional do bairro Cristo Redentor, com a finalidade de atender e socorrer crianças, adolescentes e famílias carentes que vivem em situação de risco pessoal, social e espiritual, a ASESK tem oferecido educação formal e formação social. O foco é dar atenção especial à família, conscientizando-a de seu papel fundamental no desenvolvimento e bem-estar da criança e do adolescente. Para isso, eles contam com a presença e apoio valorosos do nosso parceiro, o Projeto Calçada.

Fundada em 2005, faz pouco tempo que ASESK precisou sair da comunidade Novo Horizonte. Eles foram expulsos por ordem dos traficantes. Pensando na segurança de todos da associação, alugaram uma casa na rua principal próxima à comunidade. Assim, conseguiram continuar o atendimento às crianças, inclusive às dos traficantes. Enfrentar o tráfico, o abuso sexual e a escassez de recursos financeiros têm sido os maiores desafios deste projeto.

Recentemente, o pai de uma das crianças, para a grande alegria de todos, contou da sua transformação através de um encontro com Cristo. Para Iranilda, “isso valeu o ano todo de trabalho árduo. Às vezes penso em parar, mas Deus sempre nos incentiva a continuar”. A jovem Iranilda é um exemplo de vida. Sofreu dois ataque cardíacos, passou um tempo afastada em recuperação, mas encontrou coragem para reassumir seu papel de diretora.

1Fonte: Livro “Sarah Kalley – Missionária Pioneira na Evangelização do Brasil”, Douglas Nassif Cardoso

Alison Worral é missionária e representante da Rede Mãos Dadas no Nordeste.

  1. Iranilda Muniz

    Nossa, amei ver a historia do nosso projeto “Sarah Kalley”,somos gratos a Deus pela vida de Alisson que contou um pouco da historia… Recebam a nossa gratidão
    um abraço Iranilda e toda equipe do Sarah Kalley

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