Imagem 40 diasMOTIVO 32 – PARA O DIA 07:

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Por Isabelle Ludovico

md28-pastoralTodos nós temos a oportunidade de sermos adotados por Deus e recebermos o mesmo status de filho que tem o próprio Cristo. É o que declara Paulo na carta aos cristãos na Galácia:

Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: “Aba, Pai”. Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro. (Gl 4.4-7 NVI)

Esta revelação exerceu tamanho impacto sobre uma família americana, que decidiram vir ao Brasil para adotar três crianças brasileiras. Quando, de fato, nos permitimos receber o amor incondicional do Pai, este afeto transborda do nosso coração em direção ao próximo.

No entanto, é comum nos privarmos desta benção por sabermos que não a merecemos. Só podemos nos permitir ser adotados ao reconhecer que a adoção é uma graça irretribuível (não merecida e que não dá para pagar com nossos próprios esforços).

Filho legítimo revela a ternura do Pai 
Cristo encarna a ternura do Pai desde o começo. Ternura é expressão de carinho na intimidade. É delicadeza, respeito, acolhimento, doçura, apego que se expressa com todos os sentidos: olhar, toque, afirmação, gesto. Diante da criança na manjedoura, nossa própria ternura aflora e nos desarma. Bem-aventurados aqueles que conseguem enxergar, acolher e transmitir a ternura de Deus.

Assim como Jesus no seu batismo, podemos ouvir o Pai nos dizer: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3:17 NVI) Na versão católica lemos: “Em quem ponho minha afeição.”

Na conversa que se seguiu ao ato de lavar os pés de seus discípulos, Jesus diz “Meus filhinhos” (Jo 13.33, NVI). Um servo não diria isto. É mais a fala de uma mãe cheia de afeto. É a ternura de um Deus que lava nossos corações.

Na última aparição de Jesus narrada por João, ele pergunta aos discípulos “Filhos, vocês têm algo para comer?” (Jo 21.5, NVI). A voz aqui é a de uma mãe que preparou comida para a sua família. Ao chegarem à praia, encontram Jesus com a refeição pronta e quentinha.

A ternura vem do útero que nos gerou: um Pai materno. Nós existimos nesta ternura, ainda que não a percebamos. Nossa ignorância e desprezo leva Jesus às lágrimas diante de Jerusalém e à morte para que vivamos. E o Espírito Santo trabalha hoje para que possamos reconhecer o amor de Deus. Para tanto ele está disposto a sofrer e a interceder por nós “com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26, NVI)

Esta ternura é manifesta finalmente em Apocalipse na atitude de Deus de “enxugar toda lágrima”. Quanta intimidade neste gesto. Um pai materno que nos consola. Toda lágrima: seja do inocente, seja do culpado! Lágrimas do próprio Cristo por nós e por causa de nós. Um gesto que cura, que restaura, que transforma.

Ternura recebida precisa ser retransmitida
Quanta confiança e humildade da parte do Deus Triúno em nos comissionar para manifestar a sua ternura na vida daqueles a quem adotamos. Como precisamos de humildade para imitar este Deus!

Esta extrema humildade e despojamento de Deus denuncia a insensatez dos nossos estilos de vida, do consumismo desenfreado, da competição, da exclusão, da violência. Brota do nosso coração um desejo profundo de sermos mais humanos que nos impulsiona:
– a discernir a presença de Jesus no silêncio e na simplicidade de coração, nos acontecimentos, em cada ser humano, na Bíblia e no partir do pão.
– a receber esta ternura que nos perdoa e que nos leva a perdoar ao próximo!
– a imitar Jesus na sua humildade e na sua identificação com os excluídos.

Nós adotamos porque fomos adotados primeiro! Sou grata a Deus por todos os cristãos anônimos que, como aquela família americana, me inspiram por serem fiéis a este chamado de manifestar a ternura de Deus através do amor fraterno, em particular em relação às crianças abandonadas.

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isabelle-ludovico-150x150Isabelle Ludovico

é psicóloga com especialização em terapia familiar sistêmica.

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