“Abram os olhos e vejam os campos!” Mt 4.35

 

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Copa da Rua: Miriam, Flávia, Lucas e Deuseli

Assumi há quase dois meses a coordenação do programa Mais Que Vencedores, da Rebusca, organização social que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco da cidade de Viçosa, MG. O desafio mais fascinante deste novo trabalho é o de desenvolver um novo olhar, um que reconheça a humanidade integral daqueles com os quais estou trabalhando, principalmente a dos adolescentes, e que também enxergue o plano de Deus para a vida de cada um desses. 

Este não é um desafio novo. Penso que, sob o ponto de vista cristão, qualquer papel assumido por nós na expansão do Reino passa pelo exercício de enxergar e ouvir. Este processo exige um desprendimento dos nossos conceitos e preconceitos sobre o ambiente ou pessoas com os quais trabalhamos, para que possamos percebê-los como são, ouvir suas reais necessidades e agirmos de forma a atendermos às suas demandas.

Comecei a ler um relatório produzido pelo UNICEF em 2011 que apresenta a situação da adolescência brasileira até este ano. E o chamado do documento é exatamente este: abram os olhos e vejam. Reconheçam que hoje no Brasil possuímos mais de 21 milhões de adolescentes – cerca de 11% da população brasileira. Reconheçam que este grupo tem um potencial incrível para transformar uma geração inteira, pela sua criatividade, potencialidade e dimensão. Reconheçam que é preciso criar espaços para que este grupo possa “estabelecer novas prioridades, criar novas relações sociais, avançar em visões inovadoras sobre os desafios dos próximos anos, estabelecer novas formas de expressão, ampliar a consciência de seus cidadãos sobre questões ambientais e da diversidade”1. Estamos diante de um campo gigante e precisamos olhá-lo, observá-lo, respeitá-lo e colher dele o melhor fruto possível.

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“Abram os olhos e vejam os campos!”

  • Qual a melhor forma de perceber estes adolescentes, que não estão apenas nesta fase, mas que ocupam também a posição de ‘vulneráveis’, o que influencia profundamente a cosmovisão e o comportamento deles?
  • Como trazer à tona suas potencialidades, forças, se muitas vezes nem eles, nem seus familiares, acreditam que eles as possuem?
  • Como identificar quais são, de fato, as ameaças que assombram estes meninos e meninas?
  • Como enfrentar estas ameaças?

“Eis que os campos estão prontos para a colheita”. Que o Senhor nos ajude a trabalhar de forma a colher o melhor desta terra, e que estes adolescentes se tornem mesmo canais de bênção na nossa sociedade tão má e desacreditada da juventude.

1 FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA. O direito de ser adolescente: oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades. Brasília, DF: UNICEF, 2011.

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Enviado por Lucas Rolim que é coordenador do MQV, pela Organização Social Rebusca.

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