Desde 2001 11 grandes organizações sociais não-governamentais no Reino Unido e na Suíça vêm trabalhando juntas com o propósito de compartilhar conhecimentos e experiências comuns e de identificar as melhores formas de oferecer proteção às crianças. Essas organizações formaram a Keeping Children Safe Coalition (Coalizão para Manter as Crianças Protegidas). Hoje elas somam 26 organizações e incluem Plan, Visão Mundial, Tearfund, Save the Children, e Kindernothilfe, todas com trabalho expressivo no Brasil.A coalizão nasceu da convicção de que tantas experiências vividas em tantos lugares do mundo ao longo de tantos anos precisavam ser compartilhadas, analisadas e transformadas em orientações e diretrizes para o trabalho atual. Assim surgiram os Padrões Internacionais para a Proteção da Criança.

São 11 padrões que definem o que precisa acontecer em qualquer organização que atende a crianças para que elas tenham proteção e se sintam seguras. O objetivo dos Padrões Internacionais para a Proteção da Criança é servir como referência, guiando administradores e coordenadores de projetos sociais na difícil e delicada tarefa de transformar o local em que a criança passa grande parte de sua infância, num lugar muito bem protegido e saudável.

Uma organização pode dizer que segue os 11 padrões quando:

1. Tem uma política de proteção à criança por escrito (isso vale para toda instituição que trabalha direta ou indiretamente com menores de 18 anos).

2. Já estabeleceu orientações claras sobre o que fazer quando uma preocupação ou um incidente relacionado com a segurança da criança acontecer.

3. Já criou processos para minimizar a possibilidade de a criança ser abusada pelos que ocupam posições de confiança.

4. Já existem normas de conduta por escrito descrevendo de forma clara os comportamentos apropriados, bem como os inaceitáveis, na interação dos adultos com as crianças.

5. Suas normas de conduta já foram adaptadas para o contexto sociocultural em que está inserida.

6. Toma as medidas necessárias para garantir que todas as crianças sejam protegidas de abusos, independentemente de raça, gênero, idade, religião, capacidade física, orientação sexual, classe social e cultural.

7. Já desenvolveu sistemas e processos para garantir que todos saibam como proteger as crianças, para encorajar a todos a expressarem suas opiniões sobre esse assunto e para certificar-se que essas opiniões sejam ouvidas.

8. Oferece oportunidades de aprendizado para funcionários a fim de que desenvolvam e mantenham as atitudes, as habilidades e o conhecimento necessários para proteger as crianças.

9. Provê aos responsáveis por manter as crianças em segurança todo o apoio e as informações necessárias. Oferece também ajuda adequada para as crianças vítimas de abusos.

10. Tem um plano de ação para monitorar a eficácia de suas normas de proteção à criança.

11. Busca trabalhar em parceria com organizações que já desenvolveram suas próprias políticas de proteção ou que estejam passando por esse processo e que concordem com tais padrões.

As organizações membro da coalizão apoiam o trabalho de diversas outras organizações menores, atendendo milhões de crianças em centenas de países ao redor do mundo. Das onze, várias atuam no Brasil, sendo que duas são parceiras da revista Mãos Dadas: a Visão Mundial e a Tearfund.

O resultado desse esforço conjunto demonstra que o trabalho em rede é possível e indispensável no combate à violência contra crianças e adolescentes; e que todos nós, do Brasil à China, da Suíça à África do Sul, temos muito a aprender uns com os outros. Apesar de nossas grandes diferenças culturais, a luta pela dignidade das crianças nos une.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *