Por Cássia de Oliveira

De repente, o pavor por um ser vivo microscópico, que víamos tão distante pelo noticiário e que estava apenas na China, chegou até nós. O perigo era tão impressionante que demoramos pra acreditar que não estávamos numa filme de ficção científica. Tudo aquilo era real: fronteiras fechadas, quarentena, decretos de calamidade pública.

O ser humano, que sempre se viu no controle de tudo, entra numa guerra contra um insignificante ser que se espalha quase descontroladamente pelo mundo. Nos abrigamos em nossas casas com medo de um abraço. Começamos a enxergar a nossa fragilidade diante de um mundo tão grandioso e assustador. Como cristãos, nossa fé está sendo provada a fogo.

Estamos parados. Tantos projetos para 2020; faculdade, emprego, relacionamento… tudo teve que esperar para resolvermos a questão mais urgente: sobreviver. Agora a sociedade mais tecnológica e desenvolvida cientificamente se vê sem saída: ou morremos contaminados pelo covid-19, ou morremos de fome numa possível crise econômica. Se não bastasse a insegurança e ansiedade que temos que dar conta, uma onda de atrito político desumano e fake news nos assombra.

Parece que vejo a história se repetir: uma grande falta de alimentos atinge Canaã e todo o resto do mundo, trazendo desolação e previsão de morte. É uma calamidade. Jacó, preocupado, envia seus filhos para comprar alimento no Egito, pois soube que lá era o único lugar que havia mantimento.

Jacó e o povo de Deus não imaginavam que passariam por tremenda dificuldade, a fome pegou a todos de surpresa e despreparados. Mas, o Deus onisciente já sabia de tudo o que iria acontecer e mantinha o controle do universo em sua forte mão. Nada tinha saído de seu controle, há 13 anos o Deus de Israel já tinha preparado a solução para salvar seu povo da morte.

O senhor leva José cativo para o Egito e o prepara ao longo dos anos para assumir a administração da nação. Com sabedoria divina, o jovem prodígio juntou cereais que eram produzidos em grande fartura nas terras egípcias. E quando a fome chegou, ele tinha tanto alimento nos armazéns como a areia que se junta na praia do mar.

Quando José reencontra seus irmãos que tinham lhe vendido como escravos, ele entende que os propósitos de Deus são maiores e que Ele sempre está anos-luz à frente de qualquer circunstância. O Senhor tinha tornado o mal que seus irmãos lhe fizeram em bem para toda sua família. Foi para salvar vidas que Deus tinha enviado José ao Egito. De um modo maravilhoso, Deus os socorreu em meio ao perigo iminente.

Que a história do jovem José nos traga esperança e nos relembre que servimos a um Deus que trabalha para aqueles que nele esperam e que tem o controle do mundo nas palmas de suas mãos. É tempo de colocar nossa fé – a crença no que não podemos enxergar humanamente – em ação. E se diante da calamidade o pavor nos tomar, que o Espírito Santo abra nossos olhos para ver a provisão de Deus bem na nossa frente, assim como fez com o moço de Eliseu em Dotã.

“E Eliseu orou: ‘Senhor, abre os olhos dele para que veja’. Então o Senhor abriu os olhos do rapaz, que olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu.” – 2 Reis 6.17

  • Cássia de Oliveira, Jornalista pela UFRGS e repórter da AD Guaíba. Atua na área de comunicação cristã e como colunista. Noticiando boas novas.

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