Por Renan Vinícius

Uma vez li ou ouvi que cada pessoa que conhecemos nos muda de alguma forma. Também ouvi dizer que cada pessoa que encontramos está vivenciando uma batalha que não conhecemos e que, por isso, devemos agir com gentileza sempre.

Acrescento que as pessoas com quem convivemos e que acreditamos conhecer também carregam uma história. Uma parte dela nós a conhecemos — a outra talvez nem a própria pessoa conheça plenamente.

Nesse sentido, eu diria que tudo aquilo que não conhecemos está imerso na escuridão. As histórias, as dores, as alegrias, os sonhos e os planos — nossos e dos outros. Só nos conheceremos e conheceremos os nossos próximos verdadeiramente quando estivermos dispostos a deixar a luz iluminar tudo aquilo que agora, por conta da escuridão, não podemos enxergar.

Se uma pessoa carrega dentro de si uma luz, ao me aproximar dela, a sua luz me permitirá enxergar coisas que eu ainda não havia visto. Da mesma forma, se eu também carrego uma luz, ajudo meu próximo a enxergar aquilo que ele ainda não tinha visto.

Pouco a pouco, aquilo que estava na escuridão vem à luz e então conseguimos ver com maior profundidade. Enxergando, mudamos e os cômodos que estavam na escuridão podem ser transformados (Tg 5:16).

No entanto, precisamos entender primeiro que, assim como o lar do outro tem cômodos a serem iluminados, nosso lar também tem — e talvez tenha muito mais (Mt 7:3). Por isso, não devemos sair por aí com refletores querendo iluminar à força tudo que encontrarmos pela frente sem pensar nas consequências. Antes de querermos iluminar os quartos da casa alheia, devemos compreender que precisamos iluminar os nossos também (Mt 7:5).

Isso, é claro, deve ser feito com calma. Cada quarto a ser iluminado reserva uma surpresa. Nesta jornada, precisamos aprender a apreciar cada clarear e nos lembrarmos que, como tudo na vida, isso ocorre em um processo (Fp 1:6).

Quando nos deslumbramos com a luz, podemos nos esquecer de que, quando a luz surge com muita intensidade na escuridão, a nossa primeira reação é fechar os olhos. Aprendamos com a natureza: não passamos da escuridão da noite ao sol do meio-dia em cinco segundos (Ec 3:1).

Como diz uma composição do Paulo César Baruk, “brilhe em nós a luz do Deus que escolhe amar, pra compartilhar fé, esperança e amor”.

  • Renan Vinícius, 25 anos. É paulista de certidão e goiano de coração. Doutorando em Engenharia de Computação, desenvolve estudos sobre Computação Afetiva e tem bastante interesse em fotografia, ilustração e comunicação.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *