Por Jeverton “Magrão” Ledo

Fiquei por dias pensando no que nos levaria a seguir os passos de outra pessoa.  Seria admiração ou uma veneração incontrolável? Ou ainda, um desejo de estar no lugar do outro?

Diante de tantos relatos de pessoas que deixam tudo para seguir alguém, um bom exercício é revisitar a própria caminhada.

O que dizer de seguir alguém como eu ou você? Seríamos capazes de sermos nossos próprios seguidores?

Quando me deparei com essa indagação, logo pensei: Seguir quem? Eu? Uma entre tantas pessoas incompletas, ora bem decididas e com tudo bem planejado. Ora tomados por uma inconstância que aflora de repente, com aquela vontade imensa de jogar tudo para cima e fugir.

Sim, eis aqui uma boa questão: estaríamos fazendo seguidores, ou melhor, discípulos?

Durante minha juventude pensava que a vida tranquila, de boas ondas, amizades bacanas, com o cuidado de meus pais, seria para sempre. Ops! Um dia me deparei com uma caminhada começando a perder o sentido. O mar azul continuava lá, assim como meu quarto na casa de meus pais. Mas isso não era tudo que eu queria para o resto de meus dias.

Dessa vez mergulhei não no azul do mar, mas no interior do eu.

Sempre tive meus pais como referencial, que estavam construindo um legado para mim e meus irmãos, mas eu queria mais.

Precisava dar sentido a meu próprio caminhar. Onde encontrar? Como buscar? O que perguntar? Ahhhh! Perguntas, perguntas…

Essa necessidade cresceu a tal ponto que me levou a romper meu próprio isolamento. As perguntas tinham me colocado em uma bola de neve que segue seu curso e só aumenta de tamanho.

Busquei ajuda, quebrei o silêncio, reconheci a incapacidade de conduzir meus próprios passos. Olhei além de tudo quanto é material, ergui os olhos, o alto parecia mais próximo, sorri.

Fui acolhido.

Me lembrei de quando era criança e me jogava sem medo nos braços do meu saudoso pai.

O encontro com Cristo trouxe alento, fôlego novo e um desejo incontrolável de seguir. Seguir adiante, recomeçar, dar aquela sacudidela na poeira, fazer faxina geral.

Ele sinalizou o novo e único caminho, não fui capaz de pensar em dizer não.

Ah! Sentir a presença de alguém que te ama sem esperar nada em troca, a mão que afaga, o repreender que instrui e te faz crescer.

Os anos seguem correndo, consumindo o tempo que resta. Tempo esse que é vivido e experimentado pela ótica de quem o tempo controla.

Os dias estão em Suas mãos.

O que nos cabe é seguir, vivenciar cada momento, certo que por hora a missão é encontrar os que pelo caminho se encontram sem sentido.

Mostrar que novos encontros estão prontos para acontecer a cada novo amanhecer.

Que ao nos seguir, sigam também aquele que dá sentido à caminhada.

  • Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. Ele e a esposa estão na Bélgica, onde vão morar por um tempo.
  1. Obrigada, querido Amigo por esta reflexão!!
    Sigo seguindo a Cristo na esperança de ser uma seguidora que influencia outro seguidores para Ele!
    Abraços e fica c Deus.

  2. Antonia van der Meer

    Magrão comunica-se muito bem por escrito e essa reflexão é um convite a repensar nossa vida e escolher a quem seguimos e se temos coragem e valor para convidar outros a seguir juntos. Excelente!

  3. Magrão sempre consegue trazer para minha vida as noções de humanidade e acolhimento… Suas palavras escritas sempre me soam faladas e acalentam. Muito obrigada por sua contribuição de sempre, amigo!

  4. Paulyny Gonçalves Machado Nunes

    Reflexões que nos levam a fazer balanços em nossa própria caminhada. Obrigada por me auxiliar a olhar para mim mesma. Às vezes a caminhada está tão corrida que nos perdemos de nós mesmos. Deus abençoe!

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